POV: AIRYS
— Não é uma escolha! — Ela rugiu, soltando rosnados ameaçadores.
— Ultimamente, tenho escutado muito isso. — Bufei, tentando ignorar o medo que rastejava sob minha pele.
Hamissa atacou, veloz como um raio. Me esquivei por um triz, girando o corpo e erguendo a adaga. Quase cravei a lâmina em sua costela, mas ela virou o focinho e abocanhou meu pulso com força brutal. Um grunhido de dor escapou de meus lábios quando suas presas esmagaram meu osso.
Com um impulso desesperado, chutei sua barriga, forçando-a a me soltar. O impacto me fez cair para trás, e a adaga escorregou da minha mão, aterrissando na neve fofa. Hamissa investiu outra vez, sem me dar tempo de recuperar o fôlego. Desta vez, sua garra rasgou meu ombro. Um grito me escapou antes que eu pudesse conter. Pressionei a mão contra o ferimento quente,
POV: AIRYSFlashes explodiam na minha mente. Gritos. Choros. Alguém implorando pela própria vida.— Por favor... você já ganhou! — A voz era trêmula, desesperada. Soava como Hamissa. — Não precisa me matar...Um sussurro invadiu minha mente, frio e cortante como uma lâmina encostada na nuca:“Sem clemência. Mate-a.”Minha respiração falhou.O que estava acontecendo?Estiquei os braços à minha frente com dificuldade. Eles estavam cobertos por um líquido espesso, escuro, quente. Sangue. Meus dedos tremiam. O cheiro de ferro queimava meu nariz. Arfei.Aquele sangue era meu?Eu estava de pé?Meus sentidos estavam embaralhados, como se eu estivesse entre o real e um pesadelo. Pisquei com força, uma, duas vezes. Cada piscada era pesada, como se minhas pálpebras estivessem presas por grilhões.Meu corpo se movia por instinto, sem que eu controlasse. Rosnados baixos vibravam ao meu redor. Sentia a presença deles, predadores por todos os lados, mas não os via claramente.Então... senti.Braços
POV: AIRYSAs lágrimas começaram a se acumular. Pisquei rápido, olhando para cima, tentando conter o medo, o nervosismo, a culpa, o desespero, todas as emoções que entalavam na minha garganta como farpas.— Daimon… — minha voz saiu fraca, engasgada. Um sussurro carregado de tudo que eu não conseguia mais esconder.A primeira lágrima escorreu pelo canto do meu olho. Ele viu.— Eu estou com medo.Um rosnado baixo reverberou de seu peito, profundo e ameaçador, enviando um arrepio violento pela minha espinha. Daimon avançou, reduzindo o espaço entre nós até que o calor de seu corpo envolvesse o meu. O ar ao redor pareceu rarefeito quando ele pegou o chuveirinho, e a água morna começou a deslizar sobre mim, carregando os resquícios da batalha. O sangue misturava-se à transpar&e
POV: AIRYS— Não precisa me temer. — A voz dele veio rouca, grave, com aquele tom que fazia o ar no ambiente vibrar. Ele se inclinou lentamente, os olhos percorrendo meu rosto com uma atenção que queimava. Seu olhar parou nos meus lábios, e eu senti meu coração errar o ritmo.— Eu não vou te ferir, Airys. — disse, a voz mais baixa, mas com uma firmeza que me travou.Seu olhar voltou ao meu com uma brutalidade sincera, como se estivesse me forçando a acreditar, mesmo que nem ele soubesse como sustentar aquilo por muito tempo.— Não vou te ferir de nenhuma forma. — repetiu, mais alto, mais intenso.Arfei em surpresa. Meus lábios se entreabriram por instinto, meu corpo respondeu antes da minha mente processar. Estremeci. Não era só o que ele dizia, era o modo como dizia, o modo
POV: AIRYSSeus músculos se retesaram sob meu toque, seu cheiro me envolvendo. Sua respiração ficou mais áspera, como se lutasse contra algo dentro de si. Minhas unhas roçaram a pele da sua nuca, e um arrepio percorreu seu corpo como um choque elétrico.Ele não respondeu de imediato. Mas não se afastou.Ele me estudou com cuidado, em silêncio, como se ponderasse todos os riscos, hesitante.— Você realmente não me teme, coelhinha? — Havia uma nota de intriga em seu tom. Antes que eu pudesse responder, Daimon me empurrou para o lado, deitando-se ao meu lado e me puxando para seus braços fortes, enroscando-se ao meu redor. Seu nariz mergulhou nos meus cabelos, e um estremecimento percorreu minha espinha quando um rosnado baixo escapou de sua garganta.— Airys, se não controlar suas reações e cheiro, vou acabar devorando você por inteira. E não será como uma presa. — Sua voz era um aviso rouco, carregado de uma promessa sombria.Segurei a respiração e soltei um riso baixo, desafiadora.—
POV: AIRYSEstremeci ao ver Jasper entrar. Ele mantinha as mãos para trás, a cabeça levemente abaixada, como se carregasse certo peso nos ombros.— Você. — Me virei surpresa, meu tom afiado. — O que faz aqui? Não deveria estar no festival consolando Lify?Ele ergueu a cabeça e sorriu de canto, aquele brilho sarcástico habitual reluzindo nos olhos.— É justo estar brava comigo. — Seu tom era descontraído, mas eu percebia a cautela subjacente. — Mas sabe que sou oficialmente sua babá, então terá que aturar minha presença.— O Alfa não acha arriscado deixar um lobo ao meu lado neste período? — Arqueei uma sobrancelha, cruzando os braços enquanto encarava Jasper.Ele riu baixo, aquele tom divertido que sempre usava para
POV: AIRYSFiquei em silêncio, mordendo o lábio enquanto observava a paisagem à minha frente. Algo dentro de mim se agitava, um anseio profundo que eu não conseguia entender. O aroma de Daimon parecia flutuar no ar, mesmo à distância, impregnando minha pele, despertando cada célula do meu corpo. Se fechasse os olhos, poderia imaginá-lo ali, sozinho, a respiração pesada, o olhar perdido no vazio.A ideia de ir até ele fez meu peito apertar de antecipação.— Ok, eu vou até lá se... — Ergui um dedo, mantendo Jasper no suspense enquanto ele arqueava uma sobrancelha. — Você for até Lify e mostrar para ela por que deveria parar de fugir de você.Ele congelou, seus olhos analisando meu rosto com hesitação.— Airys, não posso. — mu
POV: AIRYSSuas pupilas dilataram de forma perigosa, predadora. O modo como ele se movia em minha direção era uma tortura lenta, meticulosamente calculada... talvez para testar minha resistência. Ou me dar a chance de correr. Como se eu fosse fugir. Cada passo dele fazia o ar ao meu redor vibrar, como se o ambiente reagisse à presença dele, como se a montanha também soubesse o quão perigoso era tê-lo por perto.Ele parou diante de mim, e o calor de seus dedos contrastou de forma brutal com a minha pele fria. Quando ele deslizou pelas curvas dos meus braços, um arrepio violento percorreu minha espinha, como se tivesse acabado de acordar todos os meus nervos de uma vez. Meu corpo se curvou involuntariamente para ele. E então eu o vi, seus olhos terrosos carregavam uma fúria primitiva, uma linha de controle tênue sendo esticada ao máximo. Seu peito subia e descia com respiração pesada, e os rosnados baixos que escapavam de sua garganta faziam meu ventre pulsar com antecipação.— Airys...
POV: AIRYSMeu peito subia e descia em ritmo acelerado. Nervosismo, sim. Excitação, ainda mais. E um desejo incontrolável que crescia como uma chama faminta. Eu sabia o risco. Sabia o que ele era. O que representava. Mas não conseguia parar. Não queria.Desviei o olhar por um instante, notando os detalhes do ambiente. Não era só a lareira acesa. Tinha uma mesa com vinho, taças, frutas, queijos... tudo montado com intenção. Meu cenho franziu, confusa.— Você sabia que eu viria... — murmurei, surpresa com a constatação.— Eu disse que te esperava. — Ele respondeu sem hesitar, se inclinando sobre mim. Sua sombra me envolveu inteira enquanto tombava a cabeça de lado e me devorava com os olhos. Um olhar lento, pesado, possessivo. Quase doloroso de tão carregado de intenção.Sua respiração era forte, quente, roçando em minha pele. As pontas de seus dedos começaram a desenhar caminhos lentos ao redor dos meus seios, raspando as unhas, provocando cada pedacinho de pele. Arfei. Mordi os lábios