Quando o homem percebeu o que estava acontecendo, já era tarde demais. Se tentasse sair com o carro agora, certamente seria perseguido pela polícia. Não lhe restava outra opção a não ser permanecer no veículo, observando os policiais se aproximarem.Um dos policiais bateu na janela do carro e disse:— Senhor, por favor, saia do veículo e colabore com nossa investigação.No momento em que ele saiu do carro, Renatta o reconheceu imediatamente. Era um dos subordinados de Lorenzo, que costumava acompanhar o Lorenzo quando ele estava com a perna machucada. Fingindo não conhecê-lo, Renatta se dirigiu ao policial:— Sr. policial, foi ele que me seguiu até aqui, até a delegacia. Não sei o que ele pretende, mas isso não parece coisa de gente normal, né?Cantito, que trabalhava para Lorenzo houve tantos anos, ficou visivelmente desconcertado ao ser chamado de anormal pela primeira vez.— Srta. Renata, eu não estava seguindo você. Vim à delegacia para resolver alguns assuntos. — Explicou Cantito.
Ao ouvir isso, o rosto de Lígia ficou pálido:— Irmão, eu não posso te contar. Se você realmente quer saber, pergunte à própria Renata.Lorenzo a encarou com um olhar gélido:— Você acha que, na situação em que estamos, ela vai me dizer alguma coisa?— Então, é melhor você não perguntar... Acredito que Renata também não quer que você saiba.— E se eu insistir em saber?Ao encontrar o olhar frio de Lorenzo, Lígia sentiu um arrepio de medo, mas mesmo assim, apertou os dentes e disse:— Então, investigue você mesmo. Eu não vou trair minha amiga.Lorenzo soltou uma risada seca:— Você tem ideia de quão perigoso Abelo é? Se ela continuar se envolvendo com ele, poderá acabar morta sem que ninguém saiba. Você prefere não trair sua amiga, mas está disposta a vê-la morrer sem fazer nada?— Isso não vai acontecer... Renata não vai morrer. Eu confio nela.— Admito que ela tem habilidades notáveis, mas você sabe a verdadeira identidade de Abelo? Você acha que Renata e a família Borges podem enfren
A decisão precipitada do subordinado resultou na perda de uma vida. Se o motorista não tivesse arriscado tudo para protegê-la, Helga certamente estaria morta agora. Ela não deixaria o responsável escapar impune!Renatta, com uma expressão impassível, disse:— Ele já está morto. Abelo cuidou disso pessoalmente.Helga soltou uma risada amarga:— Se ele tivesse controle sobre seus homens, isso não teria acontecido. Eu nunca vou perdoá-lo!Antes, Helga pensava em convencer Ambrósio a não confrontar Abelo, mas agora, sua opinião havia mudado. Se um dos capangas de Abelo ousou armar contra ela, quem sabe o que ele poderia fazer no futuro com Ambrósio e Diya?— O mais importante agora é você se recuperar. O resto a gente resolve depois. — Disse Renatta.— Certo.Helga olhou para Diya, seu rosto sério:— Mãe, a família do tio Conrado precisa receber toda a compensação devida. Afinal, ele foi meu salvador. Se não fosse por ele, eu não estaria viva.Conrado foi motorista da família Melo por déca
— Alô? Renata, você deve estar prestes a embarcar, né? Minhas pernas hoje deram sinal de vida, consegui ficar em pé e até dar alguns passos. O Mestre Valentino disse que em breve estarei totalmente recuperado! — Disse Francisco.Pelo tom animado de Francisco, Renatta podia sentir a alegria dele. Se fosse antes de saber a verdade sobre o acidente, ela provavelmente estaria mais feliz do que ele. Mas agora, tudo o que sentia era uma amarga ironia:— Que bom, parabéns.Francisco percebeu algo estranho no tom de Renatta e ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder, sua voz mais baixa:— Renata, aconteceu alguma coisa? Você parece não estar muito feliz.— Não, só que talvez eu não consiga ir até aí por enquanto. Surgiu um problema em Cidade C.A voz de Francisco carregava um tom de decepção.— Renata... Eu realmente espero que no dia em que minhas pernas estiverem completamente curadas, a primeira pessoa para quem eu ande seja você. Esse problema em Cidade C é tão importante a
Fabíola chegou na porta do quarto de Francisco e, antes que pudesse bater, ouviu a voz baixa dele vindo de dentro:— Fabíola, pode entrar.Fabíola respirou fundo e empurrou a porta, entrando no quarto. Francisco estava sentado à mesa, preparando um café. Ao ouvir a porta se abrir, ele levantou o olhar e sorriu:— O que te traz aqui a essa hora? Não deveria estar limpando as ervas medicinais agora?Ao encontrar o olhar risonho de Francisco, Fabíola falou lentamente, palavra por palavra:— Francisco, eu ouvi sua conversa com Renata hoje, e também o que você disse ao telefone depois.O sorriso de Francisco foi aos poucos desaparecendo, até que seu rosto se tornou uma máscara de frieza:— E daí? Qual é o propósito da sua visita?— Espero que você seja honesto com a Renata. Manipular as coisas assim não vai conquistar o coração dela, e você também não quer que ela te odeie quando descobrir a verdade, certo?Ao ver o rosto inocente de Fabíola, Francisco a xingou de tola em pensamento. Ele já
Desta vez, Renatta atendeu sem hesitar:— Quem é você? Qual é o seu objetivo?A voz de Renatta soava fria, mas do outro lado, ouviu-se uma risada leve:— Srta. Renatta, não precisa ficar tão apressada. O fato de você ter atendido significa que acredita em mim, e assim podemos conversar sobre o que vem a seguir.— Você está enganado. Atender não significa que eu acredito em você. Só quero entender o que está acontecendo.Ela detestava a sensação de ser mantida no escuro.— Para mim, dá no mesmo.Percebendo o tom despreocupado do interlocutor, a paciência de Renatta estava no limite:— Diga logo o que quer ou não me procure mais!— Cinco milhões, e eu te entrego o vídeo original.Assim que ouviu a proposta, Renatta desligou o telefone na hora. Quando ele ligou de novo, ela ignorou e desligou repetidas vezes. Depois de algumas tentativas frustradas, o desconhecido percebeu que ela não atenderia e começou a enviar mensagens.[Srta. Renatta, podemos renegociar. Se cinco é demais, que tal tr
— Eu já disse que não foi nada sério, só um machucado leve. Por que você ligou para Renatta? — Resmungou Alberto, com o braço ainda envolto em bandagens, manchado de sangue.Renatta franziu o cenho ao ver o ferimento do pai:— Pai, você chama isso de ferimento leve?Alberto assentiu com tranquilidade:— Claro, sua mãe é que adora exagerar.Renatta ignorou a desculpa dele:— Ouvi da minha mãe que você se machucou tentando salvar o Mestre Domingo. O que realmente aconteceu?O semblante de Alberto escureceu:— Abelo atacou a família Mourinho... E também roubou a Chave-Segredo deles.O rosto de Renatta ficou pálido. Isso significava que a família Timelo agora possuía quatro das Chaves-Segredo, restando apenas a última que estava em suas mãos. Abelo, sabendo disso, certamente faria de tudo para tomá-la dela. E ele estava se movendo muito mais rápido do que Adam.— Como está o Mestre Domingo? — Perguntou Renatta.— Assustado, mas sem ferimentos graves.Renatta apertou os lábios e encarou Alb
Desde que as coisas foram esclarecidas, Fabíola começou a se distanciar de Francisco. Quando passava por ele carregando ervas medicinais, sentiu seu pulso ser agarrado de repente.— Srta. Fabíola, eu sei que você está chateada por eu ter mentido para a Renatta, mas eu só fiz isso porque não queria perdê-la. Espero que você me entenda. — Disse Francisco.Fabíola se desvencilhou e o encarou friamente:— Desculpe, mas eu não consigo entender. Para mim, um relacionamento deve ser baseado em confiança, não em mentiras.Francisco ficou em silêncio por alguns segundos, fechando a mão que Fabíola havia afastado:— Você só diz isso porque nunca passou anos seguindo alguém em silêncio. Se você tivesse vivido o que eu vivi, não falaria desse jeito.Fabíola conhecia parte da história entre Francisco e Renatta. Ela se apaixonou por ele justamente pela persistência com que ele amava Renatta por tantos anos, essa sinceridade a havia tocado. Mas agora, ao olhar para Francisco, ele parecia uma pessoa t