Por causa da briga do dia anterior, Ariana havia acreditado que o carro de Sam havia sumido porque ele decidira ir embora. Contudo, ele, na realidade, viajara para uma cidade vizinha para visitar a joalheira de um amigo do pai de Ariana, e comprar as alianças. Quando ele retornara, os dois haviam conversado e se resolvido. No jantar daquela noite, o pedido fora feito. Ariana fizera justamente como eu a aconselhara e não houve nenhuma resposta além de "eu aceito".
Uma vez presente naquele jantar de noivado, eu tive que colocar um sorriso no rosto, ouvi-los contar aquela história e celebrar. Eu nunca me senti tão estúpido. Como pude pular de cabeça num sentimento há tempos esquecido? Como pude ser tão idiota, a ponto de correr para sua casa com o objetivo de expressar meus sentimentos, embora soubesse que ela amava Sam? A cada
Quando cheguei em casa, haviam, pelo menos, sete ligações perdidas de Ariana. Para piorar, Tommy não estava em lugar algum e já estava anoitecendo. Corri para o andar de cima para perguntar para minha mãe se ela vira Tommy, porém, ela estava tão perdida quanto eu. Preocupado, peguei meu telefone e fui para a cozinha.— Alô, Ariana? — retornei suas chamadas, aflito, enquanto preparava uma xícara de café para me manter acordado. — O que aconteceu? Está tudo bem?— Tommy está com você? — balbuciou Ariana, parecendo nervosa. Não me contive e xinguei alguns palavrões. Tommy não estava com nenhum de nós dois, algo não poderia ser bom.&mdas
Anos depois, quando eu tentasse recordar aquele momento, tudo que veria eram cenas nebulosas do meu corpo perdendo a força e o meu celular escorregando das minhas mãos. Como se houvesse perdido meu chão, com mais nada para me sustentar, eu desabei. Estava congelado, estático. Minha visão estava turva por causa das lágrimas e minha pressão provavelmente havia caído. Porém, nenhum desconforto físico se comparou com o buraco que eu senti dentro do meu ser, como se uma parte de mim tivesse sido bruscamente arrancada sem eu ter ao menos a chance de me despedir. Eu não conseguia me mover, não conseguia pensar, ou respirar.Minha mãe estava morta.Minha mãe está morta.E eu estava em Nova York, procurando por um filho que me odiava e não queria ser encontrado.<
Não queria que as palavras dobartendertivessem surtido tanto efeito como fizeram. Na manhã seguinte, ainda com aquilo em mente, decidi, enfim, carregar meu celular. Haviam tantas notificações perdidas que não me dei ao trabalho de checar todas elas, somente a mais recente, uma de Tommy.— Oi, pai. — dizia ele na mensagem de voz. Meu coração se partiu ao escutá-lo. Eu sentia tantas saudades e me odiava por ter sumido daquela forma. Sentei na cama com o aparelho pertinho do ouvido, lagrimando, prossegui com a mensagem. — Duvido que você vá ouvir isso. Mas a mamãe sempre me disse para não desistir, então... E ela meio que me obriga a mandar essas mensagens idiotas também. Bem, tanto faz, só queria lembrá-lo do jogo de futebol no sábado.
Eu ainda estava fervendo em raiva quando a campainha tocou. Caminhando até a porta, eu só pensava em Jason e todos os motivos que tinha para estar indignada com ele. Minha cabeça estava a mil com os recentes acontecimentos, e eu ainda tentava processar tudo. — Eles chegaram! — exclamou April, minha irmã, no segundo em que abri a porta. — O que? — perguntei, franzindo a testa. Bufando, April entrou na minha casa, jogou-se no sofá e lançou um envelope na mesinha. — São os papéis do divórcio? — São os papéis do divórcio. — afirmou ela. — Precisamos de uma bebida. — falei, indo para a cozinha. — Você leu a minha mente. E uma bem forte!
Quase um mês depois, as coisas estavam começando a voltar ao normal. Jason voltara com o irmão para New Heaven para procurar os melhores profissionais que pudessem ajudá-lo. Ele estava motivado, principalmente por causa de Tommy, e já havia feito um grande progresso na terapia e no tratamento para parar de beber. Eu e Tommy íamos visitá-lo todo final de semana e ligávamos o tempo todo. Fiquei ao seu lado para tudo que ele precisava pois, por mais difícil que fosse esquecer e perdoar tudo que acontecera, ele precisava muito que as pessoas que se preocupavam com ele o apoiassem.Naquela madrugada, eu estava especialmente animada. Era o aniversário de dezoito anos de Tommy. Eu não podia acreditar que o meu bebê estava se tornando um adulto. Por mais afastados que estivéssemos, eu nunca deixaria de celeb
O mês de outubro chegou e, com ele, o casamento de Chloe e Spencer. Estava tudo uma loucura. Caixas para todo lado, convidados chegando na cidade e últimos ajustes a serem resolvidos. Spencer estava gritando com tudo e todos, sendo mandona como sempre, querendo que tudo saia exatamente como ela tinha em mente, e Chloe estava sentindo aquele desespero que as noivas sentem quando o casamento se aproxima.Na véspera do casamento, Spencer tinha planejado sair com algumas amigas como uma espécie de despedida de solteira, por isso, eu e Ben decidimos fazer o mesmo com Chloe.— Então, como eu estou? — perguntei para Jason e Tommy, que estavam jogando videogame na sala, me exibindo. Afinal, era a primeira vez que eu saia com meus amigos em muito tempo e havia tirado um daqueles vestidos brilhosos e
Quando eu acordei, Sam já tinha saído. Talvez não fosse tão ruim que ele tentasse me evitar devido às circunstancias. Brigamos porque ele tinha ciúmes de Jason, e eu o disse que não deveria se preocupar. Porém, algumas horas depois, Jason tentara me beijar e eu não sabia como processar tudo isso. Por que ele faria isso? Essa era a pergunta que não saía da minha cabeça. Por anos, eu represei qualquer sentimento que tivesse por ele, porque achava que ele não me amava.Eu estava errada?Errada ou não, não importava mais. Eu estava noiva, e, mesmo que meu noivo estivesse agindo como um idiota, eu precisava respeitar aquele comprometimento.A primeira coisa que fiz depois de me levantar foi lavar o rosto com uma água
— Você está vendo o mesmo que eu? Eu estou com problemas de vista ou eles estão realmente se dando bem?Eu e April estávamos observando Tommy e Zane pela janela, escondidas na cozinha. Tommy nunca ligara muito para o primo, aparentemente ele tinha concordado em consertar a casa na árvore com Zane no dia do aniversário dele, mas por causa daquela briga com o sobrinho de Luke Cooper, ele nunca compareceu. Como a casa na árvore era uma coisa que Zane fazia com o pai, que agora havia se mudado por causa do divórcio, aquilo era um motivo para que ele ficasse sensível e a quebra da promessa de Tommy realmente o magoou. Por isso, eu e April convencemos o meu filho a consertar a casa sozinho, para compensar com o primo.— Acho que "se dando bem" é forte demais. &md