Parte 148...MarcoQuando cheguei ao prédio onde Paola ficava quando vinha a Roma, mesmo tendo toda liberdade de ficar comigo em minha casa, já passei direto pelo porteiro e segui para o elevador.Minha mente está fervilhando de ideias e como ainda é muito cedo, tenho a oportunidade de aproveitar mais o tempo. Paola deve estar dormindo ainda, mas podemos conversar enquanto tomamos um bom café para despertar.Toquei a campainha dela algumas vezes, até que ouvi barulho vindo de dentro. Alguns segundos depois, Paola abriu a porta para mim.Estava com uma camiseta longa e os pés descalços. Sua cara era de quem tinha acordado agora e me olhou franzindo a testa e esfregando os olhos, sem entender minha presença tão cedo.— Marco... O que faz aqui tão cedo? - perguntou surpresa, ajeitando o cabelo desgrenhado — Pelo amor de Deus, não me diga que aconteceu algo ruim.Eu entrei e fechei a porta, lhe dando um beijo rápido na bochecha.— Não pude dormir... Aconteceram algumas coisas que precisam
Parte 149...MarcoViajar agora não era o que eu queria, a não ser que fosse para encontrar Isabela, mas isso no momento está fora de cogitação.Fico ansioso para que Fabrizio descubra de onde ela me ligou. Eu não reconheci o número, não é o mesmo de antes, mas se alguém está ajudando a se esconder, é normal que também a ensine alguns pequenos truques. Nada que um bom funcionário de tecnologia não descubra.Não posso mais adiar minha conversa com Don Alfredo. Já estou perdendo a moral até com meu próprio grupo por não resolver logo isso. E agora que sei que Carolina está aprontado para o próprio pai, ficará mais fácil me livrar dela.Paola acha que eu devo dar o perdão a Túlio, mas não posso fazer isso sem criar uma revolta na famíglia e trazer problemas futuros. Não existe isso de perdão.— Você está viajando em sua mente, mais do que no avião, meu irmão - Paola disse rindo.— É verdade - passei os dedos pelo cabelo — Estou ansioso. Fabrizio ainda não me avisou nada sobre a busca.—
Parte 150...MarcoParecia que Deus estava testando minha paciência com tanta coisa acontecendo uma atrás da outra e Ele ainda me envia Isabela, para tirar minha concentração de tudo.— O que está pensando agora? Está com uma cara estranha.— Sobre as mudanças que terão que ser feitas. Vou ter que me livrar de Marcello.— Está seguro disso?— Não posso mais aceitar que ele continue dentro da organização. Já perdeu toda credibilidade - chamei a comissária — Traga algo mais forte para beber.Ela saiu com um sorriso e foi buscar.— Dá pra ver que a notícia o animou, irmão. Está até mais corado. Imagino que agora já era de vez para Carolina.— Já não estava tão animado antes, agora menos ainda.— Cuidado para não fazer merda de novo com a garota.— Não vou... Pelo menos vou tentar não fazer - abri a janelinha e fiquei olhando as nuvens que passavam.— Não fique pensando demais. Apenas seja honesto com ela e deixe que faça a escolha.— Escolha? - olhei para ela.— É claro! - abriu os braço
Parte 151...MarcoQuando eu disse isso, a expressão dele mudou. Creio que o velho está ciente que não tem uma bobinha dentro de sua casa. Mas Don Alfredo sempre foi um homem esperto, faz grandes negócios. Ele sabe bem quem está por baixo de suas asas, só precisa ser lembrado disso.— Muito bem, Marco... Fale logo - estalou os dedos e um dos homens se aproximou — Vá até minha filha e diga que venha até aqui. Se ela não quiser vir, traga-a nem que seja pelo cabelo.Paola me olhou e fez uma cara de quem não gostou, mas fiz sinal para que mantivesse a boca fechada.Fiz um resumo do que Marcello me contou sobre o acordo por baixo dos panos entre ele e Carolina. O velho chegou a ficar vermelho. Não escondi detalhes e quero mesmo que fique com raiva da sujeira da filha, assim como eu de Marcello. Os dois precisam ser punidos.— Sua filha estava com a ideia de usar meu nome e minha influência para tirar seu poder e dominar tudo, tendo ela como a cabeça da máfia Los Reyes, é claro. Marcello e
Parte 152...MarcoEu tinha uma ideia, mas não sabia que Carolina poderia ser tão fria dessa forma. Até eu me enganei, achando que era apenas mais uma fútil que gostava da posição que tinha. Porém, Carolina tinha planos maiores. — Você vai se casar Carolina... Mas será com outro e vai ficar em observação a partir de agora - o pai apontou o dedo para ela.— Eu não vou me casar com outro! - ela gritou abrindo os braços — Eu não sou menor de idade, não pode mandar em mim.Outro tapa e outra queda. A humilhação só aumentava. Ela olhou para mim com ódio, dava quase para sentir. Sentou tirando o cabelo dos olhos e respirou fundo várias vezes, tentando controlar a irritação.Não vou dizer que achei ruim, ao contrário.— E ainda me deve, Carolina - eu disse e me aproximei.— Não devo nada a você, Marco!— É claro que me deve - me abaixei — O que achou que eu iria fazer, quando descobrisse o que fez com Isabela?— Não fale o nome daquela puta em minha casa! - começou a espernegar e gritar — T
Parte 153...MarcoPaola me olhava com uma pergunta expressa no ar. Quando entramos no avião eu expliquei a ela que levaria Eduardo e o juiz já para realizar o casamento de Carolina.E possivelmente, o dela também!— Eu não vou me casar com esse aí! - Carolina apontou o dedo para Eduardo.— Você vai e depois irá direto para sua nova casa - Don Alfredo a agarrou pelo braço — E quando eu precisar de você, aí sim terá permissão de sair de lá, acompanhada.— Eu não vou morar com ele - tentou puxar o braço — Não vou... Não pode me obrigar!— Já estou fazendo isso, filha minha - fez um gesto com os dedos e os seguranças a seguraram pelos braços — Você... Venha logo, vamos começar logo com isso.Estava claro que o velho não estava nada feliz com o que descobriu da própria filha, mas não o culpo. Pra mim foi péssimo ter sido traído pelos meus homens, o que dirá por sua filha.Pelo menos ela se dê por feliz que eu estou conseguindo resolver, sem precisar dar a lição definitiva que ela merece.
Parte 154...Marco— Ótimo! - Don Alfredo bateu as mãos e os dois que haviam segurado Carolina a levaram para fora entre gritos e chutes — Agora os dois... Pode continuar, rápido! - fez um gesto com a mão para o juiz.Paola ficou ao lado de Adrian e depois das poucas palavras do juiz, apenas para constar que a cerimônia foi seguida, os dois assinaram o livro, assim como Carolina e Eduardo antes.— Pronto, está feito. Agora se me dá licença, Don Alfredo, tenho que continuar com meus negócios. Espero que Carolina não seja mais um problema para mim - olhei para Eduardo que esperava no canto. Era até engraçado. Parecia que era um menino esperando o pai mandar que fizesse alguma coisa — Eduardo vai ficar aqui por um tempo até que seu contador repasse a ele as informações necessárias para as entregas. Depois ele voltará para Roma.— Está bem... Entendo... - ele olhou para Paola — E sua irmã, ficará aqui conosco?— Ficar aqui, não... Vou voltar com meu irmão para Roma - ela deu de ombro — As
Parte 155...MarcoAgora o escritório estava em silêncio. Acabei dando uns gritos para que me fizesse entender pelos soldados que estavam fazendo uma entrega perigosa no porto de Miami.Agora que Roberto tinha passado informações importantes para a polícia de Miami, nós tivemos que mudar muita coisa, mas ainda assim estamos tendo problemas.Mais um motivo para que eu não aceite a traição de Marcello, já que ele sabia que o filho estava fazendo isso e ainda levando uma bom pagamento por trás.Bateram na porta e Paola entrou, com uma cara séria e parecendo determinada. Já sei o que ela quer.— Se veio reclamar de ter se casado, você poderia ter dito que não - ergui a mão — Agora está feito e se eu ligar para desfazer isso, o velho é capaz de mandar alguém me matar, só de raiva - dei risada — Ou então mandar que eu enviei você para ficar com Carolina.— Deus me livre! - ergueu as sobrancelhas rindo — Prefiro ir para o inferno.— Então sobre o que é?— Sobre Isabela, é claro - ela puxou a