Capítulo Quatro

Eliza Thompson

Eu corro para longe da casa de chá, mas infelizmente não vou longe. Bato em um corpo forte e isso me faz cair no chão.

Olho para cima e sinto meu coração acelerar. O homem a minha frente parecia uma pintura de tão lindo.

O cabelo estava jogado para trás, os olhos são verdes, tinha uma barba por fazer. Ele estava com uma camisa social, puxada até o cotovelo, deixando o braço musculoso com tatuagem a mostra.

O corpo era atletico, forte. Não tinha músculos que deixa feio, era na medida certa.

_ Me desculpa!

Ele não diz nada, apenas fica me olhando. Sinto meu rosto esquentar sobre seu olhar predatório.

_ Por que está fugindo? - a voz rouca me faz estremecer.

Me levanto do chão, me sentindo menos patética.

_ Desculpe senhor, eu não queria esbarrar em você - aperto minha mão em um punho.

Eu só queria sair correndo, ir para longe daquele lugar. Mas para onde eu vou? Tudo que vai restar disso será os t***s que meu pai vai me dar.

_ Você não respondeu a pergunta - balanço a cabeça em negação.

Não adianta falar o que está acontecendo. É patético dizer que estou fugindo de uma criança.

_ Não é nada. Me desculpe mais uma vez.

Ele me olha estranho, mas não fala mais nada. Eu volto por onde vim, entrando mais uma vez na casa de chá.

_ Onde você foi sua inconsequente? - Grace grita irritada.

_ Me perdoa, eu apenas fui pegar um ar.

O menino ainda estava sentado no mesmo lugar, ao lado do advogado. O contrato ainda no lugar onde coloquei.

Vou até a mesa, pego a caneta que foi colocada ali. Com as mãos tremendo um pouco, eu assino nas três páginas.

Respiro fundo, vendo como meu destino está selado, com um homem que eu nunca vi.

***

Minha mãe foi boa o suficiente para me comprar um vestido. Ele é preto e liso, descendo até meu tornozelo. Ele deixa minhas costas nua.

Me olho no espelho, meu rosto sem nenhuma maquiagem.

Eu gostaria tanto de usar, mas minha irmã nunca me permitiria.

Essa é a festa de noivado da Emma. Obviamente eu não fui permitida de ter uma.

Viktor vai estar lá, então eu finalmente irei conhecer meu futuro marido.

Faço apenas um coque no meu cabelo, deixando algumas mechas soltas. Coloco meu salto e estou pronta.

Vou para a sala. Vejo minha irmã, e ela está deslumbrante naquele vestido. Ele é prata e brilhoso, e com certeza bem caro.

_ O que está usando? Você roubou esse vestido do meu closet?

_ Não, a mãe comprou, ela me deu.

_ Mentira!

Minha mãe me olha e assente, confirmando o que eu disse, e isso deixa minha irmã possessa de raiva.

_ Grace disse que ela teria que parecer apresentável, vai ter muitas pessoas importantes no seu noivado, querida.

Emma sorri triunfante, com confiança. Ela sempre será interesseira.

Vamos todos para o carro. Eu vou junto do motorista, porque minha irmã estava com raiva e não queria me ver.

Assim que chegamos, eu fico impressionada com a mansão da família Sinclair.

É aqui que Emma irá morar. Eu já não sei onde vou ficar. Imagino que Viktor tenha uma casa?

Yuri vai diretamente para Emma, segurando sua mão.

Eu entro na casa, recendo alguns olhares curiosos.

_ Você soube? Ela vai se casar com o deserdado.

Ignoro os comentários, indo diretamente para a cozinha. Imagino que vou chamar menos atenção.

_ Você! - me assunto com a voz do menino Theo.

_ Olá, Theo - sorrio para ele - estou atrapalhando você?

Ele estava sentado no chão da cozinha, com os olhos vermelhos. Parecia que tinha chorado.

_ Vai embora - o olhar de raiva estava lá novamente.

Não querendo causar confusão, dou passos para trás, até bater em um corpo.

_ Pai! - arregalo os olhos quando Theo diz isso.

Me viro lentamente, dando de cara com o homem que encontrei na casa de chá.

_ Viktor Sinclair... - digo assustada.

Theo vai até o pai, que abraça o filho. Eles me olham, e eu me sinto um pequeno rato diante daqueles olhares.

_ Você estava pronta para fugir - a voz dele sai baixa e rouca.

_ Eu apenas fui pegar um ar, minha intenção não era fugir.

_ Eu não tenho tanto dinheiro como meu irmão que é herdeiro?

_ Não, não é isso...

_ Quieta! - ele manda, e meu corpo instantaneamente obedece - uma pequena interesseira.

Aquilo não é verdade, eu nunca tive olho grande, ainda mais naquilo que não me pertence.

_ Eu não sou, senhor Sinclair.

_ Não disse para ficar quieta?

Ele faz um gesto, e logo o advogado pega a mão do Theo, o levando para longe.

Viktor segura meu braço com força, e eu me recuso a gritar. Mas ainda estou muito assustada.

Ele abre uma porta, e me j**a sobre um pequeno sofá de dois lugares.

O lugar estava escuro, mas logo ele acende um abajur na mesa ao lado do sofá.

_ Vamos deixar algumas coisas claras, Eliza - ele praticamente cuspe meu nome.

_ Sim?

_ Qualquer mal trato ao meu filho, e eu juro, eu quebro o seu lindo pescoço - ele segura meu pescoço.

Sinto lágrimas rolarem pelo meu rosto. Meu corpo inteiro treme de medo e tudo que eu quero, é sair dali.

_ Eu não vou tratar ele mal, eu juro.

_ Sou o deserdado da família Sinclair, então não espere nada luxuoso, porque eu não posso pagar - assinto.

Assim que ele me solta, eu fico de pé, querendo sair. Mas Viktor é rápido, ele fica atrás do meu corpo.

_ E mais uma coisa, pequeno passarinho. Não se atreva a fugir - ele aperta minha cintura com força - por que assim que assinar os papéis, vai se tornar minha propriedade!

Começo a chorar, sem nenhum controle. É tudo que eu sou agora, um brinquedo, uma propriedade.

Ele me solta, e sem mais forças, eu caio no chão, me sentindo fraca.

Emma estava com raiva pelo que aconteceu com Yuri, então está me negando comida.

Sem mais forças para aguentar, eu acabo desmaiando.

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