Christopher VilardMeu lado humano era o mais ativo enquanto ultrapassava as portas do Conselho. Só esperava que eles não fossem exigir nada extravagante para o aniversário de Samara. Eu só queria que chegasse logo ou que não chegasse nunca. Se houvesse um jeito de mantê-la com vinte anos, eu o faria. Assim poderia continuar com ela como minha filha e com Alma com a única mulher em minha vida. Se eu deixasse de amar Alma por causa de uma maldita profecia, a mesma maldita profecia que nos uniu, eu certamente colocaria um fim a minha existência de merda.Era o que eu pensava e era como se a voz de Allan me respondesse: “Se amar Samara, nunca vai conseguir acabar com a sua vida.”Merda!A única coisa que me mantinha lúcido era torturar Henri constantemente. Alma achava que ele já estava morto. Mas nesse momento, ele deveria estar ser regenerando para uma nova sessão de tortura. O desgraçado veio com uma história de que fez por mim. Idiota! Eu sinceramente esperava matá-lo logo e usar aqu
Depois que sai do quarto de Alma passei pelo de Allan, onde alguns enfermeiros tentavam mantê-lo na cama.— Deixe-nos — exigi, acabando com a bagunça. Os enfermeiros saíram rapidamente.— Eu quero vê-los, Christopher — disse andando de um lado para o outro. Estava com a cintura enfaixada. Devia estar com muitas costelas quebradas que demoraria algumas horas para curarem.— Deve querer mesmo, até me chamou pelo meu nome. — Não estou brincando. Me leve até eles ou vou revirar esse hospital até encontrá-los. — Allan parecia um animal que acabou de sair da floresta e estava preso em uma jaula.— Vamos lá! — não havia nada que justificasse impedi-lo de ver as pessoas que amava.O deixei no quarto onde Bella estava acabada. Não pelos ferimentos, mas por causa do filho que estava em operação devido a uma concussão. Allan ficou tentando tranquilizar sua loba e eu voltei a minha total atenção a minha “humana”.Alma ainda dormia quando foi levada de volta a mansão em uma ambul
“Ela descobriu que precisava dele, e isso a deixava desesperada... Queria continuar amando-o, mas sem precisar tão violentamente dele.” Clarice Lispector Christopher VilardAgora deuses da mitologia existem? Era só o que faltava!Vi o homem andar lentamente até nós. Parecia um ser qualquer, não fosse a névoa escura que nos impedia de ver os seus pés ou os olhos negros como o que Alma tinha naquela situação.Como para provar quem era, seu rosto ficou esquelético como o dela. Depois disso seus olhos ficaram de um verde límpido e a névoa sumiu revelando sapatos negros e brilhantes.Ele foi até o bar e se serviu da primeira bebida que encontrou, enquanto dizia:— Vocês são tão previsíveis e incompetentes. Lobos, humanos, vampiros, híbridos, não importa a raça. Sempre sentindo que são melhores que os outros quando não passam de vermes que piso e nem me dou ao trabalho de limpar os sapatos. — Seu tom de voz demonstrava tédio.— Quem é você? É melhor sair da minha casa. — Eu ainda não esta
Bella KalffmanEnquanto estava no hospital desesperada para ver Luke curado, decidi que estava na hora de deixar a mansão Vilard. Ainda manteria a amizade de Alma, mas não suportaria mais ver meu filho em perigo. Não uma terceira vez. Por não gastar quase nada do meu salário, poderia alugar um bom lugar e viver tranquila até Luke ter idade escolar, pois é quando vou conseguir deixá-lo para trabalhar novamente. Christopher Vilard sempre foi exageradamente generoso em questão de salário, isso ajudaria muito na minha decisão.— A senhora precisa assinar referente a alta do seu filho. — Uma enfermeira chamou a minha atenção.— Ele está dormindo. Vou aproveitar para resolver algumas coisas e depois assino, tudo bem?— Sim senhora.Sai do quarto e liguei para Allan. Trataria com ele, uma vez que o Vilard não devia ter tempo para essas coisas. E, também, porque eu queria vê-lo. Não estava pronta para confessar para ele, mas já não negava para mim mesma que me apaixonei perdidamente.— Bella,
Disse que te amava, mas eu mentiPorque isso é mais do que amor que eu sintoDisse que te amava, mas eu estava erradoPorque o amor nunca poderá ser tão forteMichael Bolton Christopher Vilard— Acho que você ficou um pouco mais insuportável depois de virar líder desses velhos. — Minha linda futura deusa estava parada com os braços cruzados sobre os seios. Ficou assim durante toda a reunião.Os membros dos conselhos ainda saiam da sala e ouviram sua reclamação. Alguns ouviriam de qualquer forma. Era a reunião em que apresentei Allan como meu braço direito. Jamais ficaria à mercê de burocracias do Conselho. Só apareceria nesse lugar quando Allan decidisse que era necessário.Dei alguns passos ao redor da imensa mesa oval e me coloquei diante dela, apoiado na mesa.Por alguns instantes apenas a olhei intensamente, sem nada dizer.— Pode parar de me olhar assim, seu tarado! — continuava com os braços cruzados, mas seu corpo delatava tudo que sentia.Foi difícil fazer Alma voltar a ser a
Será que ela sabe? Será que sabe que hoje me tornei ainda mais seu escravo?Christopher Vilard— Ahhh! Eu vou morrer! — os gritos de Alma invadiam todo o meu ser. Como eu gostaria de absorver toda dor que ela sentia. Aqueles que dizem que o parto é um momento mágico estão certos, só esqueceram de acrescentar que também é desesperador.— Calma, meu amor! Já vai acabar. — Tentei passar uma tranquilidade que eu não sentia.— Calma, porra nenhuma! É tudo culpa sua. Nunca mais vou deixar que toque em mim. Por sexo nenhum eu vou passar por isso outra vez. Aiiiiiiiiii! — suas reclamações foram interrompidas por mais gritos de dor.— Você se esquece que foi ideia sua ter essas crianças. — Eu sabia que não era momento de provocar, mas não resisti.— Poderia tê-los de outra maneira.— Iria plantá-los? Pedir pela internet? Alma, eu não quero rir para não te deixar furiosa, mas você...— Eu vou te matar se não calar a merda dessa boca! — ela me interrompeu.Contive um sorriso e me calei, me limi
Além do monte Olimpo e do submundo, existem muitos outros lugares habitados por deuses, um desses lugares é o bosque de Hebe, filha de Hera e Zeus. É, eles também tiveram filhos legítimos, não apenas os bastardos dele.HadesMuito tempo antes...— O que você tanto olha? — Apolo perguntou se apoiando no parapeito da varanda do seu castelo. Ele era um dos deuses que mantinham residência entre os humanos, que achava esses seres de vida curta interessantes. Mas isso era o que menos me incomodava em Apolo, esse imbecil é o mais presunçoso entre os deuses e tem um cheiro doce que me enoja. Dizem que humanas e humanos se sentem atraídos por esse odor. Que nojo!— Só pensando que estaria muito melhor em meus domínios. Vocês comemoram demais, parecem os humanos — respondi desinteressado em iniciar uma conversa.— Eles foram moldados por um deus, então eles é que se parecem conosco. — Ele deu aquele sorrisinho ridículo que sempre aparecia quando estava prestes a merecer ser destruído. — Princip
HeraFui vítima de tantas apostas que já perdi as contas, porém nunca cai nas armadilhas desses deuses desgraçados. Até agora. Até Hades.Naquela maldita festa de Apolo, bastado do meu marido, onde eu estava contra a minha vontade, o vi olhar em minha direção várias vezes. Aquele olhar que exige retorno. E quando percebi eu estava buscado esse olhar.Naquela noite Apolo também tentou me agradar, foi quando percebi que era uma aposta dos dois.Só que quando me dei conta, me senti feliz ao vê-lo no bosque de Hebe. E quando pensei que o houvesse ferido, aquilo me doeu demais. Um sentimento estranho. Algo que jamais senti, nem mesmo por meu marido.Foi o seu beijo. O beijo que me roubou e que correspondi tão entregue que me mostrou que aquilo era amor. Não o amor que Eros distribuiu sem controle entre os humanos, o amor original, aquele que apenas deuses são capazes de experimentar. Aquele que eu devia dedicar apenas ao meu marido traidor. Eu fugi desse amor, de Hades, e me refugiei no Ol