Parte 120...
Marco
* Marco *
Olhando para a sala, me sinto um idiota. A sala é grande e luxuosa, mas estou aqui sozinho. A sala é fria e desolada. Deixei só a luz dos abajures acesas para não incomodar minha visão. Já estou com enxaqueca desde cedo. As cortinas estão fechadas me isolando do mundo exterior.
Deito a cabeça para trás e mexo o gelo no copo. Já está quase no fim.
Olho para meu teto decorado, feito por um profissional de renome e já não consigo mais achar beleza nele como antes. Minha mente está pesada e só penso no que o médico disse.
“Eu sinto muito... Isabela morreu... Foi uma hemorragia inesperada”.
Eu fecho os olhos, tentando afastar a imagem dela, tão frágil quando a encontrei naquele quarto sujo e frio, jogada no chão, sendo agredida por aqueles canalhas.
Não me arrependo de ter matado cada um deles. E nem dos que vieram depois, quando soltei minha frustração. Pena que não pude me divertir com Toledo.
A culpa está me corroendo por dentro, quase tanto quanto a saudad