Capítulo Três

Eliza Thompson

Tento gritar, mas Yuri coloca a mão na minha boca. Sua outra mão adentra meu vestido tentando tirar minha calcinha.

_ Isso não teria acontecido se você tivesse me dado o que eu sempre quis.

Ele me beija e é nesse exato momento que a porta é aberta com força e minha irmã entra.

Yuri se afasta e eu consigo chorar de alívio. Que nojo, ele me agarrou!

_ Eliza! - Emma vem na minha direção - você agarrou meu noivo?

Ela b**e no meu rosto, uma, duas, três vezes. Tudo que eu consigo fazer é chorar e pedir para ela parar.

_ Me solta!

Emma puxa meu cabelo, b**e no meu rosto e grita que sou uma vadia.

Será que ela não viu? Ele me agarrou a força, ele tentou abusar de mim. Eu não fiz nada.

Como minha irmã pode me odiar tanto assim?

Ela puxa meu vestido com força e ele rasga, deixando meu sutiã a mostra.

Eu me cubro da forma que posso. Sento na cama, me encolhendo na parede.

_ Emma, eu sinto muito. Ela que fez isso.

Ela olha para Yuri com um sorriso, depois olha na minha direção.

_ Se eu souber que você se quer chegou perto do meu noivo, eu mato você!

Eu assinto, com medo do que ela pode fazer.

Quando eles saem do quarto, eu choro. Choro por medo, por não estar mais aguentando.

Por que minha mãe se foi? Por que meu pai me abandonou?

Eu não tenho mais família, sou apenas a moeda de troca dos Thompson e o futuro brinquedo de Viktor Sinclair.

Me levanto e vou até o banheiro. Me olho no espelho, meu cabelo bagunçado, vestido rasgado e rosto vermelho pelos t***s, além do sangue nos lábios.

_ Você aguenta, Eliza - falo baixinho - você sempre foi forte, você aguenta!

***

Emma não deve ter falado sobre o que aconteceu ontem. A única coisa que ficou da noite passada, foi meu trauma e o nojo por Yuri Sinclair.

Coloco um vestido azul claro, com manga que pega metade do braço. Ele é longo, desce até o meu joelho. Deixo meu cabelo solto e é apenas isso que eu tenho.

Não tenho nada para disfarçar o rosto de quem chorou a noite toda.

Saio do quarto, indo para a sala. Grace Sinclair já estava lá, esperando por mim e pela Emma.

_ Você ao menos poderia passar maquiagem para disfarçar sua cara de choro?

_ Me desculpe!

_ Vadia estúpida! - ela me olha com raiva.

Ouço barulho dos saltos batendo no chão. Logo minha irmã aparece, com um vestido florido e o rosto cheio de maquiagem.

_ Podemos ir, Grace?

_ É claro!

Vamos até o carro dela. Tinha dois acento, um de frente para o outro. Minha irmã e eu nos sentamos em um e Grace se sentou na nossa frente.

_ Essa aqui é uma revista, veio diretamente da Itália. Todos os vestidos de noiva que você pode escolher. Não se importe com o preço.

Ela entrega uma revista na mão da Emma, que imediatamente sorri animada.

Olho para a janela, evitando contato visual com elas.

_ Infelizmente, Viktor não vai poder comparecer hoje, então você irá assinar e ele vai fazer isso depois.

_ Ok! - é tudo que respondo.

Assinar um contrato, dizendo que eu irei permanecer esposa de Viktor Sinclair pelo tempo que ele desejar.

Vou ser brinquedo dele até que ele não me queira e me jogue fora.

Chegamos a uma casa de chá, muito sofisticada. Imediatamente sinto que estou muito mal vestida.

Assim que entramos, eu vejo um menino, ao lado de um homem e logo atrás estava Yuri.

Ao ver ele, meu corpo se arrepia, e não é tão bom como ontem. É um arrepio de medo.

_ Theo, essa é a Eliza, ela vai ser sua mais nova mãe.

Arregelo os olhos, aquele é o filho de Viktor Sinclair.

O menino aparenta ter uns 7 a 8 anos, cabelo castanho claro, olhos verdes e uma aparecia fofa.

Não sei se aquilo foi a coisa certa a dizer, porque o menino me dá um olhar que poderia me matar.

Não me abalo com isso, é apenas uma criança. Chego mais perto dele.

_ Oi, Theo. É um prazer conhecer você.

Ele empurra o chá que estava na mesa, fazendo cair no meu vestido. Minha sorte, é que estava frio.

_ Eu não quero uma mãe!

_ Não, eu não vou ser sua mãe. Tenho certeza que você já tem uma muito boa.

Ele continua a me olhar com raiva, e isso apenas me atormenta mais.

Como pode um menino ter tanto ódio? Isso não é saudável para ele.

_ Eliza, esse é o advogado do Viktor, ele vai mostrar o contrato a você.

O homem mostra outra mesa, e eu sigo ele.

Theo também nos segue, sentando perto da janela.

_ Esse são os termos, você pode ler com calma.

Começo a ler, e tudo que eu imaginei estava lá. Sou o brinquedo dele, até que decida descartar.

Eu não queria assinar, mas não posso perder a única coisa que tenho da minha mãe.

_ Sebastian, ela vai ficar na minha casa? - finjo não prestar atenção na conversa.

_ Sim.

_ Bem, então ela pode dormir com o Tobi - pisco os olhos lentamente.

_ Quem é Tobi? - questiono.

_ Nosso cachorro. Você pode ficar com ele.

Como pode uma criança ser tão mal criada? Não me admira, já que o pai estava preso. Sabe se lá porque ele estava na prisão.

_ Theo, eu realmente não quero tomar o lugar da sua mãe.

_ Cala a boca, você não sabe de nada!

Parecia que a mãe era um tópico sensível para ele.

_ Eu entendo, você não quer falar da sua mãe.

Ele desce da cadeira e pisa no meu pé com força, após isso, chuta minha canela.

Eu me afasto, sentindo que se continuasse ali, ele iria continuar me agredindo.

_ Não quero que você se case com meu pai, nunca!

O olhar dele me deixa aflita. Um dos termos do contrato, era cuidar do filho dele, fazer tudo o que uma mãe precisa fazer.

_ Querido, isso...

_ Cala a boca, sua vadia!

Sentindo que era demais para mim, deixo o contrato em cima da mesa e saio. Eu não vou assinar, não vou me prender a esse pesadelo!

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