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Capítulo 4 Vá Embora

Mia Madson

Foram três dias tranquilos aqui nessa casa e sim me apossei dela, ninguém veio aqui e eu pude andar por aí, ver a natureza e colocar os meus pés descalços no chão, sabe a quanto tempo eu não fazia isso? Também não me lembro, e é tão ruim não me lembrar das coisas. Depois que fui me arriscar numa carreira de atriz que não é nada promissora para mim e que eu não gosto, eu deixei de ser eu mesma, para ser uma personagem. 

A preparação para a festa de aniversário da senhora Geordano estava a todo vapor, a minha recepção de casamento foi algo tão pequeno perto da grandiosa festa da matriarca, seus sessenta anos seria marcado com uma festa de arromba. Eu observava tudo da casa de Geovane, me sentia uma intrusa ali no meio daquelas pessoas, mas eu precisava estar ali. Então vamos a mais uma atuação. A minha mala foi trazida no outro dia depois do casamento, e eu não tinha uma roupa apropriada para a festa na qual eu não tinha sido convidada, então eu preciso de um vestido novo.  

Ando pela propriedade e encontro um rapaz bonito, alto e moreno. Sua camisa aberta mostrava os pelos que ele tinha no peito, a calça apertada dava visão as lindas pernas grossas. Eu escolhi uma das minhas botas em estilo cowboy, um short curto e jeans e uma camisa do Geovane e de quebra peguei um chapéu dele estava pendurado no closet, soltei meu cabelo, coloquei um óculos de sol e fui para lá conversar com o bonitão.

— Oi - eu dou um sorriso pro moço.

— Oi - ele tira o chapéu - A senhora precisa de alguma coisa? - ele me diz meio acanhado.

— Sim, preciso de um carro para ir até a cidade. Tem algum disponível aqui ou algum táxi que venha até aqui me buscar?

— Tem uma caminhonete, senhora. Mas ela tá um pouco suja por conta do trabalho, eu a uso para buscar as coisas na cidade. Eu vou até a cidade buscar umas coisas para cá, se quiser uma carona.

— Eu quero a carona.

De longe vejo a mãe de Geovane, me olhando e falando com as pessoas que estão organizando a tal festa dela, eu a olho e lhe dou um tchauzinho e um sorriso, ela ao contrário fecha a cara para mim e vai para dentro da casa. Espero não colocar o rapaz que vai me levar até a cidade em apuros, mas eles terão que me engolir aqui até eu ir embora e conseguir o que eu quero, depois de um mês estou longe de tudo isso.

Entrei na caminhonete com o rapaz que nem sei o nome, e ele segue pelas ruas de terra batida, tudo era tão lindo, o verde tão presente naquela paisagem, o parreiral de uvas na Toscana era algo tão perfeito, as fileiras de pés de uvas faziam um desenho perfeito naquela imensidão de terras.

— Como é bonito isso aqui.

— Eu também acho senhora, sou apaixonado por essa vista.

— Faz tempo que você trabalha aqui? Na propriedade?

— Sim, desde pequeno eu trabalho lá, minha mãe é cozinheira da casa grande, trabalha com os Geordano há muitos anos.

 Ele me contou algumas coisas sobre eles e eu acabei guardando essas informações que podem ser úteis em algum momento, quando chegamos na cidade eu anotei o telefone dele e iria ligar assim que encontrasse o vestido certo para festa de aniversário da minha querida sogrinha. Ele foi fazer as compras para a propriedade e eu fui para o shopping. Andei por lá olhando as lojas e me apaixonei por um vestido vermelho, as costas eram nuas e eu tinha certeza que iria ficar perfeito no meu corpo. Entrei na loja e a moça me olhou com cara feia, provavelmente me achou uma roceira sem dinheiro, eu pedi que me mostrasse o vestido que estava na vitrine, ela não queria muito me mostrar. 

— Moça eu quero ver o vestido. Pode pegar, por favor?

— Ele é muito caro para você.

— Eu não lhe perguntei o preço.

Enfim, provei o vestido e ele ficou perfeito, disse a ela queria levar e ela fez uma cara de que eu não teria dinheiro para pagar. 

— Como vai ser o pagamento?

— A vista - entreguei o meu cartão a ela 

— Trate melhor as pessoas, querida, você pode estar falando com alguém com muito dinheiro e não sabe, e ela pode ir até a sua gerente e dizer que não quer que a venda vá para você e você pode ficar sem sua comissão. Pega essa dica.

Sai de lá e procurei por um sapato, desse vez foi rápido, comprei um scarpin preto e a vendedora da loja de sapatos foi muito simpática. Eu já estava com meu visual completo, passei na praça de alimentação e comprei um lanche para mim e outro para o rapaz, pedi que embrulhasse e liguei para ele, que já estava me esperando. As pessoas me olhavam como se eu fosse uma árvore-de-natal, talvez fosse o chapéu, e quando eu encontrei com o rapaz na entrada do shopping, o meu marido estava entrando pela porta que eu estava saindo e como ele mesmo me pediu, fiz questão de não cumprimentá-lo. Ao contrário dele, que me observou caminhar e chegar até a caminhonete, abri a porta, joguei o meu cabelo, segurei o chapéu e dei um sorriso para ele, que bufou e veio andando rapidamente em nossa direção.

— Vamos, ande. Acelere o carro e vamos sair daqui.

— Aquele não era o patrão? - ele me pergunta preocupado.

— Não sei, não vi ninguém.

A festa estava muito elegante, pessoas ricas foram convidadas, os mais abastados da Itália estavam ali, mas eu tinha um intuito, encontrar Matteo e descobrir o que ele sabia sobre mim. Procurei por ele, e o encontrei com meu marido, tentei não ser vista e sair de fininho, mas não consegui.

— O que você está fazendo aqui? - meu marido pergunta.

— Eu sou a sua esposa, e está tendo uma festa - meu foco era Matteo - Me concede a honra dessa dança? - Geovane abre a boca para falar, e eu sou mais rápida - Cunhadinho.

— Por que não? - todos olharam e quando dei meu primeiro rodopio, encontrei os olhos de Geovane fixos em mim - Você gosta de provocar meu irmão, não é mesmo? 

— Eu quero falar com você - me aproximo do Matteo.

— O que quer falar comigo?

— Não se faça de bobo Matteo - ficamos naquele impasse, mas eu preciso conversar com ele num lugar mais calmo - Estão todos nos olhando. 

— Você está muito bonita, deve ser por isso - eu revirei os olhos.

Antes mesmo que a música terminasse, o meu marido pegou no meu braço e me perguntou quem havia me convidado, eu sabia que a mãe dele não estava contente com a minha presença ali.

— Vem Mia - ele continua segurando meu braço - Ninguém chamou você para essa festa.

— Solte ela, Geovane - quem pegou no braço do irmão agora foi Matteo - Eu a convidei - ele mentiu.

— Por que trouxe essa mulher para cá? Sabe que ela não é bem-vinda.

— Parem vocês dois - a mãe deles chegou perto de nós e disse sorrindo - O que veio fazer aqui garota? Veio arrumar confusão como sempre faz? - ela diz com um sorriso para que ninguém perceba a nossa discussão.

Paola, a mulher que eu não esperava estar ali, chegou e iluminou a mãe de Geovane, e o meu marido também ficou feliz em vê-la, aquela mulher deixou claro que ela era a preferida. 

— Paola, querida, que bom ter você de volta - a mãe deles diz à mulher - Espero que tudo volte ao normal.

— Me leve para ver o seu avô - cochicho no ouvido de Matteo.

E então, nós dois saímos do salão, e Geovane ficou com as duas sem perceber a nossa saída, ele só tinha olhos para Paola. Eu e Matteo demos a volta pela casa e fomos ver o vovô, que não quis participar da festa. Ele estava em sua cama, já havia se recolhido, entramos devagar no quarto e ele cochilava, como um anjo. Fui até ele e dei um beijo em sua testa, me ajoelhei perto da cama e passei a mão no rosto dele. Escutamos alguns passos, e Matteo disse para nos escondermos. Ficamos presos no banheiro do quarto do vovô. Olhei pela fresta da porta, e lá estava Geovane e Paola. Os dois estavam abraçados e falavam baixinho, para não acordar o senhor deitado naquela cama, fechei a porta e sussurrei para Matteo que era o irmão dele, e ele pediu para que eu fizesse silêncio, mas quando eu fui encostar na pia do banheiro acabei esbarrando em uma saboneteira que caiu no chão e fez um barulho estrondoso chamando atenção de todos que estava no quarto.

— Quem está aí dentro? - Geovane abre a porta e dá de cara com nós dois.

— Você não se toca que ninguém a quer nesta casa. O que você está fazendo aqui?

— Eu vim ver o seu avô.

Quando voltamos para o quarto, o avô deles estava perguntando quem era a Paola, e disse algumas coisas absurdas para ela do tipo que como uma mulher entra no quarto de um homem sem ser convidada. Que ela deveria sair dali o mais rápido possível ou ficaria mal falada, eu acabei soltando uma risada sem querer.

— Vô ela é a Paola, minha noiva. - Geovane diz.

 — Você não pode se casar com essa mulher, ela sim é mulher para você - ele aponta para mim - Não está aqui.

— Paola, desculpe - ela fecha a cara e sai muito brava, pisando duro.

— Olha o que você fez, você só traz confusão para minha vida, saía daqui - ele aponta para a porta.

Eu vou até o vovô e dou beijo em sua mão, ele faz um cafuné no meu cabelo e eu saio de lá, Matteo tenta me acompanhar, mas o meu marido disse que não, que quem vai me acompanhar até a saída agora será ele, para ter certeza que eu não cause nenhuma confusão.

— Eu quero que você vá embora daqui. Essa merda de acordo acabou - nós dois andávamos pelo corredor da casa.

— Você me prometeu um mês e só se passaram três dias nós fizemos um acordo.

— Nós fizemos sim um acordo só que você quebrou, você se apossou da minha casa, você foi à festa da minha mãe sem ser convidada e ainda quer que eu fique calmo com você. Não quero te ver mais aqui, me entendeu e não quero que você fique jogando seu charminho barato para os meu irmão. 

Mas como os nossos corpos pareciam ter ímãs, acabei tropeçando e ele me segurou, o corpo duro e quente atras do meu, a respiração dele no meu pescoço e quando ele chegou perto da minha pele, me lembrei do que ele tinha feito comigo no carro, da sua boca brincando com meu seio, agora as mãos dele seguravam a minha cintura e minha respiração ofegante me deixava a mercê desse homem, e não era pra ser assim, as mãos começaram a subir e eu só queria mais, mais dele, mais daquele momento. Girei a minha cabeça para o lado e nossas bocas quase se encontraram, mas uma das moças do buffet, passou perto de nós e nos tirou daquela nuvem de luxúria. 

— Mia eu acho melhor você ir embora - quando ficamos de frente um para o outro nossos olhos se encontram e percebemos o quanto estávamos perdidos - Eu vou atrás de Paola e tentar arrumar essa confusão toda.

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