William Carter De todas as habilidades que eu tinha, com certeza cozinhar não era uma delas. Eu resolvi voltar para Portland com Anne, mas não havíamos ido para a reserva ainda. Preferi deixar ela descansar fora de todo o caos com os lobos. "Precisa de ajuda meu Alfa?" Agnes me entreolhou.""Não." falei firmemente." Está tudo sob controle." O cheiro de queimado subiu por toda a cozinha, quase tocando fogo em tudo."Maldição! O arroz queimou." esbravejei."Agnes correu para me ajudar, e eu bufei aparentemente frustrado.Estava tentando fazer um jantar para Anne, merecemos esse respiro depois de tantos problemas."Eu farei o jantar senhor, não se preocupe.""Não, eu farei. Eu sou um Alpha, e não é possível que um fogão seja páreo para mim." falei decidido."Eu estava determinado a mostrar para Anne que eu podia fazer isso. O fogão estava ali, desafiando-me como um inimigo de batalha, e eu não iria perder. Com as mangas arregaçadas, retomei a luta contra o jantar.Enquanto
Anne Turner O sol mal começava a despontar no horizonte quando acordei ao lado do Alpha. Sorri, boba, observando o quanto ele era atrativo até dormindo. Após nos levantarmos atravessamos os portões da reserva. O ar da manhã carregava um frescor quase esquecido, e meus enjoos matinais não ajudavam muito no humor. Cada passo que eu dava ao lado de William parecia reconfortante. Enfim, eu sabia o que nós éramos, e nós estávamos de fato juntos. Sentia um misto de emoções dentro de mim, como se um turbilhão estivesse prestes a explodir. As árvores altas ao redor da trilha causavam sombras sobre nossas cabeças.Assim que passamos pelo primeiro grupo de lobos, senti os olhares curiosos e desconfiados se voltarem para mim. Cada feição me encarando demonstrava o quanto parecia que eu não fazia parte de nada aqui. "Estou aqui com você,não ligue para eles, será minha futura Luna e mãe do meu filho." William murmurou, apertando minha mão. Entramos na clareira principal, onde a maioria da
Anne Turner William e eu voltamos à reserva, carregando a pequena caixa de madeira que encontramos enterrada no jardim da antiga casa dos meus pais. Cada passo que dávamos parecia pesar mais do que o anterior, a gravidade do que poderíamos descobrir tornando a caminhada ainda mais difícil.Assim que chegamos à nossa casa dentro da reserva, nos acomodamos na mesa da cozinha. A caixa estava entre nós, e eu não sabia ao certo o que dizer. Estava em silêncio há horas…William pegou minha mão, me transmitindo uma sensação de segurança e encorajamento. Eu respirei fundo e abri a caixa, revelando a coleção de documentos, cartas e pequenos objetos que meus pais haviam escondido.Comecei a ler a primeira carta com a minha mão trêmula. "Querida Anne," comecei, "Se você está lendo isto, significa que algo terrível aconteceu e espero que um dia encontre essa caixa em segurança. Seu pai e eu sempre soubemos que Anthony e Amélia não eram pessoas confiáveis. Eles sempre tiveram problemas f
Anne TurnerEu mal consegui dormir naquela noite. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto dos meus pais, sentindo a dor e a angústia que deviam ter sentido ao saber da traição dos seus próprios familiares. Imagens do acidente me assombram a todo segundo, e eu me revirava na cama diversas vezes. William estava ao meu lado, segurando minha mão, mas nem mesmo sua presença conseguia acalmar meu coração perturbado.Ele ergueu meu queixo "Querida, tente descansar, pode fazer mal a criança."Quando William virou-se agarrei em seu braço firmemente, eu precisava dormir e estava exausta.Ao amanhecer,o sol estava invadindo a persiana, estávamos prontos para encontrar o espião. O Alpha e eu saímos da reserva em silêncio, com o peso das novas informações nos ombros. A cidade de Portland estava apenas começando a despertar, e as ruas estavam calmas.Todos respeitavam William onde ele passava, afinal ele era o dono da maior construtora dos arredores, sua fortuna ultrapassa tudo qu
William Carter Abri os olhos e eles foram se ajustando à claridade. Minhas roupas estavam no chão, completamente rasgadas e eu estava jogado no sofá. Balancei a cabeça negativamente. Eu havia me transformado ontem à noite.Isso acontece quando nós lobos estamos com uma grande carga de estresse, acabamos saindo e nos transformando sem nem ter o controle de nós mesmos. Era desesperador e, ao mesmo tempo, libertador."Puta que pariu," murmurei, recolhendo minhas roupas do chão.Eu tinha uma viagem hoje e precisava estar bem. Encarei o espelho do banheiro e vi minha cara péssima. Me molhei rapidamente e vesti um terno. Essa convenção era importante demais, não só para meus negócios na construtora, que estavam um pouco de lado com toda essa situação, mas também para que meu território fosse bem valorizado e protegido.Meu pai sempre dizia: "Tenha aliados, mesmo que não os suporte, quanto mais melhor."Todo ano, no mês de julho, íamos a essa reunião estúpida do conselho. Lá, vários Alphas
Anne Turner " Quem será esses"eu perguntei indo para trás de Lucca em movimentos lentos." Os homens surgiram do nada, suas silhuetas sinistras cortando a tranquilidade da manhã como lâminas afiadas nos cercavam. "Se você ficar quieto, poupamos a sua vida. Só queremos a lobinha." um deles, o mais alto gritou.""Você vai se arrepender de tentar alguma coisa conosco." Lucca rosnou.""Me entregue a garota, agora beta estúpido!" Eles estavam armados até os dentes. Não pareciam ser conhecidos, nunca os vi por aqui. Mas pelo cheiro, eu sabia, eles eram lobos, perigosos e fortes.Lucca não hesitou; seu corpo se transformou instantaneamente em um emaranhado de músculos e fúria, enfrentando os agressores com uma coragem que só os verdadeiros protetores possuem. Eu, por outro lado, lutava para controlar o medo que ameaçava paralisar meus movimentos."Um deles é um beta também, ele é forte Anne, se afaste!" Lucca gritou enquanto se atracava com um deles."Meus sentidos de lo
Anne TurnerMinha mandíbula estava frouxa. As paredes brancas contrastando com a cortina preta naquela sala me deixavam ansiosa.Zara segura as minhas mãos, e eu aguardo minha vez."Anne Turner." a recepcionista de meia idade chama meu nome."Entro na sala da médica, minha mente estava cambaleando. Eu tinha tantas perguntas sem respostas. Estava com medo de algo acontecer ao bebê. Me sentia extremamente culpada. Tive tantas chances de aca.bar com a vida patética daqueles monstros. Eles só me fizeram mal, mataram meus pais e não cansariam enquanto eu não tive o mesmo destino.Ao mesmo tempo, eu sabia que eu não era assim. Toda a maldade feita contra mim, não mudou meu jeito de ser, o jeito que eu enxergava as coisas e as pessoas, os meus sonhos.Enquanto aguardava na cadeira, tentando manter a calma, Zara saiu para pegar água. Olhei ao redor, buscando qualquer distração que pudesse aliviar minha mente ansiosa. E foi nesse momento que vi alguém que jamais esperaria enco
William Carter A sala estava repleta de alphas de todos os cantos do país. A convenção anual dos alphas era uma oportunidade rara de reunir líderes e discutir questões de segurança, alianças e, inevitavelmente, rivalidades. Eu me encontrava no meio disso tudo, com um único objetivo em mente: garantir aliados para proteger Anne e nosso bebê.Olhei ao redor da sala em cores douradas enquanto eu caminhava até o centro da mesma. A maioria dos presentes me conhecia, mas isso não significava que confiavam em mim. Havia muito em jogo."Senhores," comecei, olhando para os rostos atentos ao meu redor. "Em minha alcateia estamos enfrentando uma ameaça que não se limita apenas a um conflito interno. Os Turner estão desesperados, e sua sede por poder e vingança está colocando todos nós em risco."Alguns alphas assentiram, enquanto outros mantinham expressões céticas. Continuei, detalhando os eventos recentes, incluindo o ataque que quase custou a vida de Anne e nosso filho."Precisam