Sem dúvida, o Kamilah era o barco que mais chamava atenção na marina. Uma lancha Azimuth de 68 pés; vinte metros de comprimento por quase seis de largura. Uma verdadeira obra de arte da engenharia naval italiana. Dava para ver que estava completamente equipada com os mais modernos sistemas de navegação disponíveis. Radar, sonar e rádio de última geração. Chutei por baixo que o valor de uma embarcação como aquela estaria perto de três milhões de dólares.
Quando Marine chegou, eu ainda estava no restaurante do Iate Clube conversando com o Aldo e o Badejo. Já estávamos planejando as próximas etapas do conserto no Cutty Sark. Ela estava usando um lindo vestido curto de verão, estampado de flores e uma sapatilha. Suas pernas chamavam a nossa atenção, não só pelo formato, como pela tonalidade. Um bronzeado diferente do comum; um dourado que me enfeitiçava. Outra coisa notável era o seu jeito elegante de andar.
Acordei com o corpo todo dolorido. Ter trabalhado agachado e fazendo força para lixar e polir tudo que foi preciso, mexeu em alguns músculos inativos já há algum tempo. Enzo ainda roncava quando resolvi levantar. O ambiente estava um sossego. A segunda-feira em um iate clube tem um significado diferente do que aquele da cidade. Ao vestir a calça social e os sapatos que o João Badejo me emprestou, a tarefa principal do dia ficou mais em evidência: providenciar o uniforme que o Samir pediu para usar. Não conhecia nada da cidade e encont
A tarde já ia terminando e o vento que começava a refrescar o mormaço também nos empurrava para a ação.Em um pulo, ela levantou-se e propôs:– Hoje tem uma palestra que sou
Deixamos nossas roupas escondidas sob uma pequena canoa virada que estava encostada na cerca. Mesmo que chovesse, a água não teria como chegar ao lugar escolhido. Alcançamos a praia de areia fina e ficamos algum tempo parados apenas ouvindo o barulho das fracas ondas arrebentando. Admiramos o belo pôr do sol e o tom avermelhado do fim da tarde que estava bem condizente com a temperatura. Ainda quente, porém já bem agradável pela brisa que vinha do mar.
Aos poucos fui saindo do torpor que havia tomado conta dos meus sentidos depois de fazer amor com a Marine. Um amor como nunca havia feito antes. Totalmente apaixonado e desprevenido. Em nenhum momento pensei sobre como estávamos fazendo ou qual posição era a melhor. Só sentia uma profunda paixão por ela. Um sentimento inexplicável e de extrema ternura mesmo nas mais ousadas carícias. Dançamos aquela música que só nós dois ouvíamos em total harmonia. Sem pensamentos, sem fórmulas e técnicas,
Outro serviço diferente me esperava. João veio até mim como de costume trazendo os pães para nosso café. Antes de vir a bordo, já foi me perguntando:– Você sabe mergulhar com equipamento autônomo? Cilindro e tudo o mais? – Completou.– Sei sim... Por quê? Vamos caçar tesouros? – Brinqu
Acordei com o nascer do sol e o Enzo já não estava mais no quarto. O cheiro de café estava ótimo e me carregou direto para a cozinha que me esperava com um desjejum completo. Pelo jeito o presente para o Enzo havia sido apreciado mesmo. Gratidão também é coisa boa de ensinar e aprender. – Bom dia, marujo. Você está muito elegante com a camiseta do barco e uma calça alinhada – Reparei. Animado, recebi a notícia que hoje seria o dia de subir o Cutty Sark para a garagem. Minha última noite na cabine antes de subir para terra foi inesquecível. Fiquei aliviado de ter tido a oportunidade de estar com o veleiro na água ao fazer amor com a Marine. Aquele suave balanço do mar teve um significado especial para mim. Não seria o mesmo em outra situação.<22