Christopher VilardFazia meses que não ouvia mais movimento do Conselho em busca de tomar Alma. Foi estranho. Eles pareciam ter desistido dela. Foi estranho, mas nada que tirasse a minha paz. Apenas acreditei que estivessem aprontando algo... me deixando na ilusão que não tentariam mais levá-la para me distrair.Eu devia ter sido mais esperto, mais inteligente. Houve conversas sobre uma humana nova que apareceu no Conselho, uma humana que eles estavam cuidando como se fosse uma joia fácil de quebrar. Diziam que era filha de um deles e eu nem desconfiei. Como fui tolo!Foi por isso que, ao ver a mensagem e ouvir sobre a tal Samara, surtei.Deixei Alma falando sozinha e fui atrás de respostas. Claro que foi um erro. Eu podia conseguir respostas sem magoá-la, mas nem pensei.Quando me dei conta, já estava na porta deles.Havia muito mais segurança que na minha última visita.Eu estava prestes a surtar e partir para cima de todos os seguranças, quando alguém se colocou ao meu lado.— Imag
HenriDurante a chegada de Samara.Por que Allan era o favorito? Esse era o pensamento que me tirava a paz há anos. Fiz tudo por Christopher, até matei por ele. E o que ganho? Ser apenas um empregado qualquer enquanto todos sabiam que o que havia entre ele e Allan era amizade.Chega de ser apenas um funcionário!Estava caminhando no bairro onde morava o garoto que me traria a eterna gratidão de Christopher.Já vi a forma como ele olhava para o garoto. E tive a ideia do que fazer para tomar o lugar de Allan ontem, na festa de aniversário, enquanto fazia a segurança daqueles jovens inúteis.Christopher queria matá-lo, mas não podia porque estava preso a aquela garota. Até posso ver a expressão dele quando souber que o bastardinho nunca mais vai chegar perto da vadia dele.Avistei o garoto e chamei a sua atenção.— Ei, garoto! Sabe onde fica a rua principal? — uma desculpa qualquer para ter a atenção dele.Ele abriu a boca para responder, mas a fechei com um soco que desencadeou um espan
Ainda bemQue agora encontrei vocêEu realmente não seiO que eu fiz pra merecerVocêMarisa Monte - Ainda BemChristopher VilardA cada dia que se aproximava do aniversário de Samara, mas meu humor piorava. Eu estava prestes a explodir.— O que é? — gritei ao ouvir a batida na porta do meu escritório.A porta abriu e vi a imagem de Bella.— Já sei que o seu humor está péssimo e sinto muito, mas acho que irei piorá-lo. — Ela estava absorvendo um pouco da personalidade de Allan.Passei as mãos nos cabelos, em claro desespero, e levantei da cadeira onde estava sentado há horas sem fazer nada de útil.— Veja isso! — me estendeu seu celular.— Mas que porra é essa?! — o vídeo de menos de um minuto mostrava Henri espancando o merdinha do amigo de Alma. — Quando isso aconteceu?— Foi no dia seguinte ao aniversário da Alma. Uma colega do lugar onde eu trabalhava filmou e estava prestes a apagar, mas nos encontramos por acaso mais cedo e pedi a ela que me mandasse antes de apagar. Não acredit
Alma DemiseChegamos na mansão e fui direto para o meu quarto. Podia sentir o sorriso cínico de Christopher nas minhas costas enquanto eu apertava a calcinha na minha mão desesperadamente.Subi as escadas correndo e fui direto para o banheiro, onde joguei a calcinha no lixo e tomei um banho. Ainda podia sentir os beijos e os toques de Christopher, ainda podia senti-lo dentro de mim, despertando uma fome que nem sequer imaginei possuir. Nada das minhas investidas de antes me preparou para ser a mulher de Christopher. Ainda assim foi perfeito. Mesmo em um carro em uma estrada deserta... Só espero que ninguém tenha nos visto.Sorria embaixo do chuveiro, com uma mistura de vergonha e felicidade suprema. Mas o sorriso sumiu, substituído por lágrimas.Parece que a felicidade sempre vinha acompanhada de uma tragédia. E a minha tragédia era nunca mais ver ou ouvir o meu melhor amigo. Ele estava morto. Um ser covarde matou meu amigo.Sai do banheiro aquecida por um roupão e enxugando as lágrim
SamaraQuando um homem chamado Petterson chegou na casa dos meus pais dizendo que era amigo da minha mãe, não pensei que minha vida mudaria tão drasticamente.Depois de horas conversando com ele, minha mãe me chamou e disse:— Samara, você vai acompanhar esse senhor e fazer tudo conforme ele te explicar. Ele veio por causa do seu pai.— Sim senhora. — Estava com medo, mas a palavra pai me deixou animada. Minha mãe nunca falou muito sobre o meu pai biológico, e a possibilidade de conhecê-lo era empolgante. Meu padrasto é gente boa, porém muito mandão, de forma que cresci tímida e submissa.Fiz uma mala com algumas roupas e coisas pessoais e fui levada para a grande estrutura onde pensei que nunca entraria; a estrutura do Conselho. Minha imaginação de sonhadora me fez pensar se o meu pai seria um dos membros. Acabei descobrindo que não.Em uma reunião com várias pessoas importantes, soube que eu era filha do híbrido que o mundo todo conhecia por sua maldade. “Sua mãe deve ter dado para
Christopher VilardMeu lado humano era o mais ativo enquanto ultrapassava as portas do Conselho. Só esperava que eles não fossem exigir nada extravagante para o aniversário de Samara. Eu só queria que chegasse logo ou que não chegasse nunca. Se houvesse um jeito de mantê-la com vinte anos, eu o faria. Assim poderia continuar com ela como minha filha e com Alma com a única mulher em minha vida. Se eu deixasse de amar Alma por causa de uma maldita profecia, a mesma maldita profecia que nos uniu, eu certamente colocaria um fim a minha existência de merda.Era o que eu pensava e era como se a voz de Allan me respondesse: “Se amar Samara, nunca vai conseguir acabar com a sua vida.”Merda!A única coisa que me mantinha lúcido era torturar Henri constantemente. Alma achava que ele já estava morto. Mas nesse momento, ele deveria estar ser regenerando para uma nova sessão de tortura. O desgraçado veio com uma história de que fez por mim. Idiota! Eu sinceramente esperava matá-lo logo e usar aqu
Depois que sai do quarto de Alma passei pelo de Allan, onde alguns enfermeiros tentavam mantê-lo na cama.— Deixe-nos — exigi, acabando com a bagunça. Os enfermeiros saíram rapidamente.— Eu quero vê-los, Christopher — disse andando de um lado para o outro. Estava com a cintura enfaixada. Devia estar com muitas costelas quebradas que demoraria algumas horas para curarem.— Deve querer mesmo, até me chamou pelo meu nome. — Não estou brincando. Me leve até eles ou vou revirar esse hospital até encontrá-los. — Allan parecia um animal que acabou de sair da floresta e estava preso em uma jaula.— Vamos lá! — não havia nada que justificasse impedi-lo de ver as pessoas que amava.O deixei no quarto onde Bella estava acabada. Não pelos ferimentos, mas por causa do filho que estava em operação devido a uma concussão. Allan ficou tentando tranquilizar sua loba e eu voltei a minha total atenção a minha “humana”.Alma ainda dormia quando foi levada de volta a mansão em uma ambul
“Ela descobriu que precisava dele, e isso a deixava desesperada... Queria continuar amando-o, mas sem precisar tão violentamente dele.” Clarice Lispector Christopher VilardAgora deuses da mitologia existem? Era só o que faltava!Vi o homem andar lentamente até nós. Parecia um ser qualquer, não fosse a névoa escura que nos impedia de ver os seus pés ou os olhos negros como o que Alma tinha naquela situação.Como para provar quem era, seu rosto ficou esquelético como o dela. Depois disso seus olhos ficaram de um verde límpido e a névoa sumiu revelando sapatos negros e brilhantes.Ele foi até o bar e se serviu da primeira bebida que encontrou, enquanto dizia:— Vocês são tão previsíveis e incompetentes. Lobos, humanos, vampiros, híbridos, não importa a raça. Sempre sentindo que são melhores que os outros quando não passam de vermes que piso e nem me dou ao trabalho de limpar os sapatos. — Seu tom de voz demonstrava tédio.— Quem é você? É melhor sair da minha casa. — Eu ainda não esta