Andres 03 de abril de 2021 - 21h15min - Cami? Cami, meu amor, por que você está chorando? O que aconteceu com você, Camille? - Pergunto, em pânico e completamente transtornado por vê-la chorando dessa forma. Segurando com firmeza a toalha de banho ao redor da minha cintura, a fim de evitar que um acidente ocorra, ando até onde Camille está, puxo-a para dentro do quarto, fecho a porta completamente atrás dela e a abraço com força, aconchegando seu corpo junto ao meu e permitindo que ela continue chorando em meu ombro. Não sei por qual motivo ela está chorando dessa forma, não sei o que aconteceu com Cami antes de ela chegar aqui, e não também não sei se eu fiz alguma coisa errada que pode ter causado isso, não sei se fiz, inconscientemente algo tão terrível que possa tê-la magoado de forma tão profunda que agora Camille está tão desolada que tudo o que consegue fazer é chorar e soluçar enquanto a abraço. - Cami, meu amor, o que foi que aconteceu com você? Me fala
Angel Camille 03 de abril de 2021 - 22h - O parque de diversões? É sério? - Pergunto, rindo, assim que Rafael para o carro e Andres me ajuda a descer. - A verdadeira pergunta, minha cara, é: e por que não, minha cara? - And pergunta, pegando minha mão e caminhando ao meu lado pela calçada, em direção à pequena cabine colorida que vende as fichas para os brinquedos. - Olha, eu tenho mil e um motivos para não virmos aqui. - Digo, ao ser grosseiramente empurrada por uma criança que, por sinal, tem o meu tamanho. - Ah, mas eu gosto desse lugar. - Ele diz, assim que chegamos na fila. Após eu ser empurrada pela segunda vez, Andres se posiciona atrás de mim, de forma protetora, abraça minha cintura com força e continua segurando minhas mãos, que estão sobre meu ventre, exatamente onde estaria... Não, não pense em bebês, Camille. - Não sei se eu já te falei isso, mas eu amo essa tatuagem. - Ele diz, passando a Mao delicadamente por meu pulso tatuado enquant
Angel Camille 04 de abril de 2021 - 00h15min Ainda sorrindo, sento-me em um pequeno sofá acolchoado que fica na sacada do quarto e ponho-me a observar as estrelas, que mais parecem pontinhos prateados em um céu de veludo negro. Abaixo delas, o mar agitado as espelha, transmitindo sua graça e beleza de uma forma distorcida, mas igualmente bela e encantadora. Esse hotel é bem mais simples do que o que Andres havia planejado me levar, o que com certeza parece estar incomodando ele um pouco, mas estou me sentindo tão bem aqui, tão mais a vontade do que no Hopkins, que espero que ele perceba isso logo e se junte a mim. - Eu trouxe isso para você. – Andres sai pela porta da sacada, colocando uma manta felpuda por cima de mim e dois copos de whisky sobre uma pequena mesa no centro. - Obrigada. – Agradeço enquanto ele senta ao meu lado e eu puxo a coberta para que cubra suas pernas também. - Está se sentindo melhor? – Andres pergunta, passando um braço por sobre m
Angel Camille 01 de junho de 2015, 06h45min Acordo ouvindo os gritos de minha mãe vindos da sala e, imediatamente, ponho-me de pé e saio do quarto, desesperada, indo em direção ao som de seus gritos para saber o que está acontecendo e tentar ajuda-la, mas, quando entro no cômodo, a cena que se desenrola a minha frente me faz parar, boquiaberta, tentando assimilar o que estou vendo. Minha mãe está deitada no chão, protegendo sua barriga com as mãos, enquanto meu pai grita com ela. Estou tão assustada que fico momentaneamente congelada, sem entender uma palavra do que eles falam, apesar do volume elevado da discussão. - Mãe. - Saindo de meu transe, tento chegar até ela, mas um dos empregados de meu pai me agarra pelo braço, impedindo que eu me aproxime e me mantendo onde estou. - Tem noção do que fez, Ingrid? - Pergunta Leopoldo, desferindo um chute contra as costas da mulher, que se encolhe no chão, gemendo, indefesa e visivelmente com dor devido aos golpes.
Angel Camille 06 de junho de 2021 - 00h30min Lembro-me vagamente que muitos anos atrás, quando eu ainda era uma criança curiosa, sedenta pelo saber, e Ingrid Santana era apenas minha mãe, e não a viciada que abandonou as duas filhas, eu perguntei para Ingrid o que era algo infinito. Não me recordo ao certo quantos anos eu tinha naquele dia, lembro apenas que eu ouvi a palavra em um filme, pois eu não curtia muito desenhos por achá-los bobos e infantis, e gostei do som da palavra, gostei do que ela parecia significar, eu queria algo infinito. Minha mãe não soube me dizer o que era exatamente, ela ficava me repetindo que infinita é um coisa que não tem fim, que não acaba... Para mim, era uma explicação vaga e sem sentido, que nada mais fazia além de tornar a frase “ao infinito e além”, de Buzz Lightyear, do desenho Toy Story, ainda mais boba. Afinal, se o infinito é algo sem fim, como podemos ir além? Hoje, aos vinte e um anos, vejo as coisas de uma forma diferente
Angel Camille 06 de junho de 2021 - 02h As coisas, que já não estavam indo muito bem para o lado de Zoe devido ao sangramento abundante em seu nariz, começam a ficar ainda pior conforme Rafael dirige até a casa de praia. O sangramento em si está parando, visto que é praticamente impossível um nariz, que claramente não está fraturado, sangre por tanto tempo, mas agora Zoe está pálida e praticamente em coma em meu colo, provavelmente resultado da grande perda de sangue. - Senhorita Dalavia, eu realmente acho que devemos levar essa moça para um hospital. - Rafael solta, assim que estaciona o carro em frente a casa de Andres e abre a porta, possibilitando que ele veja a real situação. - Não. Hospital não. - Zoe geme em meu colo, agarrando-se em mim com o restante das suas forças. - Ok, ok. - Apoio a cabeça dela com as mãos e saio do carro, deixando-a deitada sobre o banco traseiro do carro. - Primeiramente: não me chame de senhorita Dalavia, meu sobrenome é Ma
Andres 06 de junho de 2021 - 07h15min - Qu'est-ce que le médecin t'a dit exactement (o que foi exatamente que o médico lhe disse?)? - Lucas me questiona, assim que Camille se vira de costas para nós a fim de preparar seu café, dando continuidade a nossa conversa, ainda em francês. - Il a dit que Zoe avait clairement été battue. Côtes ébréchées, nez contusionné, coupures sur la lèvre inférieure, les bras et les jambes et ecchymoses sur tout le corps (ele disse que Zoe claramente foi espancada. Costelas lascadas, nariz machucada, cortes no lábio inferior, nos braços e nas pernas e hematomas pelo corpo). - Passo as mãos pelos cabelos, tentando me acalmar para que Cami ao menos ache que estou tranquilo com a situação. - Droit. Je suis d'accord que les actions de Campbell sont horribles, tu ne devrais pas frapper une femme avec un pétale de rose, mais Andres, es-tu sûr que ça vaut la peine de commencer une guerre avec le sud pour elle? (certo. Concordo que as ações de Campb
Abro a porta do banheiro e meu nariz se retorce ao mesmo tempo em que meu estômago se agita quando eu sinto o aroma forte e repugnante de bebida alcoólica e cigarro. Parado ali, no batente da porta, está Andres, mas não o Andres com o qual eu estou acostumada , essa é uma outra versão dele, muito menos recomposta e com certeza muito bêbada. Seus cabelos estão uma bagunça, as pontas escuras apontando para todas as direções, ele está sem o paletó e sem a gravata e a camisa social branca que está vestindo, que normalmente encontra-se sempre apresentável, está suja e amarrotada. Como se essa desordem toda não fosse o suficiente, seu olhar está desfocado e seu hálito... Céus, ele está fedendo a whisky e esse cheiro só faz com que eu sinta ânsia de vômito e fique ainda mais consciente do teste de gravidez que está escondido. - Porra, Andres. Você está fedendo muito. - Digo, cobrindo minha boca e o nariz com a mão. - Sim, princesa, por isso preciso de um banho. – Ele ri da própria piada