Manuela
28 de abril de 2017 - 20h40min
- Já falei uma vez, mas vou falar novamente: Isso é uma péssima ideia. - Digo, assistindo Luana e Gabriela misturando uma quantidade inapropriada de rum branco a bebida de aparência e consistência duvidosas que está dentro do liquidificador.
Quando sai do Le Petit Café, Gabriela e Luana estavam me esperando, já com uma mochila cheia de roupas minhas, para passarmos o um final de semana “divertido” no apartamento dos pais de Lu, que estão fora da cidade a trabalho, ou algo assim. Eu não queria vir, pois não me pareceu justo deixar minha mãe cuidando de Annabelle mais uma noite, mas Agnes disse que era para eu aceitar, que ela e Anna ficariam bens sem mim, então eu vim.
O apartamento de Luana é imenso e lindo, com uma decora
Manuela29 de abril de 2017 - 02h40minA festa saiu totalmente de nosso controle. Sabe quando percebemos isso? Quando, ao invés de quarenta pessoas, cerca de umas sessenta, setenta invadiram o apartamento. Gritando, pulando e esbarrando em estatuetas de cerâmica extremamente fina que a mãe de Luana traz de, conforme ela nos contou, todos os lugares do mundo para onde vai. Nas primeiras horas, nós três ficamos apenas correndo para lá e para cá, escondendo objetos caros e expulsando adolescentes pervertidos dos quartos da casa e, sim, podem acreditar, da dispensa, mas, lá pelas três da manhã, as coisas começam a se acalmar e então finalmente podemos curtir um pouco a festa. Eu danço, realmente danço bem, mas hoje não estou muito no clima para isso e, nesse momento, est
Andres15 de março de 2018 - 10h30minAcho que já fazem três horas, talvez quatro, que eu estou aqui sentado, ou pelo menos é isso o que parece para mim, pois minha postura está rígida, embora minha mente continue tão confusa quanto estava antes de eu sair de casa. Só em Celosia, temos cinco Restaurantes e, em todos eles, meu pai tem um escritório. Nesse momento estou em um desses escritórios, o que fica em cima do maior Bistrô Il Nostro Mondo da cidade, e também, com certeza, o mais aconchegante, onde ele passava a maior parte do seu abundante tempo livre. Não sei o motivo de ter vindo até aqui, sei apenas que, quando recebi a ligação de Lucas Martinelli, não suportei ficar perto de minha mãe e meus irmãos, precisava ficar sozinho e, no
Manuela15 de março de 2018 - 20h30min- Tem certeza de que quer mesmo fazer isso? Você entendeu tudo direitinho, Manu? - Pergunta Gabriela, pela centésima vez ainda hoje, fora as milhares de vezes que já perguntou nos últimos dias. - Você acha que eu não sou bonita o suficiente? - Apesar de estar firme em minha decisão, parte de mim está ansiosa e temendo que Enrico, chefe de Gabi, diga que eu não sou bonita ou qualificada o suficiente para ser uma de suas dançarinas ou garçonetes. - Não, não é isso. - Gabriela se levanta da minha cama, onde estava deitada, e vem em minha direção. - Você é linda, você é perfeita, eu só estou nervosa. - Ela pega a chapinha de minhas mãos, tomando para si a tarefa de alisar meus c
Andres15 de março de 2018 - 22h10min- Está vendo isso? - Lucas me para, colocando a mão em meu ombro, e aponta para um conjunto de sofás, com uma pequena mesa no meio e que fica bem na frente do palco, onde algumas strippers dançam seminuas. O local está praticamente vazio, pois acabou de abrir, mas os quatro sofás em frente ao palco estão praticamente cheios. Neles, estão sentados seis homens beirando os quarente e cinquenta anos, todos de terno e sorrindo presunçosamente para as dançarinas e garçonetes com roupas ridicularmente curtas que os rodeiam. No meio deles, identifico apenas Henri, o homem que agora é o meu braço direito. - O que? - Eu o questiono, encarando a única garçonete no local que usa uma bandana, esconde sua identidade. Qual o sentido d
Manuela 16 de março de 2018 - 01h30minDepois de ver que Andres estava aqui, eu e Luana procuramos evitar atender os grupos sentados no centro do salão, apesar de estarmos de máscaras, focando mais na área VIP, que fica em cima do bar, e nas mesas de banquinhos altos ao redor. - Três doses de tequila, um daiquiri de morango, uma piña colada e uma água com gás, por favor. - Peço à Sara, escorando-me no canto do bar, apressada e, ao mesmo tempo, tentando não ficar no caminho dos clientes aguardando na fila. - É para já, meu anjo. - Ela sorri para mim, fazendo um sinal com a mão, indicando o próprio sorriso e insinuando que eu devo sorrir. - Estou sorrindo por baixo da máscara. - Brinco quando ela passa por mim para pegar copos limp
Manuela 16 de março de 2018 - 15h30minHoje o Le Petit Café está com um movimento baixo, o que é um alívio, pois sinto como se eu não tivesse dormido nada nos últimos dois ou três dias e minhas pernas doem como se eu tivesse corrido uma maratona inteira. Quando acordei hoje, com os gritos de Anna, repeti dezenas de vezes em minha mente que estava tudo bem, que as coisas acabarão se encaixando, que aos poucos irei me acostumando com esses horários e então tudo ficará mais fácil... Naquele momento eu parecia estar mentindo para mim e agora, enquanto fico repetindo essas mesmas coisas, quase caindo no sono, continua parecendo mentira, mais ainda pior. - Manuela? - Ergo a cabeça de minhas mãos e olho para Monalisa, que está me encarando com um olhar divertido em seu rosto perfeitamente maquiado. - Desculpa. - Digo, limpando uma babinha que estava com
Andres31 de dezembro de 2020 - 18h30minParo na porta da varanda dos fundos da casa, escorando-me contra a moldura da porta e apertando um caneca de café entre minhas mãos enquanto observo o sol se pondo, iluminando o mar com sua luz alaranjada que deixa tudo mais lindo... E deprimente. No último ano e meio, não tenho tido tempo nem mesmo para isso, observar a paisagem, pois estou sempre em reuniões e escritórios fechados, o que impossibilita que eu respire direito, quem dirá ver o céu e admirar as suas cores. - No que está pensando, meu amor? - Débora se aproxima por trás de mim, abraçando a minha cintura dando um beijo em meu ombro de forma afetuosa. Nos primeiros dois meses após a morte de meu pai, Débora ficou irreconhecível. Michael lhe fez muito mal, mas ela lhe amou até o fim e lhe amou tanto que, quando aquele filho da puta morreu, uma pa
Andres 31 de dezembro de 2020 - 18h30min Saio do banheiro de meu quarto, enrolando uma toalha na cintura com uma mão enquanto mando algumas mensagens para Taigor, meu chefe de segurança, com a outra e me certificando de que há capos e capos décimos suficientes ao redor da casa. Assim que termino de m****r mensagem para ele, abro meu guarda roupas e começo a pensar em o que vestir. Ultimamente eu uso terno a todo momento, não importa para onde estou indo, então preciso apenas escolher entre cor, marca e tecido. Acabo me decidindo por um uma camisa social branca e um terno completo azul marinho, feito sob medida. Estou terminando de fechar o colete quando a porta abre e minha mãe entra, sempre como uma tempestividade. - Débora. - Chamo sua atenção, irritado com sua mania chata de entrar sem bater na porta. - Débora é o caralho