Castigo - substantivo masculinopena ou punição que se inflige a pessoa ou animal.observação sobre um erro ou uma falta; repreensão, admoestação.Christopher VilardAniversário de dezoito anos de Alma.Porra nenhuma!Me disseram que a minha escolhida seria como um castigo dos deuses, mas essa definição não chega aos pés da tortura que é viver sob o mesmo teto que uma adolescente de quase dezoito anos que se acha a dona da verdade. A menininha irritante se transformou em uma garota geniosa com o corpo de dar inveja a qualquer modelo de passarela.Depois do nosso piquenique, onde foi esclarecido como nos sentíamos, Alma não parou de me provocar um dia sequer. E, por mais idiota que possa parecer, tenho ciúmes do tal amigo Nicolas. Um ciúme que aumentou quando ela disse que queria passar o aniversário com ele e com a Lin em um parque de diversões. Eu queria fazer alguma coisa com ela, mas aceitei o seu desejo.E o que estou fazendo agora? Olhando indignado para a figura semi nua a minha
A minha atitude me irritou tanto que interrompi o beijo, me levantei e caminhei para a porta. Sequer olhei para o rosto dela, nem me desculpei por tê-la feito cair de bunda.Fechei a porta com força e a deixei lá. Meus dedos tinham o seu cheiro. Meus lábios tinham o seu gosto. Meu corpo clamava pelo seu.Allan me olhou desconfiado assim que me viu indo direto ao bar. Era o bar, o banheiro ou o corpo de alguma fêmea. Escolhi o bar.— Parece que tem um furo nessa profecia — ele comentou sentando-se ao meu lado e se servindo. — Achei que só a veria como mulher após vinte e um.— Foi o que você me disse.— Foi o que aqueles engomadinhos do Conselho me disseram. Mas não precisa se torturar tanto, ela não é uma criança, agora tem dezoito anos, e não esconde que o quer.Ignorei sua fala. Eu decidi esperar. Talvez seja uma decisão idiota, mas eu quero fazer isso. Sinto no fundo da minha alma escurecida que preciso disso. Devo ser idiota mesmo. Como Alma disse; um monstro frouxo.— Vê-la como
Esse sentimento é estranho E me domina. Será amor?Allan JhonesDepois que saímos do parque, deixei Christopher curtindo Alma e voltei para casa. Lynda dormia abraçada a um travesseiro estranhamente, como se fosse uma criança assustada. Se é que realmente aquela era Lynda.Não quis acordá-la, então comecei a separar algumas coisas nossas em uma mala para levar. Apenas algumas roupas, se precisarmos de mais, era só voltar em casa.Estava fechando a mala quando ela despertou e sentou na cama.— Por que essa mala? — ela perguntou com aquele tom tímido que já estava me irritando. Essa não é a minha mulher.— Vamos passar alguns dias na casa de Christopher.— Eu preciso ir?Acho que o jeito irritado que a olhei respondeu por mim. Ela desviou o olhar.— Quando vamos?— Amanhã após o café. Não se preocupe que já separei algumas roupas para você. Na casa de Christopher tem tudo que precisamos, a não ser que durante sua drástica mudança de personalidade descobriu ter alergia as suas roupas —
Que emoção é essa?Sempre tive um grande tesão por Lynda, mas isso estava além. Senti o gosto salgado de lágrimas. Eu estava chorando? Que porra é essa? Havia uma emoção tão forte que não tive controle sobre a forma de expressá-la.A abracei com muita força. Imóvel dentro dela. Sentia nossos corações batendo no mesmo ritmo acelerado.Foi a primeira vez que transamos nessa posição tão “comum”. Lynda a odiava. Gostava de se sentir no controle, de ficar por cima ou qualquer outra posição. Segundo ela, o “papai e mamãe” era coisa de pessoas sem criatividade.Não parei de amá-la enquanto não senti o sono forçando-nos a nos entregar. E quando ela dormiu, me entreguei também e dormi com um sorriso no rosto. Acreditava que tudo seria esclarecido, finalmente. O mais certo é que ela esteja grávida, que essas mudanças no corpo e nas emoções seja por isso... mas por que eu não podia ouvir o coração do nosso filho? Não, nada estava esclarecido.Acordei com o sol entrando pelas cortinas. Lynda aind
Um era o meu professorOutro o meu amorFoi o amor que me ensinou.Foi o amor que me acalentou.Alma DemiseNunca imaginei que a chegada de Lynda a mansão me deixaria tão feliz. Ela não parecia a mesma chata esnobe. Conversar com ela era maravilhoso, pois abria a minha mente para a minha relação com Christopher. Ela era como a mãe que eu precisava e não podia ter naquele momento, mesmo que aparentasse ser jovem demais para ter uma filha na minha idade.Eu passei a seguir os conselhos dela e tentava não pular sobre Chris toda vez que o visse com aquele corpo perfeito e aquela aura de sedução. Só havia um problema; alguns dias atrás uma colega havia me procurado para me dizer que o professor de biologia estava a fim de mim. Eu não tinha muita amizade com a garota, mas acabei marcando de sair com o professor hoje.O professor era um negro muito bonito pelo qual muitas das minhas colegas suspiravam e, naquele dia, eu estava mais que irritada com Christopher. Não estava pensando direito. T
Assim que cheguei em casa, vomitei até tirar o gosto do professor imbecil da boca. E chorei, me sentindo uma tola. O único que estava agindo certo em todo esse rolo era Christopher. Eu o provocava para ser alguém de quem provavelmente me ressentiria se cedesse... e tudo que ele fazia era dizer não, ainda que seu corpo deixasse claro que ele também queria. A partir de hoje, vou tentar ser menos cheia de hormônios... tentar. Prometer seria uma loucura. Eu o quero tanto.Como sabia que ele estava com Allan planejando sei lá o que, bati na porta de Lynda.— Aconteceu alguma coisa? — ela disse me puxando para dentro e me fazendo sentar na cama.Agradeci por ela ainda ser a mulher que conversou comigo no jardim e não a chata que antes nos visitava raramente.— Desculpe, eu sei que não somos intimas, mas precisava conversar com uma mulher — disse temendo que ela me mandasse cuidar dos meus problemas sozinha.— Claro, querida! Estou aqui. — Ela se mostrou receptiva, o que me fez suspirar de a
Algumas vezesA sementinha do amorCai em solo desconhecidoE precisa enfrentar as quatro estaçõesAntes de florescer.Bella KalffmanQuando acordei, nua, dias atrás, as lembranças da noite com Allan me envolveu completamente. Naquele momento, tudo que eu conseguia era passar as mãos nos cabelos me descabelando completamente.Meu Deus! Por que fiz isso? Não acredito que me deixei levar. Não acredito que me envolvi. O jeito como ele me amou foi tão intenso... Ele amou a esposa, sua idiota! Como irei olhá-lo agora? Como vou fingir se ele quiser fazer outra vez? Esses eram os pensamentos que me atormentavam desde o dia que tive uma noite de sexo com um marido que não era meu.Eu não conseguia parar o sentimento que crescia dentro de mim. Era impossível. Quando olhava para Allan meu corpo todo reagia como se estivesse sendo tocada naquele instante. Esse sentimento trazia a lembrança da morte do meu marido e me sentia uma traidora.Eu agia ainda menos parecido com a Lynda, pois o medo me d
Não sei quanto tempo passou, mas creio que foram dias. Ninguém apareceu aqui, nem mesmo para me cobrar respostas. Vilard parecia querer me torturar e Allan não se importava. A fome e a sede era o que menos mexia comigo. Meu coração estava doendo com a possibilidade de Lynda ter ligado e eu não pude ver. Se ela pensasse que eu não estava seguindo o acordo poderia machucar Luke. Se eles a encontrassem primeiro, meu filho também corria perigo.Chorei até meus olhos secarem. Gritei, mesmo que o Vilard tenha dito para não o fazer. Pelo jeito, não era possível me ouvir na casa, pois ninguém apareceu. Ou talvez apenas estivessem me ignorando.Estava meio zonza, e alucinações me faziam ouvir o choro de criança. Via Lynda balançando Luke e sorrindo para mim enquanto usava uma das mãos para levantar uma faca na direção dele.— Nãooo! — o meu grito saiu mais como um gemido.Finalmente, a fome e a sede drenaram o que eu tinha de força física. Só restava em mim a dor no coração por não proteger o