Boonie
Enquanto Merlin e eu cavalgamos de volta para o castelo de volta ao castelo de clã Mocadem, tentou me manter firme, sem demonstrar nada, mas é praticamente impossível, visto que mesmo com os olhos fechados, tudo o que vem a minha mente é o rosto de Katherine e Alicia.
Minha amizade com Alicia sempre foi uma amizade meio estranha. O elo que nos mantinha unidas, a pessoa que nos apresentou e praticamente fez com que nos tornássemos um grupo, foi Katherine. Desde o início, nossa vida girou ao redor dela, ao redor da princesa de Ravengarden, mesmo antes de eu saber que ela era uma princesa.
Desde que me tornei uma lobisomem, muitas das minhas lembranças foram embora, como se minha vida antiga não fosse bem vinda em minha nova eu... Merlin disse que, aos poucos, todas voltaram. Algumas delas, como, por
Katherine- Isso é totalmente inaceitável. - O pai de Gustavo, um membro corpulento que aparenta estar próximo dos cinquenta anos, fecha o punho e golpeia a superfície da mesa com força, sobressaltando-me. - Como pôde nos escapar que Merlin ainda vive? Ou melhor: como ele e aquela lobinha sarnenta ultrapassaram nossas defesas e entraram no castelo intactos? - Lobinha sarnenta? Franzo o cenho em sua direção, não gostando nem um pouco da forma como ele se referiu a Boonie, mas não falo nada, pois a última coisa que quero é chamar a atenção deles para mim. - Mas e a rainha de Lallybroch, Antônia? - Questiona o membro sentado ao seu lado. Mais sábio, percebo. - Se a rainha do clã de Lallybroch morrer aqui, nas nossas terras e sob a proteção do nosso clã, e
Katherine O quarto onde Antônia foi colocada é o antigo quarto de minha mãe e, para meu espanto, continua idêntico a como era na última vez em que estive nele. Os mesmos livros nas estantes, os mesmos artesanatos horríveis que fazíamos juntas espalhadas pelas superfícies e pinturas de nós duas cobrindo as paredes de pedra. Mas o cheiro está diferente. Ao contrário do cheiro de flores que enchia o ar quando Celeste vivia aqui, um odor forte e pungente de álcool, sangue e algo que lembra desinfetante permeia o ar, deixando-me tonta assim que entro no cômodo abafado. Como sou a última a entrar, fecho a porta atrás de mim, mas me arrependo quase imediatamente, pois o quarto está sendo iluminado apenas por duas velas que cercam o leito de Antônia, deixando o ambiente meio assustador. - Certo, acho que preciso lhes dar algumas satis
Katherine Assim que todos saem do quarto, sento-me mais perto de Antônia, arrumando as cobertas ao seu redor para que ela fique o mais confortável possível enquanto... Bem, enquanto descansa. Por alguns instantes, ficamos apenas ali, sentadas frente a frente, sorrindo uma para outra. Antônia provavelmente está me encarando, como que tentando ver minha mãe através de mim, ao passo que só consigo pensar no quanto queria ter mais tempo, mais tempo com Antônia, com minha mãe, mais tempo para todos que perdi, mais tempo com a minha Boonie. - Então... - Ajeito-me na cama, passando os dedos pelas marcas de sangue seco que ainda mancham a saia azul de meu vestido, o sangue de Antônia... N]ao, não posso pensar nisso agora. - Você é
Katherine - O que? Você só pode estar ficando louca. - Levanto-me da cama e começo a andar em círculos pelo quarto. - Como assim? Como você falou, não existem mais magos, então... - Pare de andar tão rápido, está me deixando tonta. - Antônia reclama, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos novamente. Para não piorar a situação da vampira, empurro as pesadas cortinas de veludo para o lado e saio para a varanda, grata pelo ar gelado que bate em meu rosto e agita minhas roupas e meus cabelos. Respiro fundo e fecho os olhos, tentando clarear a mente e pensar de forma coerente. A vista daqui de cima é linda. Consigo ver um pedaço do labirinto, os portões da frente e a encosta íngreme que é
Lorenzo- Consegue ouvir alguma coisa? - Pergunto para Eduardo, que está sentado no chão, ao lado da porta do quarto onde Antônia está repousando, com a cabeça entre os joelhos. - Faz exatos cinco minutos que você me fez essa mesma pergunta e a resposta continua idêntica à anterior, Lorenzo, eu estou ouvindo tanto quanto você, ou seja, nada. - Suspiro, parando de andar pelo corredor e me sentando ao seu lado no chão. Nunca fui conhecido pela minha paciência, mas, depois de tudo o que aconteceu no Baile de Primavera, somado a tudo o que minha mãe nos contou, não sei como é possível Eduardo estar tão calmo. Assim que saímos do quarto, Alicia se desesperou, desvaindo-se em lágrimas, então Jaxon foi passear com
LorenzoNão é muito fácil surpreender um vampiro, visto que já vimos quase de tudo, mas essa revelação, saber que Katherine é um ser dotado de uma magia rara e infinitamente poderosa, faz com que eu fique mudo, como se tivesse perdido minha habilidade de raciocinar direito. - Não, espera um instante. - Dou um passo para trás, balançando um dedo no ar em negativa. - Você está me dizendo que é uma maga? Tipo, igual a Merlin, O Mago? - Katherine enxuga as lágrimas, um leve sorriso iluminando seu rosto perfeito. - Sua mãe me disse, na verdade. - Katherine cruza os braços sobre o próprio peito, em uma tentativa, percebo, de manter-se inteira e focada. - E eu meio que... Nossa, Lorenzo, eu curei ela. - Naturalmente, as ninfas são as curandeira
KatherineDesde que Merlin invadiu o castelo, as coisas estão tão caóticas que eu mal consigo pensar. Há uma infinidade de pessoas correndo de um lado para o outro nos corredores e tantas reuniões entre o concelho de Ravengarden e o de Lallybroch, que ninguém sequer perguntou como Antônia se curou, apenas a colocaram para trabalhar. O que é um alívio, pois eu simplesmente não sei explicar o que eu fiz, muito menos como eu fiz. Ando pela enorme biblioteca privada de minha mãe, que fica ao lado de seu quarto, aproveitando, com gratidão, o momento, visto que é o primeiro desde o Baile de Primavera em que consigo ficar sozinha, sem Jaxon, Gustavo ou Eduardo perambulando a minha volta, provavelmente a mando de Lorenzo que, assim como eu pedi, tem se mantido longe. Já Alicia... Bem, digamos que ap&
KatherineA viagem de carro foi tão ruim quanto eu imaginei. Por diversas vezes, tentei conversar com Lorenzo, mas ele apenas agia como se eu não estivesse ali, recusando-se a me responder e a sequer me olhar quando chamava por ele. Então, depois de algumas horas tentando, resolvi que dormir seria uma alternativa melhor do que continuar insistindo no assunto. Não sei ao certo por quanto tempo dormi, mas acordo em um quarto escuro e estranho. Levanto da cama, assustada e ando em direção a uma porta de vidro que fica a um canto do quarto. Ao abri-la, noto que dá para uma ampla sacada com vista para a praia, e então percebo que estou na casa de Eleonora, minha avó, no lugar onde Celine e Celeste foram criadas e viveram durante sua infância. - Sério Filipe? - Ando pela sacada e apoio meus