POV: AIRYS
A provocação foi inevitável.
Me movimentei sobre ele, lenta, provocante.
Suas garras arranharam minha pele em resposta, deixando uma trilha ardente por onde passaram.
Um rosnado grave e ameaçador escapou de sua garganta.
— Sou perigoso. — Declarou em um grunhido poderoso, sua voz firme e fria, carregada de uma intensidade que me fez estremecer.
Ele não desviou o olhar nem por um segundo, como se estivesse tentando me avisar, tentando me dar uma chance de recuar.
Mas, ao mesmo tempo, suas mãos apertaram minha cintura, guiando-me para mais um movimento provocante.
O calor subiu em espiral pelo meu corpo, fazendo cada parte de mim vibrar com antecipação.
Um arrepio percorreu minha espinha dos pés à cabeça, e ele percebeu.
POV: AIRYSMe virei lentamente, meu olhar encontrou o dele: intenso, implacável, prendendo-me como um predador observando sua presa. Meu peito subia e descia em respirações curtas, e a pressão dentro de mim crescia a cada segundo. As lágrimas ameaçavam escapar, queimando na borda dos meus olhos, mas engoli o nó na garganta, forçando-me a manter a firmeza na voz.— E o que isso significa, Daimon? — O chamei pelo nome, um apelo, um desafio, mas acima de tudo, uma necessidade desesperada de compreensão. O que estava acontecendo comigo? Com ele? Conosco?A pergunta ecoava em minha mente, reverberando em cada parte do meu corpo. “Quem nós somos?”Ele tombou levemente a cabeça, me avaliando em silêncio. O peso daquele olhar fazia minha pele arrepiar, minha respiração prender. Então, lentamente,
POV: AIRYSO ar se tornou pesado.Daimon se moveu antes que eu pudesse piscar.O estrondo preencheu a biblioteca quando seu punho atingiu a madeira ao lado da minha cabeça. O impacto foi tão feroz que a estante rangeu em protesto, os livros caindo em cascata ao redor de nós. Seu corpo irradiava calor, seus músculos rígidos vibravam com a contenção de algo primitivo.— Nenhum outro homem a tocará além de mim! — O rosnado saiu grave, gutural, carregado de posse.Seu olhar faiscava, o olho esquerdo cintilava em vermelho-sangue, enquanto o direito permanecia no tom terroso profundo. O contraste era hipnótico, feroz.Minha pele arrepiou quando uma de suas garras deslizou pelo meu queixo, erguendo meu rosto. Seu toque era quente, firme, dominante.Estremeci com sua explosão, sentindo a tensão densa que pairava entre nós. Seu peito subia e descia de maneira irregular, suas narinas dilatadas, os punhos ainda cerrados. Seu cheiro estava mais intenso, mais viciante.Algo dentro dele estava muda
POV: DAIMON“Esse cheiro... Essas emoções...” Fenrir ergueu as orelhas em minha mente, tenso, sentindo o mesmo impacto que eu.As emoções da pequena humana se misturavam às minhas, presas em minha entranha, tão bem enraizadas que eu podia sentir a intensidade do que ela carregava naquele momento: rejeição, mágoa, tristeza, medo, receio, abandono... desejo e desespero.Tantas emoções comprimidas dentro de um único ser. Como era possível?Meu peito apertou, algo incômodo formou um nó em minha garganta. Meu estômago revirou, um frio subiu por minha espinha. Era estranho. Eu não deveria sentir isso. Não assim.“É estranho sentir isso.” Fenrir rosnou, angustiado. “Você sente, Alfa. Sente como ela está por dentro? Machucada.”Ela sangrava por dentro, e cada gota emocional dela respingava em mim com força absurda.Como ela podia sentir tanto de uma vez só?Antes que Airys se afastasse, não pensei. Apenas reagi.A puxei de volta para os meus braços, mantendo-a ali, segura. O calor de seu corpo
POV: DAIMONOutra mão deslizou sobre meu peito, exatamente sobre o coração. Minha respiração ficou mais pesada, mais contida, mas não afastei seu toque. Ela me estudava com expectativa, os olhos esperançosos cravados em mim.— Tem certeza de que não é capaz de sentir nada? — O desafio velado em sua voz fez algo dentro de mim se contorcer e Fenrir grunhir.Inclinei-me um pouco mais, absorvendo cada pequena reação de seu corpo. Ela parecia pequena e vulnerável, mas sua determinação ainda pulsava ali, forte e indomável. Sua incerteza era um reflexo do conflito interno que parecia ecoar dentro de nós dois.— Não faça isso com você. — Rosnei em um aviso, mais áspero do que eu pretendia. O brilho em seus os olhos oscilou, seus dedos vacilaram, hesitando em me
POV: AIRYSSegurei a respiração, completamente presa nele, na força esmagadora de sua presença. Seu olhar me devorava, carregado de provocação e posse. Meu corpo inteiro pulsava em expectativa, cada célula ansiando por algo que eu não deveria desejar.Que se dane a lógica. Que se dane a razão.Naquele momento, tudo o que importava era o calor de seu corpo contra o meu, a sensação de estar à beira de um precipício, sem saber se cairia ou se ele me puxaria ainda mais para dentro de seu domínio. Daimon parecia sentir minha rendição. A cada pensamento impuro que atravessava minha mente, suas pupilas se dilatavam ainda mais, tornando o vermelho de seus olhos ainda mais intenso, faminto.Um rosnado grave reverberou em seu peito quando suas presas roçaram contra meus lábios. Um choque perco
POV: AIRYSEle não respondeu, apenas me fitou com aquele olhar impenetrável. — Fenrir desafiava a Deusa Lua a cada reencarnação porque nunca encontrou sua companheira de alma. Isso o atormentava. Mas, ao desafiar a deidade, suas emoções eram dilaceradas, sua essência despedaçada, arrancando dele qualquer possibilidade de amar.Minha voz falhou. Apertei os lábios, engolindo o desconforto. Não parecia justo. Por que a Deusa simplesmente não lhe concedia uma companheira?— Daimon… — Minha respiração pesou. — Por que seu lobo sempre rejeitou as fêmeas?Ele não respondeu de imediato. Apenas se moveu lentamente, o queixo roçando em meu ombro, sua respiração quente espalhando um arrepio intenso pela minha pele. O toque sutil dos músculos rígidos de seu br
POV: AIRYSOuvir um uivo vibrar em seu peito que me fez prender a respiração. Meu coração disparou, esperando pelo pior. Mas quando nada aconteceu, relaxei minimamente. Um sorriso de canto surgiu em meus lábios, uma satisfação silenciosa por seu lobo não ter emergido para me atacar por essa audácia.Daimon manteve os olhos cravados em mim. O peso do olhar era sufocante, como se ele estudasse cada detalhe, cada nuance, cada mínima reação minha. A intensidade de seus olhos terrosos e profundos me fazia sentir exposta. Notei um brilho diferente ali; surpresa, talvez?Engoli em seco e voltei minha atenção ao livro aberto em minhas mãos. Meus olhos percorreram as palavras até uma passagem específica chamar minha atenção.— Um acordo com a Deusa Selene? — Meu cenho franziu enqu
POV: AIRYSPulsei sobre o colo dele, sentindo as coxas firmes sob as minhas, meu corpo latejando em um ritmo que não me pertencia mais. Era como se cada parte de mim gritasse por algo que eu não tinha coragem de nomear. Algo que queimava por dentro, feroz, faminto. Algo que eu não deveria querer.Daimon tombou a cabeça devagar, os olhos cravados em mim como se lesse cada centímetro da minha alma. Sua língua passou pelos lábios, lenta e provocante, enquanto os olhos percorriam o meu rosto com aquela intensidade sombria que me fazia prender a respiração. Sua mão permaneceu no meu quadril, apertando com força e movendo meu corpo sobre o dele com um comando mudo, mas claro. Ele queria que eu sentisse. E eu sentia.O silêncio era denso, preenchido apenas pelo som das nossas respirações entrecortadas. O ar parecia mais denso, quente demais. A pele do meu pescoço formigava, os pelos do braço eriçados. Eu tremia, mesmo que o calor do corpo dele estivesse me cercando por todos os lados. Minha