— Mesmo que você me mande calar a boca, eu preciso falar. Não entendo por que, se ainda gosta da Srta. Renatta, não tenta reconquistá-la! — Insistiu Edgar.Lorenzo suspirou, já com um começo de dor de cabeça, e respondeu em tom sério:— Gostar dela não significa que temos que ficar juntos. Ela tem escolhas melhores, Edgar. Além disso, o Grupo Marques está agora nas mãos da família Timelo, e Lígia tem a mentalidade de uma criança de sete ou oito anos. O que eu posso oferecer a Renatta?— Ninguém vai amá-la como você, e isso já é o suficiente.— Chega, não quero mais falar sobre isso. Vou subir para ver Lígia. E, daqui em diante, não entre mais em contato com a Renatta!Ao se aproximar do quarto de Lígia, Lorenzo, pelo vão da porta entreaberta, viu Renatta cuidando de Lígia, passando uma toalha em sua testa febril. Ele entrou em silêncio e murmurou:— Obrigado. Deixe que a empregada cuide disso.Renatta, sem nem levantar a cabeça, respondeu:— Não precisa.Vendo que ela continuava concen
Comparado à irritação de Edgar, Lorenzo mostrava-se bem mais tranquilo:— É normal. Vamos encontrar mais gente assim no futuro. Prepare-se psicologicamente para isso.— Eu sei, mas ainda assim é difícil não me irritar. — Admitiu Edgar.Se aqueles caras soubessem que o responsável pela ascensão meteórica da Tecnologias Inspiração há cinco anos era o próprio Lorenzo, com certeza não teriam essa atitude agora!— Escuta, você está comigo há muitos anos. Quantas pessoas já não cruzaram nosso caminho? É sempre assim, não falta quem jogue pedras, mas quem ajuda quando precisamos é raro. Se não querem cooperar, que fiquem de lado. Concentre-se em quem realmente quer trabalhar connosco.Edgar respirou fundo, assentindo:— Certo. O Jorge da Seiku concordou em te encontrar amanhã às cinco, no Hotel Rainbow. Ah, e a festa de 25 anos da Larissa, da família Cabral, vai ser lá também.— Entendido.— Quer que eu providencie algum presente para os Cabral?— Deixo essa parte com você.— Perfeito.Após a
Renatta manteve uma expressão serena enquanto se aproximava da mesa de centro e abria a caixa. Dentro, havia um longo vestido de seda verde-claro, tomara que caia, com uma rosa de seda verde bordada no lado esquerdo do busto. Pétalas feitas de pequenos cristais brilhavam como gotas de orvalho, dando à flor uma aparência vívida.— Esse vestido é lindo! Você vai ficar maravilhosa com ele. Já até pensei no penteado que combina. — Exclamou Helga, empolgada.Percebendo que Renatta parecia pouco animada, Helga franziu o cenho:— O que foi? Não gostou do vestido?— É bonito.— Então, você não gosta de quem mandou?Renatta colocou o vestido de volta na caixa, lançando um olhar irritado para Helga:— Para de adivinhar coisas. Só estou de mau humor porque você me acordou cedo demais.Helga ficou sem palavras por um instante, olhando-a meio sem graça.— Vou preparar algo para o café. Quer? — Perguntou Renatta.Renatta já estava a caminho da cozinha, e Helga apressou-se para acompanhá-la:— Claro!
— Ouvi dizer que abriu um restaurante de frutos do mar ali na Rua do Sul. Vamos comer uma paella? — Sugeriu Helga.— Vamos. — Concordou Renatta.Assim que chegaram à entrada do restaurante, encontraram Abelo. Ele estava acompanhado de uma mulher jovem e encantadora, e os dois conversavam alegremente, mostrando bastante intimidade. Renatta lançou um olhar para Helga, mas ela manteve o rosto impassível.— Vamos entrar. — Disse Helga.Helga agiu como se nem tivesse visto Abelo, puxando Renatta até uma mesa e sentando-se sem cerimônia. Assim que se acomodaram, Helga pegou o cardápio e, sem hesitar, pediu vários pratos. Só então passou o cardápio para Renatta:— Veja o que quer comer.Renatta observou o rosto da amiga e perguntou em voz baixa:— Está tudo bem?Helga a olhou com expressão de dúvida:— Por que não estaria? Não me diga que está falando do Abelo?— Sim.— Eu e ele não temos mais nada a ver há tempos. Achei estranho você ficar me olhando daquele jeito... até pensei que meu rímel
Percebendo os olhares de muitos homens recaírem sobre ela na sala de festas, Helga esboçou um leve sorriso e entrou com naturalidade. Assim que se sentaram, um homem veio cumprimentá-la:— Srta. Helga, esta noite está tão deslumbrante que quase não a reconheci.Helga ergueu as sobrancelhas e pegou a taça de vinho que ele lhe entregava, dando um gole suave:— Sr. Rosário, troca de companhia todo dia. Aposto que já perdeu a conta e mal se lembra de como eu sou.Rosário riu:— A Srta. Helga me faz uma injustiça. Nenhuma daquelas mulheres chega aos seus pés.Helga esboçou um sorriso, mas seu olhar era distante e despreocupado:— Se não me engano, quando entrei, o senhor estava com uma beldade ao lado. Se ela ouvir isso, com certeza ficará magoada.— Apenas uma acompanhante. Não significa nada. Será que tenho a honra de lhe pedir uma dança?— Claro.Helga pousou a taça, levantou-se e pegou a mão de Rosário, seguindo com ele para o centro da pista.Assim que a música acabou, Rosário se afast
Após a saída de Helga, Francisco olhou para Renatta e falou baixo:— Quer comer alguma coisa? Posso buscar pra você.— Não precisa, você deveria descansar um pouco. — Disse Renatta.— Tudo bem. Ah, lembrei: o Teatro da Cidade C vai ter uma apresentação. Consegui dois ingressos com um amigo. Quer ir comigo?A mão de Renatta, que estava repousada sobre a perna, se apertou levemente. Depois de um breve momento de hesitação, ela assentiu:— Claro, quando vai ser?— Na próxima sexta-feira. Passo para te buscar, e aproveitamos para jantar juntos.— Tá bom.Enquanto conversavam, as luzes da sala de eventos subitamente se apagaram. Em seguida, um facho de luz iluminou o palco, revelando uma mulher de vestido longo azul-claro, que caminhou lentamente até o centro da cena. Ela tinha um porte elegante, traços faciais impecáveis e um sorriso autoconfiante que a tornava irresistível.Ao se posicionar diante do microfone, ela sorriu ligeiramente:— Boa noite a todos. Sou Larissa. Agradeço a presença
Com o final da fala de Ian, as pessoas ao redor deram sorrisos irônicos. Afinal, antes, quando Lorenzo ainda era presidente do Grupo Marques, sua personalidade distante já tinha desagradado muitos; agora, todos queriam aproveitar a oportunidade para pisar nele enquanto estava em baixa.Lorenzo olhou para o copo de bebida que Ian lhe oferecia com uma expressão impassível, sem demonstrar qualquer reação. Ele havia marcado com Ian em outra sala reservada, mas o garçom o trouxe para a festa de aniversário de Larissa, obviamente sob ordens de Ian, que claramente queria humilhá-lo publicamente.Ao ver que Lorenzo não pegava o copo, os olhos de Ian brilharam com uma ponta de irritação, e ele resmungou em um tom frio: — Lorenzo, eu te chamei de "Sr. Lorenzo" por consideração, mas não pense que pode se dar ao luxo de me desrespeitar. Hoje, você vai beber isso de qualquer jeito, a menos que não queira continuar em Cidade C!— Já que Sr. Ian não tem interesse em cooperar, vou me retirar. — Diss
Ao verem que era Renatta, todos ao redor ficaram surpresos. Ian, suando de dor, cerrou os dentes e sibilou: — Renatta, como ousa fazer isso comigo? Não vou deixar isso passar!Mas Renatta nem lhe deu atenção e se virou para oferecer um lenço a Lorenzo:— Enxugue-se. Lorenzo pegou o lenço: — Obrigado. — De nada. Renatta então olhou para Ian com um semblante frio e disse: — Só porque abriu uma empresinha já acha que pode agir com arrogância? Não precisa me ameaçar; pode me processar. A partir de agora, o Grupo Borges e o Grupo Pires não têm mais nenhuma parceria. Ian soltou uma risada sarcástica:— Quem você pensa que é? Não passa de uma filha adotiva da família Borges! A família Borges jamais encerraria a parceria com o Grupo Pires por sua causa! — É mesmo? Então posso te informar que, de fato, o Grupo Borges não terá mais nenhuma ligação com o Grupo Pires. Uma voz gelada ecoou da entrada, e o rosto de Ian empalideceu ainda mais ao ver quem era. — Sr. Filipe... como p