Percebendo os olhares de muitos homens recaírem sobre ela na sala de festas, Helga esboçou um leve sorriso e entrou com naturalidade. Assim que se sentaram, um homem veio cumprimentá-la:— Srta. Helga, esta noite está tão deslumbrante que quase não a reconheci.Helga ergueu as sobrancelhas e pegou a taça de vinho que ele lhe entregava, dando um gole suave:— Sr. Rosário, troca de companhia todo dia. Aposto que já perdeu a conta e mal se lembra de como eu sou.Rosário riu:— A Srta. Helga me faz uma injustiça. Nenhuma daquelas mulheres chega aos seus pés.Helga esboçou um sorriso, mas seu olhar era distante e despreocupado:— Se não me engano, quando entrei, o senhor estava com uma beldade ao lado. Se ela ouvir isso, com certeza ficará magoada.— Apenas uma acompanhante. Não significa nada. Será que tenho a honra de lhe pedir uma dança?— Claro.Helga pousou a taça, levantou-se e pegou a mão de Rosário, seguindo com ele para o centro da pista.Assim que a música acabou, Rosário se afast
Após a saída de Helga, Francisco olhou para Renatta e falou baixo:— Quer comer alguma coisa? Posso buscar pra você.— Não precisa, você deveria descansar um pouco. — Disse Renatta.— Tudo bem. Ah, lembrei: o Teatro da Cidade C vai ter uma apresentação. Consegui dois ingressos com um amigo. Quer ir comigo?A mão de Renatta, que estava repousada sobre a perna, se apertou levemente. Depois de um breve momento de hesitação, ela assentiu:— Claro, quando vai ser?— Na próxima sexta-feira. Passo para te buscar, e aproveitamos para jantar juntos.— Tá bom.Enquanto conversavam, as luzes da sala de eventos subitamente se apagaram. Em seguida, um facho de luz iluminou o palco, revelando uma mulher de vestido longo azul-claro, que caminhou lentamente até o centro da cena. Ela tinha um porte elegante, traços faciais impecáveis e um sorriso autoconfiante que a tornava irresistível.Ao se posicionar diante do microfone, ela sorriu ligeiramente:— Boa noite a todos. Sou Larissa. Agradeço a presença
Com o final da fala de Ian, as pessoas ao redor deram sorrisos irônicos. Afinal, antes, quando Lorenzo ainda era presidente do Grupo Marques, sua personalidade distante já tinha desagradado muitos; agora, todos queriam aproveitar a oportunidade para pisar nele enquanto estava em baixa.Lorenzo olhou para o copo de bebida que Ian lhe oferecia com uma expressão impassível, sem demonstrar qualquer reação. Ele havia marcado com Ian em outra sala reservada, mas o garçom o trouxe para a festa de aniversário de Larissa, obviamente sob ordens de Ian, que claramente queria humilhá-lo publicamente.Ao ver que Lorenzo não pegava o copo, os olhos de Ian brilharam com uma ponta de irritação, e ele resmungou em um tom frio: — Lorenzo, eu te chamei de "Sr. Lorenzo" por consideração, mas não pense que pode se dar ao luxo de me desrespeitar. Hoje, você vai beber isso de qualquer jeito, a menos que não queira continuar em Cidade C!— Já que Sr. Ian não tem interesse em cooperar, vou me retirar. — Diss
Ao verem que era Renatta, todos ao redor ficaram surpresos. Ian, suando de dor, cerrou os dentes e sibilou: — Renatta, como ousa fazer isso comigo? Não vou deixar isso passar!Mas Renatta nem lhe deu atenção e se virou para oferecer um lenço a Lorenzo:— Enxugue-se. Lorenzo pegou o lenço: — Obrigado. — De nada. Renatta então olhou para Ian com um semblante frio e disse: — Só porque abriu uma empresinha já acha que pode agir com arrogância? Não precisa me ameaçar; pode me processar. A partir de agora, o Grupo Borges e o Grupo Pires não têm mais nenhuma parceria. Ian soltou uma risada sarcástica:— Quem você pensa que é? Não passa de uma filha adotiva da família Borges! A família Borges jamais encerraria a parceria com o Grupo Pires por sua causa! — É mesmo? Então posso te informar que, de fato, o Grupo Borges não terá mais nenhuma ligação com o Grupo Pires. Uma voz gelada ecoou da entrada, e o rosto de Ian empalideceu ainda mais ao ver quem era. — Sr. Filipe... como p
No rosto de Larissa não havia sinal de descontentamento com uma voz suave, ela disse: — Que tal trocar, só por precaução? Afinal, aconteceu algo assim na minha festa de aniversário, e me sinto um pouco culpada. Lorenzo franziu a testa:— Realmente, não é necessário. Agradeço pela gentileza, Srta. Larissa. Dizendo isso, Lorenzo olhou diretamente para Renatta:— Obrigado por hoje. Ao encontrar o olhar de Lorenzo, Renatta percebeu uma leve suavidade em seus olhos, e Larissa, ao notar isso, teve um brilho momentâneo no olhar, enquanto suas mãos, ao lado do corpo, se contraíam involuntariamente. — Fiz o que precisava ser feito. Afinal, foi por ajudar a família Borges que você deu a Abelo a oportunidade de fazer isso. — Respondeu Renatta. Lorenzo sentiu uma pontada de tristeza. Ele acreditava que Renatta o ajudara por ainda nutrir algum sentimento por ele, mas agora percebia que tudo não passara de uma ilusão de sua parte. — Tenho alguns compromissos. Vou indo. — Disse Lorenzo.
As mãos de Renatta apertaram o volante involuntariamente. Ela sabia que esse momento chegaria, mas, ao ouvir as palavras de Francisco, sentiu uma ponta de hesitação em seu coração:— Essa questão... Deixa eu pensar um pouco, está bem? Sinto que está indo rápido demais. Além disso, o Grupo Borges ainda tem muitas pendências, e, no momento, não consigo focar nisso... Francisco ficou em silêncio, e a quietude preencheu o carro. Só quando pararam em frente à casa da família Pereira, ele se virou para encará-la:— Você acha que está rápido demais ou nunca pensou realmente em um futuro comigo? Renatta franziu o cenho, levantando o olhar para encarar os olhos questionadores de Francisco:— Nosso noivado foi muito repentino... Na época, achei que sua perna não fosse se recuperar e que o noivado facilitaria meu cuidado com você, mas agora... Antes que pudesse terminar a frase, Francisco a interrompeu diretamente:— Agora que estou bem, você não quer dar um passo adiante, é isso? — Não é
Renatta mordeu o lábio, indecisa:— Eu também não sei... mas é uma espécie de intuição. Além disso, se eu não investigar isso agora, provavelmente sempre vou ter essa desconfiança em relação a ele. Seria bom se pudéssemos eliminar qualquer suspeita.— Entendi. Vou designar alguém para investigar o Francisco. — Disse Filipe, fazendo uma pausa antes de continuar. — Renatta, se não há confiança entre vocês, mesmo que acabem se casando, dificilmente vão durar. Casamento é para a vida toda; você precisa ter certeza disso.— Eu sei. — Respondeu Renatta, suspirando.Após encerrar a ligação, Renatta soltou um suspiro pesado. Se realmente ficasse comprovado que Francisco não tinha nada a ver com o desaparecimento de Fabíola, ela poderia dar uma chance para os dois e ver até onde poderiam chegar.Ao ver as horas, percebeu que já não conseguiria voltar a dormir. Levantou-se, lavou o rosto e foi preparar o café da manhã. Enquanto comia, uma manchete de entretenimento chamou sua atenção:[Grupo Pir
Renatta ficou surpresa por um instante, mas logo franziu a testa:— Ela é a herdeira da família Cabral. Como poderia se apaixonar por um homem à primeira vista?Quanto mais poderosa a família, mais rígida a criação dos filhos e maior o foco nos interesses. Embora o amor impulsivo exista para pessoas assim, Larissa não parecia o tipo que agiria por impulso, muito menos se apaixonaria de forma tão escancarada por um homem depois de uma noite.Além disso, Lorenzo já não era mais o presidente do Grupo Marques. Se Larissa realmente estivesse interessada nele, a família Cabral jamais aprovaria a união. E, conhecendo a personalidade de Larissa, ela certamente não faria algo assim tão público, a não ser que houvesse algo de valor por trás disso.Provavelmente, a única coisa que Lorenzo poderia oferecer para despertar o interesse de Larissa era o fato de ser o filho legítimo de Lertino.Pensando nisso, Renatta olhou para Filipe e disse:— Parece que a família Cabral pretende se aliar à família