Fabíola chegou na porta do quarto de Francisco e, antes que pudesse bater, ouviu a voz baixa dele vindo de dentro:— Fabíola, pode entrar.Fabíola respirou fundo e empurrou a porta, entrando no quarto. Francisco estava sentado à mesa, preparando um café. Ao ouvir a porta se abrir, ele levantou o olhar e sorriu:— O que te traz aqui a essa hora? Não deveria estar limpando as ervas medicinais agora?Ao encontrar o olhar risonho de Francisco, Fabíola falou lentamente, palavra por palavra:— Francisco, eu ouvi sua conversa com Renata hoje, e também o que você disse ao telefone depois.O sorriso de Francisco foi aos poucos desaparecendo, até que seu rosto se tornou uma máscara de frieza:— E daí? Qual é o propósito da sua visita?— Espero que você seja honesto com a Renata. Manipular as coisas assim não vai conquistar o coração dela, e você também não quer que ela te odeie quando descobrir a verdade, certo?Ao ver o rosto inocente de Fabíola, Francisco a xingou de tola em pensamento. Ele já
Desta vez, Renatta atendeu sem hesitar:— Quem é você? Qual é o seu objetivo?A voz de Renatta soava fria, mas do outro lado, ouviu-se uma risada leve:— Srta. Renatta, não precisa ficar tão apressada. O fato de você ter atendido significa que acredita em mim, e assim podemos conversar sobre o que vem a seguir.— Você está enganado. Atender não significa que eu acredito em você. Só quero entender o que está acontecendo.Ela detestava a sensação de ser mantida no escuro.— Para mim, dá no mesmo.Percebendo o tom despreocupado do interlocutor, a paciência de Renatta estava no limite:— Diga logo o que quer ou não me procure mais!— Cinco milhões, e eu te entrego o vídeo original.Assim que ouviu a proposta, Renatta desligou o telefone na hora. Quando ele ligou de novo, ela ignorou e desligou repetidas vezes. Depois de algumas tentativas frustradas, o desconhecido percebeu que ela não atenderia e começou a enviar mensagens.[Srta. Renatta, podemos renegociar. Se cinco é demais, que tal tr
— Eu já disse que não foi nada sério, só um machucado leve. Por que você ligou para Renatta? — Resmungou Alberto, com o braço ainda envolto em bandagens, manchado de sangue.Renatta franziu o cenho ao ver o ferimento do pai:— Pai, você chama isso de ferimento leve?Alberto assentiu com tranquilidade:— Claro, sua mãe é que adora exagerar.Renatta ignorou a desculpa dele:— Ouvi da minha mãe que você se machucou tentando salvar o Mestre Domingo. O que realmente aconteceu?O semblante de Alberto escureceu:— Abelo atacou a família Mourinho... E também roubou a Chave-Segredo deles.O rosto de Renatta ficou pálido. Isso significava que a família Timelo agora possuía quatro das Chaves-Segredo, restando apenas a última que estava em suas mãos. Abelo, sabendo disso, certamente faria de tudo para tomá-la dela. E ele estava se movendo muito mais rápido do que Adam.— Como está o Mestre Domingo? — Perguntou Renatta.— Assustado, mas sem ferimentos graves.Renatta apertou os lábios e encarou Alb
Desde que as coisas foram esclarecidas, Fabíola começou a se distanciar de Francisco. Quando passava por ele carregando ervas medicinais, sentiu seu pulso ser agarrado de repente.— Srta. Fabíola, eu sei que você está chateada por eu ter mentido para a Renatta, mas eu só fiz isso porque não queria perdê-la. Espero que você me entenda. — Disse Francisco.Fabíola se desvencilhou e o encarou friamente:— Desculpe, mas eu não consigo entender. Para mim, um relacionamento deve ser baseado em confiança, não em mentiras.Francisco ficou em silêncio por alguns segundos, fechando a mão que Fabíola havia afastado:— Você só diz isso porque nunca passou anos seguindo alguém em silêncio. Se você tivesse vivido o que eu vivi, não falaria desse jeito.Fabíola conhecia parte da história entre Francisco e Renatta. Ela se apaixonou por ele justamente pela persistência com que ele amava Renatta por tantos anos, essa sinceridade a havia tocado. Mas agora, ao olhar para Francisco, ele parecia uma pessoa t
A família Valentino morava nos arredores da cidade, e o caminho de volta envolvia uma descida íngreme. Renatta acelerou, planejando despistar o carro que a seguia na curva da descida. No entanto, o motorista atrás demonstrava habilidade e se manteve firme atrás dela.Ao avistar uma curva fechada à frente, Renatta não diminuiu a velocidade. Pelo contrário, pisou ainda mais no acelerador. Como esperado, o carro atrás dela também aumentou a velocidade. No momento da curva, Renatta pisou no freio e girou o volante para o lado, fazendo os pneus rangerem contra o asfalto. O carro perseguidor passou raspando pelo lado e acabou indo parar à frente dela.Renatta pensou que o carro pararia, mas, para sua surpresa, ele acelerou como se nada tivesse acontecido, desaparecendo rapidamente. Será que não estavam atrás dela intencionalmente?Sem pensar muito, Renatta ligou o carro e continuou a descer a montanha. Quando se aproximava do fim da descida, o mesmo carro que havia sumido antes voltou em sua
Renatta virou-se e subiu na ambulância sem olhar para trás.Lorenzo não a seguiu, apenas observou em silêncio enquanto a ambulância se afastava. Só então, virou-se e entrou no próprio carro.De volta à mansão, Edgar estava à porta, esperando por ele:— Sr. Lorenzo, os homens que enviamos para proteger a Srta. Renatta desapareceram. Provavelmente, não tiveram sorte. Acabei de verificar os veículos que passaram pela estrada onde ela sofreu o acidente, mas não encontrei nada suspeito. Acredito que o culpado tenha escapado pela parte da estrada sem câmeras.— Continue investigando. Se ele apareceu em algum lugar, vai deixar um rastro.— Sim, senhor!— E a investigação na Full Moon, como está?Edgar baixou a cabeça, visivelmente constrangido:— Até agora, sem grandes avanços.— Certo. Pode ir.Depois que Edgar se afastou, Lorenzo abriu a porta e entrou na mansão.— Lorenzo, você voltou! Fiz um lanchinho para você. Coma um pouco antes de dormir. — Disse Fernanda.Ao ver Fernanda, Lorenzo fra
Lígia cuspiu o bolinho no lixo, franzindo a testa: — Por que esse pão está frio?— Se queria quente, devia ter ficado de plantão na cozinha ontem à noite. — Respondeu Lorenzo.Por mais distraída que fosse, Lígia percebeu na hora que havia algo estranho no comportamento de Lorenzo e respondeu rapidamente: — Que história é essa de ontem à noite? Não tô entendendo nada do que você tá falando.— Não entendeu? Então come esse pão e o frango, talvez você comece a entender.Vendo a expressão fria de Lorenzo, Lígia sentiu um desconforto crescer dentro dela, mas, ao mesmo tempo, estava genuinamente confusa:— Eu realmente não entendo o que você tá falando. Ontem fui jantar na casa da mamãe e ela me trouxe de volta. Logo que cheguei, fiquei com sono e subi pra dormir. Não fiz nada!Lorenzo soltou um riso frio: — Mas quando eu cheguei, a Sra. Fernanda estava na cozinha terminando o jantar. Ela disse que foi você quem deu a senha da mansão pra ela.Lígia finalmente entendeu por que Lorenzo esta
— Sr. Abelo, consegui o que o senhor pediu. Quando o senhor tem tempo pra me encontrar? Posso levar os documentos pra você. — Disse Fernanda.— Daqui a uma hora, no Esquerda Margem Café, sala privada número um. — Respondeu Abelo.Após desligar o telefone, Fernanda pegou os documentos que havia copiado na noite anterior no escritório de Lorenzo e saiu rapidamente, pegando um táxi. Esperou ansiosa por mais de meia hora no café até que Abelo finalmente chegou. Assim que o viu, Fernanda mostrou um sorriso de satisfação:— Sr. Abelo, você realmente consegue tirar o Grupo Marques das mãos do Lorenzo?Abelo não respondeu, mas Naro, que estava ao lado, falou com um tom seco:— Sra. Fernanda, e os documentos que pedimos?Sentindo o clima tenso entre os dois, Fernanda não quis demorar e rapidamente retirou os papéis de sua bolsa, entregando-os a Naro:— Aqui estão. Fiz as cópias ontem à noite. Dêem uma olhada pra ver se tá tudo certo.Naro entregou os documentos a Abelo, que começou a folheá-los