Bella KalffmanEnquanto estava no hospital desesperada para ver Luke curado, decidi que estava na hora de deixar a mansão Vilard. Ainda manteria a amizade de Alma, mas não suportaria mais ver meu filho em perigo. Não uma terceira vez. Por não gastar quase nada do meu salário, poderia alugar um bom lugar e viver tranquila até Luke ter idade escolar, pois é quando vou conseguir deixá-lo para trabalhar novamente. Christopher Vilard sempre foi exageradamente generoso em questão de salário, isso ajudaria muito na minha decisão.— A senhora precisa assinar referente a alta do seu filho. — Uma enfermeira chamou a minha atenção.— Ele está dormindo. Vou aproveitar para resolver algumas coisas e depois assino, tudo bem?— Sim senhora.Sai do quarto e liguei para Allan. Trataria com ele, uma vez que o Vilard não devia ter tempo para essas coisas. E, também, porque eu queria vê-lo. Não estava pronta para confessar para ele, mas já não negava para mim mesma que me apaixonei perdidamente.— Bella,
Disse que te amava, mas eu mentiPorque isso é mais do que amor que eu sintoDisse que te amava, mas eu estava erradoPorque o amor nunca poderá ser tão forteMichael Bolton Christopher Vilard— Acho que você ficou um pouco mais insuportável depois de virar líder desses velhos. — Minha linda futura deusa estava parada com os braços cruzados sobre os seios. Ficou assim durante toda a reunião.Os membros dos conselhos ainda saiam da sala e ouviram sua reclamação. Alguns ouviriam de qualquer forma. Era a reunião em que apresentei Allan como meu braço direito. Jamais ficaria à mercê de burocracias do Conselho. Só apareceria nesse lugar quando Allan decidisse que era necessário.Dei alguns passos ao redor da imensa mesa oval e me coloquei diante dela, apoiado na mesa.Por alguns instantes apenas a olhei intensamente, sem nada dizer.— Pode parar de me olhar assim, seu tarado! — continuava com os braços cruzados, mas seu corpo delatava tudo que sentia.Foi difícil fazer Alma voltar a ser a
Será que ela sabe? Será que sabe que hoje me tornei ainda mais seu escravo?Christopher Vilard— Ahhh! Eu vou morrer! — os gritos de Alma invadiam todo o meu ser. Como eu gostaria de absorver toda dor que ela sentia. Aqueles que dizem que o parto é um momento mágico estão certos, só esqueceram de acrescentar que também é desesperador.— Calma, meu amor! Já vai acabar. — Tentei passar uma tranquilidade que eu não sentia.— Calma, porra nenhuma! É tudo culpa sua. Nunca mais vou deixar que toque em mim. Por sexo nenhum eu vou passar por isso outra vez. Aiiiiiiiiii! — suas reclamações foram interrompidas por mais gritos de dor.— Você se esquece que foi ideia sua ter essas crianças. — Eu sabia que não era momento de provocar, mas não resisti.— Poderia tê-los de outra maneira.— Iria plantá-los? Pedir pela internet? Alma, eu não quero rir para não te deixar furiosa, mas você...— Eu vou te matar se não calar a merda dessa boca! — ela me interrompeu.Contive um sorriso e me calei, me limi
Além do monte Olimpo e do submundo, existem muitos outros lugares habitados por deuses, um desses lugares é o bosque de Hebe, filha de Hera e Zeus. É, eles também tiveram filhos legítimos, não apenas os bastardos dele.HadesMuito tempo antes...— O que você tanto olha? — Apolo perguntou se apoiando no parapeito da varanda do seu castelo. Ele era um dos deuses que mantinham residência entre os humanos, que achava esses seres de vida curta interessantes. Mas isso era o que menos me incomodava em Apolo, esse imbecil é o mais presunçoso entre os deuses e tem um cheiro doce que me enoja. Dizem que humanas e humanos se sentem atraídos por esse odor. Que nojo!— Só pensando que estaria muito melhor em meus domínios. Vocês comemoram demais, parecem os humanos — respondi desinteressado em iniciar uma conversa.— Eles foram moldados por um deus, então eles é que se parecem conosco. — Ele deu aquele sorrisinho ridículo que sempre aparecia quando estava prestes a merecer ser destruído. — Princip
HeraFui vítima de tantas apostas que já perdi as contas, porém nunca cai nas armadilhas desses deuses desgraçados. Até agora. Até Hades.Naquela maldita festa de Apolo, bastado do meu marido, onde eu estava contra a minha vontade, o vi olhar em minha direção várias vezes. Aquele olhar que exige retorno. E quando percebi eu estava buscado esse olhar.Naquela noite Apolo também tentou me agradar, foi quando percebi que era uma aposta dos dois.Só que quando me dei conta, me senti feliz ao vê-lo no bosque de Hebe. E quando pensei que o houvesse ferido, aquilo me doeu demais. Um sentimento estranho. Algo que jamais senti, nem mesmo por meu marido.Foi o seu beijo. O beijo que me roubou e que correspondi tão entregue que me mostrou que aquilo era amor. Não o amor que Eros distribuiu sem controle entre os humanos, o amor original, aquele que apenas deuses são capazes de experimentar. Aquele que eu devia dedicar apenas ao meu marido traidor. Eu fugi desse amor, de Hades, e me refugiei no Ol
Um filho nosso terá a combinação dos nossos poderes.HadesHera e eu continuamos nos encontrando em meus domínios. Era o local mais seguro.Eu parecia um disco humano arranhado sempre repetindo para ela deixar Zeus e o Olimpo e ficar comigo. E ela sempre me pedindo para esperar.Sei que ela teme uma guerra de proporções catastróficas porque, há mais tempo que um humano possa contar, ela é a mulher daquele desgraçado traidor que não aceita traição.Naquela tarde, eu insisti.— Temos um problema — declarei.— O que? Já está enjoado desse objeto de aposta e quer que eu suma? — ela brincou se mexendo toda provocante sobre meu corpo nu.— Antes fosse. O problema é que não vou mais deixar que se vá. Zeus não pode tirar você de mim. Dessa vez nada do que fizer vai me fazer mudar de ideia. Você está presa em meus domínios, querida — respondi enrolando seu cabelo em meus dedos suavemente.— Eu quero um filho com você. E quero deixar Zeus.Sei que falei que nada do que dissesse mexeria com minh
Você faria se fosse eu? Se eu estivesse morta?Alma DemiseAntes do nascimento dos gêmeos.Alguns dias se passaram desde o aquele dia devastador. Eu não sei bem se o que sinto é raiva ou tristeza. Nunca mais Nicolas, meu amigo fantasma, apareceu para mim. E eu não conseguia aceitar o fato de que matei a filha de Christopher. Uma filha que ele amou. Ele tentava agir como se não sofresse, mas muitas vezes o surpreendi pensativo com uma foto dela em mãos.Também tentei seguir a vida, mas parecia impossível, então...Certa noite estávamos no calabouço. Aprendi a gostar de algumas coisinhas nas últimas semanas e uma delas era amarrar meu híbrido e torturá-lo com muito prazer.Parei as mordidas que desciam por sua barriga.— Já sei! — gritei me afastando para olhar em seus olhos.— Espero que a ideia que teve seja inverter nossas posições — disse com a voz afetada. O lobo nele sempre se mostrava mais nesses momentos.— Christopher, vamos ao inferno — anunciei, como se ele não estivesse nu
Quero que todos saibam a quem pertenço, que saibam que não sou lobo, humano ou vampiro, sou apenas seu escravo.Alma Demise— Para onde está me levando? — perguntei assim que percebi que ele não estava dirigindo para casa depois de voltarmos do submundo.— Tem um cartório aqui em algum lugar — falou como se não me ouvisse.— Cartório? Ai, meus deuses, esse híbrido perdeu a lucidez! — resmunguei.— Ainda não, mas vou perder se não torná-la minha nesse sentido também.Olhei para ele e o ser ignorante dirigia como se não estivesse me levando para um casamento que nem aceitei, que nem fui consultada.— Ahjussi, para esse carro antes que eu pise no freio e cause um acidente. — O chamei do jeito que ele odiava.Antes que ele pudesse pensar muito, comecei a tentar pisar no freio.— Está maluca? — questionou estacionando em um local proibido. — Não acredito que quase causou um acidente.— E eu não acredito que você está me “informando” que vou me casar com você. Que merda de relação é essa? —