— Você está diferente, mas está bem! – falei, admirada.
— Obrigado! Tem alguém com você aí? Ouvi vozes — perguntou, olhando sobre meus ombros.
— Tem – falei, abrindo a porta. – Isso! – Apontei para o espectro ainda para no meio do quarto, Su olhou intrigado.
— Você o trouxe de algum lugar que nós estivemos? – ele quis saber, já que passamos por lugares bem estranhos.
— Não, isso é outra história, mas não sei o que fazer com ele. Ele fala que quando pensa em mim, aparece onde estou – expliquei a Su, não queria dar detalhes da luta na estação do metrô, nem de Eres, para não despertar as memórias do espectro.
— Por que, simplesmente, você não o destrói com a espada ou com uma fecha e o manda de volta para o lugar dele? – S
— Senhor dos Ventos, é um prazer tê-lo em nossa casa – On se curvou diante de Gabriel, quando ele cruzou a porta e parou imponente diante de todos.— O prazer é meu ser recebido pelo Senhor – Gabriel respondeu também se inclinando.Meu coração sempre batia mais forte quando eu via Gabriel, não só porque eu o amava, mas ele era uma figura impressionante e bela, ainda por cima, entrando naquela sala cheio de decisão, dono completo da situação. Ao meu lado, notei o alvoroço das mulheres mais jovens e alguns risinhos nervosos.— Por favor, junte-se a nós na nossa humilde refeição, será uma imensa honra. – On o convidou, gentilmente.— Será um prazer! – Gabriel aceitou, um lugar à mesa se abriu, imediatamente, ao meu
— Esse é Aslan – Gabriel me apresentou, o rapaz que fez um rápido movimento de cabeça e não disse nada, meu sorriso se congelou no rosto.— O carro nos espera, senhor – Aslan anunciou.— Aslan não é o nome do leão daquele livro? — questionei lembrando-me do clássico inglês.— Aslan quer dizer Leão em turco.O carro era um sedan preto de luxo de uma marca alemã famosa, dentro havia um motorista já aposto, eu e Gabriel sentamos no banco de trás e Aslan, sentou se no banco vazio à frente.— Nosso motorista se chama Kadir – Gabriel me apresentou e ao contrário de Aslan, Kadir foi bem simpático.— Vamos ficar com a sua mãe? – perguntei, receosa, pois não t
Acordei em um lugar mergulhado na escuridão, deitada em um chão terra duro, sentia muito frio e o ar estagnado, meus braços e pernas estavam amarrados em uma posição desconfortável, algo duro machucava meu quadril, minha cabeça latejava e minha garganta arranhava de tão seca. Não enxergar nada a minha frente, a não ser o breu, lutei contra as cordas que me prendia, mas ela parecia que se apertavam mais a cada tentativa de afrouxá-las, machucando meus punhos já doloridos. Não sabia o que fazer, receava que meus sequestradores descobrissem que eu acordei, caso gritasse e me fizesse dormir outra vez, contudo, outra pessoa poderia me ouvir e me ajudar, estava dividida nesse dilema, quando notei a presença de alguém, forcei meus olhos tentando ver onde estaria, mas não precisei de grande esforço, pois logo pude ver uma figura de forma humana, porém
— Gabriel, aqui é Diana.— Diana, estávamos procurando por você! Onde você está? – Gabriel perguntou, ansioso.— Não sei, estava presa em uma cidade subterrânea, mas consegui fugir.— Qual delas?— Não sei, eu estou em uma casa de chá, na rua principal da cidade, mas ainda não sei qual é o nome da cidade. – Assim, olhei em volta procurando por um nome até achar um folheto esquecido no balcão. – Derinkuyu. Acho que é esse o lugar.— Não saía daí, estarei aí o mais rápido possível – recomendou— Está bem! Eu ficarei aqui. – Desligamos.— Senhor, não tenho dinheiro, mas gostaria de um chá. – Não gostava de me aproveitar das pessoas, contudo era um caso de necessidade, eu precisava de algo para
A senhora inglesa adormeceu, por isso tive um pequeno espaço de tempo para pôr minhas ideias em ordem, a primeira providência seria arranjar um lugar para me esconder, em seguir, tentar em contato com Gabriel e informá-lo onde estou.A viagem até o hotel foi bem mais rápida do que eu esperava, fiquei um pouco mais ali sentada, esperando todos os turistas descerem do ônibus, o que demorou um pouco até pegarem todas as lembrancinhas, que tinham comprado naquele dia, comentavam a viagem e combinavam o jantar. Sai, lentamente, no final do grupo, tentando não ser notada pelo guia ou pelo motorista, mantendo minha cabeça baixa a maior parte do tempo, quando todo mundo havia subido para os quartos, me aproximei do balcão da recepção, um rapaz veio me perguntar se precisa de ajuda.— Preciso de um quarto – falei, segurando meu pingent
— Então, já se lembra quem você é?— Não, mas há algo nesse lugar que me parece familiar – respondeu pensativo, como se conseguisse lembrar de alguma coisa.— Você já percebeu como está mudando?Ele olhou para as suas mãos, admirando-as.— Sim, parece que estou voltando a ser quem eu era. Lembro-me de alguns pequenos pedaços, fragmentos, tenho visões de uma cidade de mármore branco com fontes e estátuas, uma biblioteca com vários papiros e pergaminhos. Ainda existem pergaminhos e papiros?— Não, os livros são em papel ou virtuais – respondi, achando graça na pergunta.— O que é virtual? – Havia muito para ele aprender dois mil anos de história e evol
— Nós iremos nisso?! – indaguei, atônita ao ver o carro enorme antigo na minha frente, que Utu acabava de me mostrar, que tirou de uma caverna.— Evidente que iremos! Este é um Chrysler 300 c de 1957, na cor vermelho cereja brilhante, rabo-de-peixe, conversível, todo original, uma raridade. Lindo! – Utu falava, olhando para carro com se olhasse para a mulher amada.— Sim, lindo, mas, ele não é um pouco antigo. Ele aguentará a viagem?— Evidente que sim, é muito veloz, principalmente, depois das melhorias que eu adicionei a ele – explicou e eu sabia que o carro havia sido encantado, por isso, faríamos a viagem muito mais rápido que em um carro normal.De repente, no silêncio daquela imensidão vazia onde nos encontrávamos, ouvimos um som muito forte e ame
— Você ficou molenga? Perdeu a coragem, Diana? – Calisto me provocava.— Pare com isso, Calisto! Isso foi há mais de dois mil anos! Tudo mudou, o mundo mudou! – Eu tentava dissuadila.— Não posso esquecer uma traição! – Ela era feroz, tive que começar a atacá-la, mas já estava ficando cansada, então, me lembrei um pequeno truque que me irmão Hélio fazia quando treinávamos, acreditei que conseguiria e desapareci. Ela não esperava por isso, ficou tonta, me procurando, eu aproveitei para derrubá-la e fugir, me escondendo atrás de algumas pedras mais adiante.— Ache-a! – Utu ordenou para a pequena luz que sai me procurando, porém, felizmente, haviam muitos lugares e pedras onde podia me esconder, até achar uma saída.
Último capítulo