Quando Marine chegou, eu ainda estava no restaurante do Iate Clube conversando com o Aldo e o Badejo. Já estávamos planejando as próximas etapas do conserto no Cutty Sark.
Ela estava usando um lindo vestido curto de verão, estampado de flores e uma sapatilha. Suas pernas chamavam a nossa atenção, não só pelo formato, como pela tonalidade. Um bronzeado diferente do comum; um dourado que me enfeitiçava. Outra coisa notável era o seu jeito elegante de andar.
Acordei com o corpo todo dolorido. Ter trabalhado agachado e fazendo força para lixar e polir tudo que foi preciso, mexeu em alguns músculos inativos já há algum tempo. Enzo ainda roncava quando resolvi levantar. O ambiente estava um sossego. A segunda-feira em um iate clube tem um significado diferente do que aquele da cidade. Ao vestir a calça social e os sapatos que o João Badejo me emprestou, a tarefa principal do dia ficou mais em evidência: providenciar o uniforme que o Samir pediu para usar. Não conhecia nada da cidade e encont
A tarde já ia terminando e o vento que começava a refrescar o mormaço também nos empurrava para a ação.Em um pulo, ela levantou-se e propôs:– Hoje tem uma palestra que sou
Deixamos nossas roupas escondidas sob uma pequena canoa virada que estava encostada na cerca. Mesmo que chovesse, a água não teria como chegar ao lugar escolhido. Alcançamos a praia de areia fina e ficamos algum tempo parados apenas ouvindo o barulho das fracas ondas arrebentando. Admiramos o belo pôr do sol e o tom avermelhado do fim da tarde que estava bem condizente com a temperatura. Ainda quente, porém já bem agradável pela brisa que vinha do mar.
Aos poucos fui saindo do torpor que havia tomado conta dos meus sentidos depois de fazer amor com a Marine. Um amor como nunca havia feito antes. Totalmente apaixonado e desprevenido. Em nenhum momento pensei sobre como estávamos fazendo ou qual posição era a melhor. Só sentia uma profunda paixão por ela. Um sentimento inexplicável e de extrema ternura mesmo nas mais ousadas carícias. Dançamos aquela música que só nós dois ouvíamos em total harmonia. Sem pensamentos, sem fórmulas e técnicas,
Outro serviço diferente me esperava. João veio até mim como de costume trazendo os pães para nosso café. Antes de vir a bordo, já foi me perguntando:– Você sabe mergulhar com equipamento autônomo? Cilindro e tudo o mais? – Completou.– Sei sim... Por quê? Vamos caçar tesouros? – Brinqu
Acordei com o nascer do sol e o Enzo já não estava mais no quarto. O cheiro de café estava ótimo e me carregou direto para a cozinha que me esperava com um desjejum completo. Pelo jeito o presente para o Enzo havia sido apreciado mesmo. Gratidão também é coisa boa de ensinar e aprender. – Bom dia, marujo. Você está muito elegante com a camiseta do barco e uma calça alinhada – Reparei. Animado, recebi a notícia que hoje seria o dia de subir o Cutty Sark para a garagem. Minha última noite na cabine antes de subir para terra foi inesquecível. Fiquei aliviado de ter tido a oportunidade de estar com o veleiro na água ao fazer amor com a Marine. Aquele suave balanço do mar teve um significado especial para mim. Não seria o mesmo em outra situação.<22
O silêncio costumeiro do Iate Clube foi interrompido pelo ruído irritante de sirenes. O som ficou cada vez mais alto até que pareceu ter parado no estacionamento. Do deck superior do Kamilah, era possível ver as luzes vermelhas e azuis rodando em um carrossel colorido. Contei oito ou nove pessoas saindo das caminhonetes negras. Policiais federais entravam na direção do clube seguidas de um homem baixo e de terno bem cortado. Imaginei que era o delegado da turma. Último capítulo