Parte 114...
Marco
Ainda não estou convencido totalmente sobre a culpa de Toledo, apesar de que ele teve sim uma participação. Mas chegar ao ponto de mandar pegar Isabela, isso não ficou claro e Alfredo fez questão de atrapalhar.
É isso. Tem a mão dele, mas eu preciso de mais provas para fazer algo contra ele ou terei uma guerra nas mãos e isso nunca termina bem, ainda que eu saiba que podemos vencer, mas os custos serão grandes em vários pontos.
Meu celular toca em cima da cama. Tenho mesmo que ligar para Túlio, mas vejo que a chamada é de Carolina.
— Marco, você vem para cá?
— Não - fui curto.
Parte 115...MarcoA atendente do aeroporto pegou meu passaporte e carimbou, abrindo a porta com um sorriso. Uma vantagem de ter meu próprio avião particular. Não preciso ficar em filas ou dividir meu espaço com mais ninguém. O que no momento é ótimo porque estou sem paciência.Sei que tem algo de errado rolando e como não é de admirar, se souber que tem mais traidores agindo por minhas costas, eu apenas vou aceitar isso e resolver da forma adequada.Ser um Don da máfia é assim. Traições dia e noite. São poucos os tempos de calma e de paz. O poder confunde a mente das pessoas e não é nenhuma surpresa, saber que alguém que eu goste e até confie, acabe por me trair.
Parte 116...MarcoMinha ansiedade está alta, uma coisa que eu detesto. Isso quer dizer que não tenho controle total da situação, o que ocorre desce que tiraram Isabela de meu lado e a colocaram no maldito hospital.Liguei para o médico para saber como estava ela agora e não gostei de sua resposta. Ele me pediu para ir ao hospital e falaria comigo lá.Como tenho que saber também de Túlio, é até bom ir falar com o médico que cuidou dela. Ao entrar no quarto de Túlio, antes de ir até o dela, Marcello já estava lá. Os dois conversavam em voz baixa e olharam para mim ao mesmo tempo. Vi as suas expressões mudarem.— Algo de errado com você, Túlio? - achei estranha a expressão deles.
Parte 117...Marco— O que vejo é você - apontei e apertei os dentes furioso — Agindo pelas minhas costas de novo, Marcello. E eu não gosto nada disso - balancei a cabeça — Não gosto nada!— Não pense dessa forma - ele esfrega a testa com preocupação — A garota era inocente demais para ficar em nosso meio... Não percebe que tudo isso foi por culpa sua? - eu fechei a cara com irritação — Se você já está de casamento marcado com Carolina, deveria ter se mantido longe dela.— O que você quer, Marcello? - apertei os olhos em desconfiança — Por acaso quer que eu me sinta culpado por Isabela? Ela estava bem comigo até Carolina aparecer... E logo em seguida ela foi
Parte 118...IsabelaO mais alto deles, de nome Giorgio ergueu a mão.— Para onde pensa que vai, Isabela?A voz dele era dura e controlada. Eu também tentei manter a calma.— Só quero dar uma volta, respirar um pouco de ar fresco.— Não pode - me respondeu e segurou em meu braço — Tem que repousar.— Eu já fiz isso e me sinto bem melhor.O outro ao lado cruzou os braços e sorriu.— Sabe que não pode sair sozinha, são regras - Giorgio fez uma cara de “óbvio&rd
Parte 119...IsabelaDepois que falei com as meninas fiquei menos preocupada. Triste por minha faculdade que eu batalhei para conseguir a bolsa, mas feliz por ver que encontrei pessoas amigas de verdade. Até Angelique parecia outra pessoa. Não sei se o que me aconteceu deu um choque de realidade nela ou se foi apenas por amizade mesmo, depois que ficamos um pouco distantes, após eu saber que ela aceitou o dinheiro de Marco.E por falar nele, como estará agora? Será que já me esqueceu e colocou outra no lugar? E será que vai mentir pra ela também, como fez comigo? De repente já se casou.Não sei se foi algo de minha mente, mas eu ainda tenho a sensação de que ele disse que me amava. Talvez fosse só uma compensação de meu cérebro assustado. Pensei que ia morrer.Estava esperando que os dois gorilas do inferno me dessem uma folga para ligar. Espero que consiga falar com Timothy. No momento, é a única saída que vejo para me livrar dessa nova prisão, antes que eu me ferre de novo.Mariane
Parte 120...Marco* Marco *Olhando para a sala, me sinto um idiota. A sala é grande e luxuosa, mas estou aqui sozinho. A sala é fria e desolada. Deixei só a luz dos abajures acesas para não incomodar minha visão. Já estou com enxaqueca desde cedo. As cortinas estão fechadas me isolando do mundo exterior.Deito a cabeça para trás e mexo o gelo no copo. Já está quase no fim. Olho para meu teto decorado, feito por um profissional de renome e já não consigo mais achar beleza nele como antes. Minha mente está pesada e só penso no que o médico disse.“Eu sinto muito... Isabela morreu... Foi uma hemorragia inesperada”.Eu fecho os olhos, tentando afastar a imagem dela, tão frágil quando a encontrei naquele quarto sujo e frio, jogada no chão, sendo agredida por aqueles canalhas.Não me arrependo de ter matado cada um deles. E nem dos que vieram depois, quando soltei minha frustração. Pena que não pude me divertir com Toledo.A culpa está me corroendo por dentro, quase tanto quanto a saudad
Parte 121...IsabelaNão foi fácil, mas consegui enganar os dois trogloditas e eles me trouxeram até a clínica do amigo de Timothy. Estou nervosa mas já começo a ficar boa em mentir.Fiz um draminha que estava me sentindo mal e que precisava dar uma olhada nos pontos da cirurgia. Eles não tiveram outra coisa a fazer, a não ser me trazer no consultório. E ainda assim, deu trabalho para que me trouxessem exatamente aqui. Fiz um malabarismo para dar certo.Bem, se eles podem mentir e manipular, porque eu não também não?Estou sentada na sala de espera, fingindo interesse, folheando uma revista, mas na verdade, estou ligada em cada vez que as portas se abrem, esperando que seja o Timothy.Finalmente, a porta abriu e ele entrou, olhando em volta. Fingiu não me conhecer, falou com as pessoas que esperavam e entrou na sala.Tive que fazer esforço para não dar dica de que eu o conheço. Giorgio está parado no canto, parecendo um vaso decorativo e o outro ficou lá fora esperando.Após um minuto
Parte 122...IsabelaO amigo dele estava sentado na cadeira, lendo uma ficha. Olhou para mim e me pareceu curioso.— Quem é perigoso? - questionou.— Ninguém que você conheça - Timothy respondeu — Me dá o jaleco de novo.Timothy vestiu o jaleco branco novamente e o amigo dele voltou para a salinha onde estava antes. Respirei fundo duas vezes para entrar no papel e fiz uma cara de incomodada. Nossa conversa lá fora não passou de dez minutos, mas era tempo suficiente para um exame simples.— Muito obrigada! - dei um sorriso meio sem jeito ao sair, só pra enganar mesmo.— Estimo melhoras - Timothy fez um gesto com a cabeça — E fique atenta aos pontos.Agradeci de novo e passei por Giorgio que logo veio atrás de mim como uma sombra. Não vejo a hora de me livrar desses dois e tomar outro rumo. Se depender de mim, nunca mais volto a olhar para a cara de nenhum deles.** ** *** Mariane *— Não sei ainda, Angelique. Temos que ver se há necessidade.Estava falando com Angel ao telefone, sobre