Parte 37...
Isabela
A cafeteria estava movimentada, como de costume, com clientes entrando e saindo, o aroma de café fresco e doces no ar estava mesmo convidativo.
Eu aproveito para trabalhar agilmente, atendendo aos pedidos e servindo as mesas, mas minha mente está em outro lugar. Estou esperando que Marco apareça aqui. Ele disse que viria me ver e tem algo como ele me faz sentir que me deixa ansiosa e excitada ao mesmo tempo.
Onde será que ele está? Disse que viria hoje e eu quero vê-lo.
— Isabela - olhei para o balcão. Meu gerente apontou com o rosto outra mesa — Ali!
Eu vi um homem sentado em uma mesa no canto, com o dedo para cima. Caminhei até el
Parte 38...Isabela— Sei... E vai fazer o que? - brinquei — Vai matar o homem?Ele levantou e ajeitou o blazer, sorrindo.— Pode ser - mexeu a cabeça — Ou posso mandar que o matem, se estiver com preguiça.Eu ergui as sobrancelhas e acho que fiz cara de tonta, porque ele riu baixinho e saiu, seguido por seus seguranças.Voltei para a cozinha e Angelique veio falar comigo, curiosa.— Ele queria o que?— Me chamar para outra viagem, mas dessa vez, na quinta à noite.Ela deu batidinhas com as mãos, animada.— Ele está mu
Parte 39...IsabelaAntes de descer do carro, Túlio me deu um envelope com os tais papéis que Marco havia mencionado. Abri e vi que era a dispensa das aulas quando eu quisesse, só tinha que marcar qual aula e dia.— Espera... - eu sorri levemente tensa e até preocupada com isso — Como exatamente você conseguiu resolver a questão de minha prova?Ele virou o rosto, apoiando no braço, como se estivesse pensando no que responder.— Isabela, você está mesmo interessada em Marco? - eu fiz que sim com desconfiança e ele soltou um suspiro — Bom, então vou dar um aviso... Como um amigo... Um novo amigo - ele alisou o volante do carro — Olha... Aproveite seu tempo com ele, qu
Parte 40...IsabelaEscuto um cachorro latindo ao longe e o som de carros passando depressa. Esfrego o rosto de novo, pensando no sonho erótico que comecei a ter com Marco. E eu nunca tive sonhos eróticos antes.— O que está acontecendo comigo?Retiro o lençol e sento na cama, abraçando as pernas, olhando para a penumbra cortada por poucos raios de luz que entram pela cortina, tocando os livros em minha prateleira.Suspirei e levantei. Preciso dormir e na falta de um corpo quente ao meu lado, pego meu elefante rosa e me abraço com ele, fechando os olhos. Marco é um mistério para mim e isso começa a me deixar mais ansiosa.Só não quero qu
Parte 41...MarcoDepois que satisfiz Carolina do jeito que ela esperava de mim, nos arrumamos e fomos até onde o pai dela estava.— Marco! - o pai dela veio até mim de braços abertos — Que bom vê-lo aqui.Até parece que eu não fui diretamente avisado de que deveria comparecer.— Precisamos acertar os detalhes para o grande dia de vocês - ele sorri e aperta minha mão — E outros assuntos necessários, você sabe. Sua estadia será cheia aqui.Eu imagino. Olhei para Carolina um pouco atrás do pai com um sorriso descarado, me encarando como se eu fosse um pedaço de filé.
Parte 42...Marco— Eu vou pensar sobre isso, Don Alfredo - fiz um pequeno gesto com a cabeça — Preciso fazer algumas ligações - também fui autoritário.— Claro, claro - ele sorriu se virando — E depois pode me dizer o que decidiu - parou à porta — Mas eu realmente acho que seria muito bom, para nós dois, se você e minha filha fossem vistos juntos como um casal.Ele saiu e fechou a porta. Merda! Já vai ser uma mudança em meu plano. Voltei para a varanda, tirei a gravata e joguei na cadeira de ferro.Me apoiei na mureta e fiquei olhando a propriedade lá embaixo. O lugar é muito bonito, com um jeito diferente, devido a cultura, mas ainda assim muito bonito. As
Parte 43...IsabelaNossa, não pensei que o barzinho fosse tão agitado assim. Estava esperando uma coisa mais calma, mais música ao vivo e tal, mas tinha gente entrando e saindo direto e a música era ao vivo, só que um estilo mais agitado.— Amiga, não está gostando do bar? - Mariane perguntou, apertando minha perna.— Até que estou sim, mas eu achei que seria algo mais lento, sabe - dei uma risadinha, balançando as mãos — Mais no estilo que eu costumava ir, lá no Brasil.— Eu sei como é, mas aqui está bem legal também - ela me passou um copo — Experimenta esse, é uma delícia. Vai te animar e vai esquecer que o bonitão te deu um bolo.Eu dei um sorriso meio sem graça. Não estou com vontade de falar sobre Marco agora. Ele me fez uma promessa e não cumpriu.— Hum... - bebi um pouco — É bom mesmo, mas acho forte pra mim - limpei a boca com o guardanapo — Ainda bem que a gente vai voltar de táxi. Se fosse para dirigir não ia dar.Ela riu e apontou para Angelique do outro lado, falando com
Parte 44...IsabelaEu me desliguei da conversa de Túlio e também do cara parado perto da mesa, parecendo um manequim de funerária. Me enturmei com os colegas da Angelique que eu não conhecia e foi muito bom.Acho que exagerei um pouco com a bebida. Comecei a sentir uma pontada fina na lateral da cabeça e apertei a testa, girando os dedos, tentando aliviar a pressão.— Acho que hoje você bebeu mais do que podia, querida - Angelique me abraçou por trás.— Até que não - encostei a cabeça para trás — Só não tenho costume. Acho que tomei umas cinco. Não é muito.— Pra você é demais - ela ri e me aperta.— Não esquenta, a noite está só começando - fiz um som exagerado com a boca e ela riu.— Tudo bem, mas você não vai beber mais, certo? - ela pegou minha mão e me puxou de volta para a mesa.— Cadê o esquisito? - olhei procurando por ele — Estava aqui agorinha.— Hum... Acho que ele foi embora.— Ótimo! - abanei a mão — Me leva pra fazer xixi... - dei uma risada alta — Estou apertada.— Vam
Parte 5...IsabelaNão acredito! Meu coração até deu um pulinho de alegria. Será que foi mesmo?— Você está bem? - ele tira meu cabelo dos olhos, prendendo em minha orelha — Me parece que está meio alta.Alta? Eu nem sei como não dormi ainda.— Estou... - pisquei repetido — É que eu dancei muito...— E bebeu também - ele olha para os copos na mesa — A noite está animada.— Está mesmo - cruzei os braços — E você não pode reclamar. Me deu um bolo - ele franziu a testa — Me deixou esperando - explicou.— Não foi por vontade, bebê - ele segura minha nuca — Tive que resolver alguns assuntos que precisavam de minha presença.— Tudo bem - não estou a fim de continuar essa conversa — Não se preocupe.Tudo bem, nada. Eu fiquei bem chateada.— Eu te levo para casa - ele pega minha mão — Vamos!— Não - eu franzi a testa em birra — Eu estou com minhas amigas. Não vou embora agora.— Se despeça de suas amigas. Eu levo você para casa - ele levantou.— Não, Marco! - acho que falei um pouco alto para