Jaxer, deitada no chão, ao ver Abelo, deixou transparecer uma súbita esperança em seus olhos:— Mestre Abelo, me salve!No entanto, Abelo nem sequer olhou para ela. Dirigiu-se diretamente a Renatta:— Faça o que quiser com ela. Só vim buscar algo que preciso.Ao ouvir isso, o rosto de Jaxer, que antes mostrava alegria, ficou instantaneamente pálido, seus olhos refletindo descrença:— Mestre Abelo, o que o senhor quer dizer com isso...?Antes que Abelo pudesse responder, Renatta soltou uma risada fria:— Sr. Abelo, você ordenou que seus homens causassem um acidente de carro, resultando na morte de uma pessoa e ferindo gravemente Helga, que ainda está no hospital. Você realmente acha que, depois que eu lidar com ela, vou deixar você sair impune?Percebendo o tom sarcástico de Renatta, Abelo permaneceu calmo:— Você acha que, se eu tivesse ordenado, você teria descoberto?Encarando o olhar tranquilo de Abelo, Renatta franziu a testa. Depois de um longo silêncio, respondeu friamente:— Ent
Os olhos de Jaxer ficaram arregalados, como se ela não pudesse descansar em paz, e seu corpo caiu rigidamente no chão. Abelo lançou um olhar para a pessoa que havia disparado o tiro. Imediatamente, o atirador guardou a arma e voltou à sua posição, como se nada tivesse acontecido.— Srta. Renatta, espero que esteja satisfeita com o resultado. — Perguntou Abelo.Com um leve sorriso nos lábios, Renatta assentiu:— Estou muito satisfeita, mas espero que o Sr. Abelo mantenha seus subordinados sob controle. Da próxima vez, irei responsabilizar o líder.— Naturalmente.Observando a expressão tranquila de Abelo, Renatta percebeu que ele era muito mais astuto que Adam, o que o tornava um adversário ainda mais perigoso. Ela teria que ser ainda mais cautelosa no futuro.— Vou deixar o local sob sua responsabilidade, Sr. Abelo.— É meu dever.Enquanto o vulto de Renatta desaparecia de sua vista, o sorriso no rosto de Abelo se tornou frio. Naro, que estava em silêncio ao lado, deu um passo à frente
Antes que pudesse terminar a frase, Lorenzo a interrompeu friamente:— Renata, você tem noção de quão perigoso é o Abelo? E mesmo assim, você teve a ousadia de sequestrar um dos homens dele para provocá-lo! Você está querendo morrer?Renatta franziu as sobrancelhas e respondeu, firme:— Isso não tem nada a ver com você, tem? É um problema meu!Lorenzo a fitou intensamente, e por um momento, o ar pareceu congelar entre eles. Renatta desviou o olhar, mantendo uma expressão impassível e sem qualquer emoção aparente. Após alguns segundos, Lorenzo finalmente a soltou:— De fato, não tenho o direito de me meter nos seus assuntos.Ele se virou e começou a se afastar. Observando sua figura se distanciando, Renatta estreitou os olhos e, de repente, falou:— Espere!Lorenzo parou por um instante, mas não se virou. Renatta respirou fundo e disse, em tom calmo:— Eu pedi à Lígia que me ajudasse. Espero que você não a coloque em uma situação difícil.O fato de Lorenzo estar esperando por ela na po
Quando o homem percebeu o que estava acontecendo, já era tarde demais. Se tentasse sair com o carro agora, certamente seria perseguido pela polícia. Não lhe restava outra opção a não ser permanecer no veículo, observando os policiais se aproximarem.Um dos policiais bateu na janela do carro e disse:— Senhor, por favor, saia do veículo e colabore com nossa investigação.No momento em que ele saiu do carro, Renatta o reconheceu imediatamente. Era um dos subordinados de Lorenzo, que costumava acompanhar o Lorenzo quando ele estava com a perna machucada. Fingindo não conhecê-lo, Renatta se dirigiu ao policial:— Sr. policial, foi ele que me seguiu até aqui, até a delegacia. Não sei o que ele pretende, mas isso não parece coisa de gente normal, né?Cantito, que trabalhava para Lorenzo houve tantos anos, ficou visivelmente desconcertado ao ser chamado de anormal pela primeira vez.— Srta. Renata, eu não estava seguindo você. Vim à delegacia para resolver alguns assuntos. — Explicou Cantito.
Ao ouvir isso, o rosto de Lígia ficou pálido:— Irmão, eu não posso te contar. Se você realmente quer saber, pergunte à própria Renata.Lorenzo a encarou com um olhar gélido:— Você acha que, na situação em que estamos, ela vai me dizer alguma coisa?— Então, é melhor você não perguntar... Acredito que Renata também não quer que você saiba.— E se eu insistir em saber?Ao encontrar o olhar frio de Lorenzo, Lígia sentiu um arrepio de medo, mas mesmo assim, apertou os dentes e disse:— Então, investigue você mesmo. Eu não vou trair minha amiga.Lorenzo soltou uma risada seca:— Você tem ideia de quão perigoso Abelo é? Se ela continuar se envolvendo com ele, poderá acabar morta sem que ninguém saiba. Você prefere não trair sua amiga, mas está disposta a vê-la morrer sem fazer nada?— Isso não vai acontecer... Renata não vai morrer. Eu confio nela.— Admito que ela tem habilidades notáveis, mas você sabe a verdadeira identidade de Abelo? Você acha que Renata e a família Borges podem enfren
A decisão precipitada do subordinado resultou na perda de uma vida. Se o motorista não tivesse arriscado tudo para protegê-la, Helga certamente estaria morta agora. Ela não deixaria o responsável escapar impune!Renatta, com uma expressão impassível, disse:— Ele já está morto. Abelo cuidou disso pessoalmente.Helga soltou uma risada amarga:— Se ele tivesse controle sobre seus homens, isso não teria acontecido. Eu nunca vou perdoá-lo!Antes, Helga pensava em convencer Ambrósio a não confrontar Abelo, mas agora, sua opinião havia mudado. Se um dos capangas de Abelo ousou armar contra ela, quem sabe o que ele poderia fazer no futuro com Ambrósio e Diya?— O mais importante agora é você se recuperar. O resto a gente resolve depois. — Disse Renatta.— Certo.Helga olhou para Diya, seu rosto sério:— Mãe, a família do tio Conrado precisa receber toda a compensação devida. Afinal, ele foi meu salvador. Se não fosse por ele, eu não estaria viva.Conrado foi motorista da família Melo por déca
— Alô? Renata, você deve estar prestes a embarcar, né? Minhas pernas hoje deram sinal de vida, consegui ficar em pé e até dar alguns passos. O Mestre Valentino disse que em breve estarei totalmente recuperado! — Disse Francisco.Pelo tom animado de Francisco, Renatta podia sentir a alegria dele. Se fosse antes de saber a verdade sobre o acidente, ela provavelmente estaria mais feliz do que ele. Mas agora, tudo o que sentia era uma amarga ironia:— Que bom, parabéns.Francisco percebeu algo estranho no tom de Renatta e ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder, sua voz mais baixa:— Renata, aconteceu alguma coisa? Você parece não estar muito feliz.— Não, só que talvez eu não consiga ir até aí por enquanto. Surgiu um problema em Cidade C.A voz de Francisco carregava um tom de decepção.— Renata... Eu realmente espero que no dia em que minhas pernas estiverem completamente curadas, a primeira pessoa para quem eu ande seja você. Esse problema em Cidade C é tão importante a
Fabíola chegou na porta do quarto de Francisco e, antes que pudesse bater, ouviu a voz baixa dele vindo de dentro:— Fabíola, pode entrar.Fabíola respirou fundo e empurrou a porta, entrando no quarto. Francisco estava sentado à mesa, preparando um café. Ao ouvir a porta se abrir, ele levantou o olhar e sorriu:— O que te traz aqui a essa hora? Não deveria estar limpando as ervas medicinais agora?Ao encontrar o olhar risonho de Francisco, Fabíola falou lentamente, palavra por palavra:— Francisco, eu ouvi sua conversa com Renata hoje, e também o que você disse ao telefone depois.O sorriso de Francisco foi aos poucos desaparecendo, até que seu rosto se tornou uma máscara de frieza:— E daí? Qual é o propósito da sua visita?— Espero que você seja honesto com a Renata. Manipular as coisas assim não vai conquistar o coração dela, e você também não quer que ela te odeie quando descobrir a verdade, certo?Ao ver o rosto inocente de Fabíola, Francisco a xingou de tola em pensamento. Ele já