Nadire Bin Arzu.Mamã, morreu quando eu era muito nova. E de lá para cá, quem cuidou de mim, foi Luci. Eu nunca entendi muito bem, qual, era a relação dele com a mamã. Porque eles não parecia casados, ao mesmo tempo eram muito próximos.Nunca senti necessitada de ter uma figura paterna como a maior parte dos meus colegas, porque Luci já fazia isso. E muito bem. Mas apesar disso, eu não o via como pai. Não sei porque, mas nunca consegui o ver como pai.Quando criança, quando o visse eu queria me agarrar a ele, e ficar horas a fio o admirando, uma espécie de paixoneta, que dura até agora. Não consigo o ver e não ficar canónica. Estou prestes a fazer dezoito, e já comecei a faculdade. Eu já sou uma adulta. Então tomei a decisão, depois de pensar muito com meus botões, tomei a decisão de me confessar a ele.— Esquece isso. Você está se enganando. — ele me olhou de baixo como se eu tivesse falado besteira. Ou como se não fosse surpresa o que eu disse.— Eu. Te. Amo. Quero. Que. Me. Veja.
Nadire Bin Arzu.— Pra onde vai com essas malas?— dei um pulo de susto. Virei o rosto, e vi Luci com sua típica roupa social, encostado no batendo da porta.É praticamente meio dia de um sábado ensolarado.— Vou embora.— Vai o que?— Vou embora, quero minha independência. Não posso viver com alguém que não me ama. — ele se manteve sério me encarando, engoli em seco, sentindo medo.— Com autorização de quem?— Não preciso de sua autorização, estou indo embora. — Quer ser independente é...— ele passou a língua pelos lábios, irritado — Deixe as roupas que eu te comprei, deixe tudo. De preferência só permito que leves sua bolsa, e seus cadernos. Quer ser independente? Comece do zero, e as prepare para pagar suas propinas mensais da faculdade. — ele se virou, e saiu.Não sabia que ele ia levar tudo para o lado tão pessoal. Mas se ele pensa que vou desistir agora, ele está enganado. Fui pegar minha mochila que já estava preparada, e eu que não sou idiota, coloquei algumas peças íntimas d
Nadire Bin Arzu.Várias vezes tive que conter meus impulsos para não cair na tentação e ir lhe ver no trabalho ou em casa, para não lhe mandar mensagem. Porque o mínimo movimento que eu fizer, significará desistência.Laurinda arranjou uma vaga para mim na cafetaria onde ela trabalha, o valor que recebemos não equivale nem a metade da antiga mesada que eu recebia, mas não é ruim. Eu ainda tenho minhas economias, posso me gabar por ser uma boa gestora.Tive comprar algumas peças de roupa no brechó, e uma cesta para eu as guardar, já que nem isso eu tinha. Ração para Sacha entre outras coisas de primeira necessidade.Olhei para mim de frente ao espelho, não acreditando no que estou me tornando, estou prestes a completar um mês na casa de Laurinda, e me sinto meio diferente sabe? Me sinto mais madura, menos infantil.Olhei para os meus cabelos longos, lisos e loiros, são tão brilhantes que parecem artificial. As madeixas da frente chegam até ao queixo em descompasso, com as traseiras, qu
Nadire Bin Arzu.Eu cambaleio e caio de tanto medo.— Você está bem?— ele corre até mim, para me ajudar.— Estou!— respondo trémula.— Eu te ajudo.— Eu só quero ir pra casa... só isso... só quero ir para casa...por favor!— Calma Nadi, calma, eu vou te levar para casa. Já está tudo bem, eles não vão voltar!— ele me abraça e eu retribuo, não acreditando no que acabou de me acontecer. Ele chama um táxi e no percurso para casa, verifico se ainda tenho os meus pertences, e graças as Deus não perdi nada. Meu celular tem três chamadas perdidas de Lú, desliguei meu celular e me apoiei no ombro de Louis.Ele me deixou na porta do apartamento, e prometeu me ligar. Lú me encheu de perguntas, sem forças de dialogar, eu simplesmente fiz banho e fui me deitar, Sacha não demorou para se deitar no meu lado, e começar a fazer sons como se estivesse sentindo dor por mim. Como se sentisse que algo me aconteceu.— Calma garoto, está tudo bem!— Lú se chateou por eu ter a ignorando, mas eu simplesmente
Nadire Bin Arzu.A tarde está extremamente escaldante, se não fosse um compromisso eu não me tiraria de casa. Mas como sou uma mulher de palavra, engoli minha preguiça e peguei a estrada. Mas tudo foi compensado quando cheguei ao restaurante rústico com um Ac dos bons. Daqueles que nos faz tirar gemidos de satisfação.Para um final de semana, até que aqui está calmo, não que eu esteja acostumada a ver tanta gente. Meu tio, quis dizer, Lucílio nunca me proibiu de sair, exceto uma e outras vezes e com muita vigilância. Então essa é uma das liberdades das quais não estou acostumada.— Se eu soubesse que gostaria assim tanto desse lugar teria de convidada a primeira.— meus pés balançam na cadeira, enquanto meu sorriso vai do que acontece na rua, ao meu acompanhante. Estou de calças jeans rasgadas nós joelhos, sapatilhas vermelhas, camisa preta escrita a branco " King gângster" atrás da camisa está escrito " Sou dona da porra toda". Uma camisa bem ousada para meu pequeno encontro.Meus cab
Sabe porque odeio sexta-feira? Porque sexta feira é igual a congestionamento, caos, e tragédia. Só para não ser hipócrita, é o dia de muitas gorjetas.Ainda nem deu meio dia e estamos como loucos atendendo a clientela, provavelmente hoje ninguém terá dispensa antecipada. É uma gritaria na cozinha, e no balcão, mas na mesa agente tem que se comportar, ser gracioso.— Os pedidos da mesa seis foram trocados pela mesa quatro e se não querem problemas com o Gregory é melhor resolver essa merda!— Louis diz em pânico. Gregory é o gerente, e nos dias de muito movimento ele costuma aparecer, adivinha para que? Para bancar o bom gerente.— Calma caralho! Aqui está.— Laurinda bufa pelo nariz.— Três encomendas de bolo, um de maracujá outro de chocolate e um de... Maçã? Aqui tem maçã?— uma das nossas colegas grita pelo alto.É uma trabalheira, trabalhar num restaurante, agente só se safa de ébrios o resto vem em dosagem dupla. Por volta das quinze o movimento reduziu minimamente.— Alguém atende
Lucílio.— Olha não me interessa!— sinto seu corpo vibrando contra o meu, e essa sensação me deixa ainda mais louco — prefiro ser independente do que depender de si, não me custa nada trancar a faculdade e se você requerer judicialmente eu irei fugir.— Fuja!— segurei seu braço à puxando para mim, pela simples necessidade neurótica de a ter, de a sentir mais perto. — não abuse da minha boa fé garotinha, menta uma coisa na sua cabeça, de mim você não fuge, você não me conhece e te garanto que não irá querer me conhecer verdadeiramente. — essa é a primeira vez que fico louco pela simples fato de um projeto de mulher, decide se afastar de mim. Tento colocar na minha cabeça que é pela promessa que fiz a Mü, mas no meu interior eu sei que não, é por mim, porque eu só penso no meu benefício, maior parte das vezes. — quando eu decidir que essa brincadeira acaba, essa brincadeira acaba, você entende? — Eu não tenho medo de ti. Foda-se quem você é, e foda-se seu verdadeiro eu. — disse tropeç
Lucílio.Me aproximo deles a passos rápidos e sem os dar chance de reagir, jogo o mauricinho para o chão, o golpeando violentamente.— O que pensa que está fazendo!— ela começa a gritar, cogitando ir ajudar o amante. Mas seguro seu braço com força.— Calada.— o moleque tenta se levantar, mas lhe dou um vislumbre do inferno — No chão agora.Nem ele entende o que aconteceu com ele, e sem dar chance dele entender, nós teletransporto. No primeiro estante ela toma distancia de mim, como se pudesse se proteger de mim.— O que você fez com ele o devolva!— ela grita com raiva.— Eu disse calada. — segurei seu braço com força a arrastando até o sofá, onde ela tropeça e cai de costas. Antes que ela pudesse reagir, tomo seus lábios. Leves e macios, beijo sua boca como louco, como se eu pudesse a devorar por inteiro, e tirar toda a marca daquele moleque de seu corpo. Me separo por falta de ar, ela fica alguns segundos de olhos fechados, enquanto lágrimas marcam seu rosto.— Bem feito.— Porquê...