Desde que as coisas foram esclarecidas, Fabíola começou a se distanciar de Francisco. Quando passava por ele carregando ervas medicinais, sentiu seu pulso ser agarrado de repente.— Srta. Fabíola, eu sei que você está chateada por eu ter mentido para a Renatta, mas eu só fiz isso porque não queria perdê-la. Espero que você me entenda. — Disse Francisco.Fabíola se desvencilhou e o encarou friamente:— Desculpe, mas eu não consigo entender. Para mim, um relacionamento deve ser baseado em confiança, não em mentiras.Francisco ficou em silêncio por alguns segundos, fechando a mão que Fabíola havia afastado:— Você só diz isso porque nunca passou anos seguindo alguém em silêncio. Se você tivesse vivido o que eu vivi, não falaria desse jeito.Fabíola conhecia parte da história entre Francisco e Renatta. Ela se apaixonou por ele justamente pela persistência com que ele amava Renatta por tantos anos, essa sinceridade a havia tocado. Mas agora, ao olhar para Francisco, ele parecia uma pessoa t
A família Valentino morava nos arredores da cidade, e o caminho de volta envolvia uma descida íngreme. Renatta acelerou, planejando despistar o carro que a seguia na curva da descida. No entanto, o motorista atrás demonstrava habilidade e se manteve firme atrás dela.Ao avistar uma curva fechada à frente, Renatta não diminuiu a velocidade. Pelo contrário, pisou ainda mais no acelerador. Como esperado, o carro atrás dela também aumentou a velocidade. No momento da curva, Renatta pisou no freio e girou o volante para o lado, fazendo os pneus rangerem contra o asfalto. O carro perseguidor passou raspando pelo lado e acabou indo parar à frente dela.Renatta pensou que o carro pararia, mas, para sua surpresa, ele acelerou como se nada tivesse acontecido, desaparecendo rapidamente. Será que não estavam atrás dela intencionalmente?Sem pensar muito, Renatta ligou o carro e continuou a descer a montanha. Quando se aproximava do fim da descida, o mesmo carro que havia sumido antes voltou em sua
Renatta virou-se e subiu na ambulância sem olhar para trás.Lorenzo não a seguiu, apenas observou em silêncio enquanto a ambulância se afastava. Só então, virou-se e entrou no próprio carro.De volta à mansão, Edgar estava à porta, esperando por ele:— Sr. Lorenzo, os homens que enviamos para proteger a Srta. Renatta desapareceram. Provavelmente, não tiveram sorte. Acabei de verificar os veículos que passaram pela estrada onde ela sofreu o acidente, mas não encontrei nada suspeito. Acredito que o culpado tenha escapado pela parte da estrada sem câmeras.— Continue investigando. Se ele apareceu em algum lugar, vai deixar um rastro.— Sim, senhor!— E a investigação na Full Moon, como está?Edgar baixou a cabeça, visivelmente constrangido:— Até agora, sem grandes avanços.— Certo. Pode ir.Depois que Edgar se afastou, Lorenzo abriu a porta e entrou na mansão.— Lorenzo, você voltou! Fiz um lanchinho para você. Coma um pouco antes de dormir. — Disse Fernanda.Ao ver Fernanda, Lorenzo fra
Lígia cuspiu o bolinho no lixo, franzindo a testa: — Por que esse pão está frio?— Se queria quente, devia ter ficado de plantão na cozinha ontem à noite. — Respondeu Lorenzo.Por mais distraída que fosse, Lígia percebeu na hora que havia algo estranho no comportamento de Lorenzo e respondeu rapidamente: — Que história é essa de ontem à noite? Não tô entendendo nada do que você tá falando.— Não entendeu? Então come esse pão e o frango, talvez você comece a entender.Vendo a expressão fria de Lorenzo, Lígia sentiu um desconforto crescer dentro dela, mas, ao mesmo tempo, estava genuinamente confusa:— Eu realmente não entendo o que você tá falando. Ontem fui jantar na casa da mamãe e ela me trouxe de volta. Logo que cheguei, fiquei com sono e subi pra dormir. Não fiz nada!Lorenzo soltou um riso frio: — Mas quando eu cheguei, a Sra. Fernanda estava na cozinha terminando o jantar. Ela disse que foi você quem deu a senha da mansão pra ela.Lígia finalmente entendeu por que Lorenzo esta
— Sr. Abelo, consegui o que o senhor pediu. Quando o senhor tem tempo pra me encontrar? Posso levar os documentos pra você. — Disse Fernanda.— Daqui a uma hora, no Esquerda Margem Café, sala privada número um. — Respondeu Abelo.Após desligar o telefone, Fernanda pegou os documentos que havia copiado na noite anterior no escritório de Lorenzo e saiu rapidamente, pegando um táxi. Esperou ansiosa por mais de meia hora no café até que Abelo finalmente chegou. Assim que o viu, Fernanda mostrou um sorriso de satisfação:— Sr. Abelo, você realmente consegue tirar o Grupo Marques das mãos do Lorenzo?Abelo não respondeu, mas Naro, que estava ao lado, falou com um tom seco:— Sra. Fernanda, e os documentos que pedimos?Sentindo o clima tenso entre os dois, Fernanda não quis demorar e rapidamente retirou os papéis de sua bolsa, entregando-os a Naro:— Aqui estão. Fiz as cópias ontem à noite. Dêem uma olhada pra ver se tá tudo certo.Naro entregou os documentos a Abelo, que começou a folheá-los
Vendo a expressão descontente de Fernanda, o semblante de Abelo também ficou frio:— Sra. Fernanda, ontem à noite eu lhe dei uma excelente oportunidade, mas você não soube aproveitá-la. Isso só prova que você não tem capacidade de colaborar connosco. Não me procure mais. Adeus.Abelo se levantou e se dirigiu à porta para sair. No entanto, antes que ele pudesse sair, a voz irritada de Fernanda ecoou atrás dele:— Sr. Abelo, como o senhor pode fazer isso? Eu arrisquei minha pele ontem pra roubar esses documentos pra você, e agora que você viu o que queria, vai simplesmente me descartar? Não é assim que as coisas funcionam!Abelo lançou-lhe um olhar gélido:— Eu já disse, os documentos que você trouxe não servem pra nada.— Eu não quero saber! De qualquer forma, você prometeu que tomaria o Grupo Marques pra mim. Se não cumprir, eu vou contar pro Lorenzo sobre o que vocês armaram ontem à noite, e como quase mataram a Renata! — Ameaçou Fernanda.As palavras dela fizeram o ambiente ficar em
— Espera... Tenho algo sério pra te falar.— O que é?— Tem um cliente da empresa que está sendo difícil de negociar. Quando você voltar, vai ter que falar com ele.— Entendi, deixa comigo.Renatta desligou o telefone e guardou o celular, voltando-se para Mestre Valentino:— Mestre, vamos indo. Do aeroporto até lá ainda leva umas horas.Chegaram à casa de Mestre Ramos por volta das seis da tarde. No inverno, escurecia rápido, e quando chegaram, as luzes da casa já estavam acesas. Mestre Valentino olhou para Renatta:— Renata, fica aqui esperando. Eu não devo demorar.— Tudo bem.Assim que Mestre Valentino entrou, Renatta abriu o chat com Carolina.[Manda as informações daquele cliente.]Quase instantaneamente, Carolina enviou um arquivo. Renatta abriu e, ao ver o nome Wade no topo da página, ergueu uma sobrancelha. Não esperava que a família Donaldo estivesse colaborando com o Grupo MY.[Esse cliente é complicado demais. Já tentei várias vezes e as negociações não avançaram. Tenta mais
Se não fosse a mãe da Lígia, Renatta já teria resolvido a situação houve muito tempo. Renatta abaixou o olhar e, com a voz calma, disse:— Você estava certa na sua intuição. Ele realmente não morreu, mas há pouco tempo, eu o matei.— Você se encontrou com ele de novo?— Sim, ele tentou me matar, mas não conseguiu.Lígia suspirou. Ela e Lutano eram primos e deveriam se dar bem, mas a rivalidade entre eles havia transformado o vínculo familiar em uma disputa mortal: ou ele morria, ou elas morriam.— Consegui acalmar minha mãe por enquanto, mas precisamos descobrir rápido como ela soube disso...Fernanda não era o elo principal; o verdadeiro perigo estava na pessoa que lhe contara. Esse alguém era muito mais ameaçador.Renatta apertou os lábios e disse devagar:— Não precisa investigar mais, acho que já sei quem foi.— Quem?— Abelo.Ao ouvir esse nome, Lígia não se mostrou surpresa. Ela já havia suspeitado dele antes.— Eu vou ficar de olho na minha mãe e impedir que ela espalhe isso, ma