POV: AIRYSMinha garganta secou, e eu virei o rosto, engolindo em seco, evitando aquele olhar penetrante. Num único movimento, tomei meu café de uma vez e me levantei rápida demais.— Vou encontrar seu beta para treinar. — O tom defensivo na minha voz não passou despercebido.Mal tinha dado um passo e me assustei ao notar Symon encostado preguiçosamente no batente da porta, os olhos baixos no celular. O susto me fez arregalar os olhos.— Mas como vocês conseguem se mover tão silenciosamente? — Bufei, irritada. — Chega a ser exasperante!Daimon rosnou baixinho, exibindo as presas afiadas em um sorriso repleto de presunção.— Humanos são barulhentos demais, pequena. — Sua voz era um rosnado suave, carregado de sarcasmo e desafio.Minha respiração falhou por um segundo quando ele deu um passo mais próximo, sua presença dominadora tomando todo o espaço ao meu redor.— Sua irmã sabia das torturas que você sofria?A pergunta dele me pegou de surpresa no instante em que eu estava me afastand
POV: AIRYSOs guerreiros assentiram, alguns trocando olhares que não me agradaram nem um pouco.Meu corpo estremeceu antes que eu percebesse, e minha mão agiu sozinha. Segurei o tecido da camisa de Symon, apertando forte.— Achei que você me treinaria! — sibilei por entre os dentes, cravando os dedos ainda mais em seu uniforme.Meu coração batia acelerado.A sensação de estar cercada, de ser um alvo… era sufocante.— Sou um Beta. Tenho funções mais importantes do que ser babá e treinador de presas. — Symon rosnou, sua voz carregada de tédio e desprezo antes de se afastar, voltando para junto dos guerreiros.Antes de sair completamente, parou e lançou um olhar de canto, um brilho malicioso dançando em seus olhos.
POV: AIRYSUma onda de calor subiu pelo meu rosto. O sangue latejava em minhas têmporas, e meu corpo reagia àquela afirmação com uma mistura de raiva e desconforto.— Eu o seduzi! — gritei, indignada, sentindo a pele incendiar.Symon apenas me observou, o humor em seu rosto se dissipando rapidamente. Seu semblante assumiu um tom sério, os braços se cruzaram, e sua postura ficou rígida.— Humana, ainda não percebeu que o Supremo está testando você? Avaliando cada detalhe seu, observando cada reação? — Sua voz se aprofundou, misteriosa. — Assim como foi no julgamento.Meu coração falhou uma batida. O peso daquelas palavras reverberou dentro de mim, como um trovão distante se aproximando rapidamente.— No julgamento? — Minha voz vaci
POV: AIRYSRindo, Jasper continuou as provocar:— Hamissa, quantos ciclos de acasalamento são precisos para entender o recado divino? — A voz de Jasper carregava um tom de divertimento perverso, seu olhar fixo, implacável, desafiando as lobas sem o menor traço de paciência.— Que recado divino? Seu soldadinho de merda! — Sther interveio, a raiva transbordando em cada palavra. Os olhos dela ardiam de fúria enquanto seus punhos se cerravam ao lado do corpo, pronta para um confronto.Jasper sorriu, aquele tipo de sorriso que gelava o sangue e despertava um instinto de alerta. Ele inclinou levemente a cabeça, deixando a escuridão de seus olhos se aprofundar.— O recado de que vocês não são dignas de um lobo ancestral. De um Fenrir. — Sua voz ressoou com provocação calculada.
POV: AIRYSO peso de sua frustração era evidente.— Sinto muito. — Murmurei sinceramente.Ele ergueu o olhar, surpreso com minhas palavras.— Espero que Lify perceba o erro dela antes que seja tarde demais.Jasper piscou, me observando atentamente, como se estivesse tentando entender se eu realmente falava sério.— Obrigado… eu acho. — Ele passou a mão pelos cabelos, suspirando. Depois, seu olhar endureceu.— Agora é sua vez de me responder.Sorri de canto, cruzando os braços.— Essa é fácil. Eu não sei a resposta.Pisquei para ele e me virei para sair, mas antes que eu pudesse dar mais dois passos, Jasper correu para minha frente, abrindo os braços e bloqueando a passagem.
POV: AIRYSDesci as escadas em disparada, os pés tropeçando nos degraus, enquanto o som da perseguição ecoava atrás de mim.Um peso descomunal se lançou sobre mim. No último instante, atirei-me ao chão, e ele passou por cima do meu corpo, batendo com estrondo contra a parede. O impacto sacudiu a estrutura, poeira e estilhaços caindo ao redor.O enorme lobo negro ergueu-se, balançando o focinho, salivando, os olhos agora inteiramente vermelhos cravados em mim. Um arrepio violento percorreu meu corpo.Eu estava sendo caçada.— Fenrir, você não quer me ferir. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, mas não surtiu efeito. Ele avançou um passo, as garras deixando marcas no chão. — Alfa idiota, estou começando a perder a paciência com você!<
POV: AIRYSSem pensar, minha mão se ergueu e estalou contra o rosto dele. O som do tapa reverberou no silêncio da caverna. Sua pele ficou avermelhada no mesmo instante. Ele levou os dedos até a marca, seus olhos semicerrando.O rosnado que veio depois fez meu corpo estremecer. As garras dele cravaram na lateral do meu quadril, e um gemido escapou dos meus lábios. A dor misturada à adrenalina me fez agir no impulso.Me inclinei e o beijei.Seu corpo travou no mesmo instante. Por um segundo, ele ficou rígido, como se não acreditasse no que eu tinha acabado de fazer. Então, algo mudou. As garras se retraíram, dando lugar a uma pegada firme e dominante. Suas mãos apertaram meu quadril com mais força, e antes que eu pudesse assimilar, fui pressionada ainda mais contra a rocha.Seu corpo nu roçou contra o meu, quente,
POV: DAIMON— Está piorando. — A voz de Fenrir explodiu dentro da minha mente, um rugido de pura fúria e frustração. A pressão foi tão intensa que meus ossos estalaram em protesto. Mantê-lo contido exigia um esforço absurdo, como tentar segurar uma fera selvagem acorrentada dentro de mim, pronta para dilacerar qualquer coisa em seu caminho."Quase a matamos!" Ele rosnou, sua voz reverberando em minha cabeça como uma tempestade prestes a engolir tudo. Meus músculos enrijeceram, minha pele ardia como se estivesse sendo esticada ao limite.A raiva borbulhava dentro de mim, incontrolável. Meus punhos se fecharam e o impacto contra a madeira maciça da mesa ecoou pelo escritório. O móvel rangeu sob minha força descontrolada. Peguei a primeira garrafa ao meu alcance, algo forte, qualquer coisa que queimasse mais do que o fogo q