Ao despertar, vejo que o sol já nasceu, anunciando a chegada de um novo dia. No entanto, a sensação do abraço de Sean ainda ecoa em minha mente. Lentamente, me viro, procurando confirmar se foi apenas um sonho ou se isso realmente aconteceu. Mas, para minha surpresa, o espaço ao meu lado está vazio.Assim que me sento, o enjoo matinal, que parece ter se tornado meu fiel companheiro, me atinge rapidamente. Com um suspiro frustrado, me levanto da cama e corro para o banheiro, mal conseguindo alcançá-lo a tempo.Após alguns minutos, com o estômago menos agitado, faço minha higiene pessoal e saio do banheiro. No entanto, para meu desconforto, assim que abro a porta, o encontro parado em frente a ela, me encarando com uma expressão preocupada.— Você está bem? — ele pergunta, num tom surpreendentemente calmo. — Estava na varanda quando ouvi você…— Estou bem — respondo, interrompendo suas palavras. — Deve ter sido algo que comi ontem. Não estou acostumada com comida italiana — minto, desvi
O trajeto de volta ao hotel é silencioso e tenso. Tento me concentrar na paisagem que passa pela janela, mas a atitude de Sean desde que recusei almoçar com ele torna isso quase impossível. O homem descontraído que conversava comigo há poucos minutos parece ter sido substituído pelo homem frio e distante a que estou acostumada.Ao chegarmos ao hotel, desço do carro rapidamente e sigo para a recepção para pegar a chave do meu quarto. Poucos minutos depois, ao chegar no elevador, encontro Sean parado em frente às portas metálicas, mexendo no celular. Ele entra comigo e, assim que as portas se fecham, quebra finalmente o silêncio:— Zoe, você sabe que está aqui a trabalho, certo? — ele indaga, num tom sério, enquanto me encara com insatisfação. — Não quero que você se distraia com outras coisas.— Estou ciente, Sean. Mas eu realmente preciso resolver algumas coisas pessoais e o seu próximo compromisso dispensa minha presença. — afirmo, desviando o olhar para manter a compostura.— Quem g
Ergo os olhos e meu coração dá um salto ao reconhecer Benjamin. De pé, com seu cabelo castanho-escuro levemente desgrenhado e seus olhos cor de mel que transmitem aquela familiar intensidade que sempre me desarmava, meu ex-namorado abre um sorriso surpreso.— Zoe? — ele diz, como se confirmar minha identidade fosse algo necessário. Abro um sorriso sem jeito.— Benjamin… O que faz aqui?— Almoço aqui, Zoe. Esqueceu que a minha empresa fica aqui perto? — Benjamin responde, olhando para a cadeira como se esperasse um convite. Respiro fundo, tentando manter a normalidade.— Quer se sentar? — pergunto. Ele assente, sentando-se rapidamente. — Claro, você havia mencionado.— Jamais imaginei que te encontraria aqui, especialmente sozinha. Como você está? Você parece… diferente desde aquele jantar.— Estou bem, obrigada. — respondo, observando-o pegar o cardápio. — Aproveitando um pouco da tranquilidade longe dos compromissos.— Pela sua animação, sua viagem está sendo bem intensa. — Ele afirm
Sinto meu coração bater descompassadamente assim que vejo Sean vindo em nossa direção. Seu olhar sério permanece fixo em meu rosto, recordando-me que eu estava chorando há poucos minutos.— Droga. — resmungo, atraindo o olhar confuso de Benjamin. — Por favor, não mencione nada sobre o nosso assunto.— Por que você diz… — antes que pudesse completar sua frase, Benjamin é interrompido pela presença imponente de Sean. Visivelmente surpreso, ele se levanta para cumprimentá-lo. — Sr. Gallagher, que surpresa vê-lo aqui.— Srta. Adkins, Sr. Sinclair. — o CEO responde, como se tentasse controlar seu tom de voz. Ele retribui o aperto de mãos sem desviar seu olhar de mim. — Não esperava encontrá-los aqui juntos.— Pois é, parece que hoje o dia está repleto de surpresas. — Benjamin diz ao me encarar. Passo a mão nos cabelos, receosa, e decido intervir no clima tenso que se formou.— Sr. Gallagher, estava terminando meu almoço para…— Srta. Adkins, foi bom encontrá-la aqui. — Sean me interrompe a
“Por Sean Gallagher”Em frações de segundos, enquanto o abraço inesperado me surpreende, noto o olhar curioso de Zoe alternando entre mim e a pessoa que permanece com os braços em meu pescoço. Logo, ela retoma sua compostura habitual.Beatrice solta uma risada divertida ao perceber minha hesitação e se afasta do meu pescoço, permitindo-me finalmente levantar para cumprimentá-la.— Beatrice, que surpresa! — exclamo, surpreso pelo encontro inesperado com uma antiga amiga. Ao me soltar de seu abraço apertado, pergunto: — O que faz aqui?— Você não é o único que possui parentes americanos, se esqueceu? — ela responde, abaixando o olhar. — Mas e você, o que faz aqui? Você não deveria estar em Nova York?— Sim, mas o trabalho me exige algumas viagens. — afirmo, voltando meu olhar para Zoe, que permanece sentada esboçando um olhar desconfortável. — Beatrice, essa é a Zoe, minha assistente pessoal. Zoe, essa é a Beatrice, uma… amiga.— Ah, Sean! Acho que depois do que aconteceu entre nós em M
Após a saída de Beatrice, permaneço em silêncio, evitando que meus pensamentos voltassem ao passado, quando Elena mostrou que estava comigo por dinheiro e me fez passar pelo inferno. Zoe tenta disfarçar, mas seu olhar curioso se fixa em mim diversas vezes, o que só aumenta minha irritação.— Há algo errado? — ela pergunta, visivelmente incomodada com o silêncio que se estendeu desde a sua volta.— Mesmo se houver algo errado, isso não te diz respeito, Srta. Adkins. — afirmo, num tom seco. Zoe desvia o olhar para a taça na mesa, parecendo se encolher em seu assento.O silêncio volta a pesar entre nós, tornando o ambiente quase insuportável. Sei que prometi manter as coisas mais leves, mas a imagem de Elena surge a cada momento, trazendo dores e sensações que eu gostaria de nunca mais sentir.Um tamborilar de dedos, o barulho do garfo raspando o prato enquanto ela mexe na comida sem realmente comer… tudo parece intensificar meu mau-humor.— Pare com isso, porra! — vocifero, recebendo se
“Por Zoe Adkins”Confusão. Uma palavra simples, mas que resume exatamente o que Sean me causa. Algumas vezes, Richard comentou sobre seu filho: as conquistas, a idade, as formações acadêmicas… Mas ele nunca mencionou que seu herdeiro sofria de bipolaridade. Afinal, não é possível que alguém em perfeito estado de juízo demonstre tantas oscilações de humor.Enquanto tentava atravessar a rua, com o coração acelerado e as emoções à flor da pele, quase fui atropelada por um carro que surgiu do nada. Senti um calafrio percorrer minha espinha ao ouvir os pneus frearem bruscamente.Após uma discussão inútil com o motorista e um surpreendente pedido de desculpas de Sean, sem palavras, sinto a necessidade de fugir de sua presença. Mas antes que eu pudesse sair, sinto seus braços me segurando pelas coxas e, abruptamente, sou jogada sobre seu ombro.Surpresa, me debato nos braços de Sean enquanto ele me carrega como um saco de batatas. Minhas mãos batem em suas costas em um esforço inútil de me l
Pela manhã, após passar a noite virando de um lado para o outro na cama, relembrando aquele beijo a cada minuto, sinto o cansaço tomando conta do meu corpo. O resultado da noite mal dormida se faz evidente. Com um suspiro frustrado, levanto-me para fazer minha higiene pessoal.Depois de alguns minutos, pego o celular para conferir as horas e encontro várias mensagens de Ellie, lembrando-me de que desde o almoço com Benjamin não respondo suas mensagens. Vejo também uma notificação de Sean, avisando sobre o adiamento da próxima reunião. Decido ligar para minha amiga.— Zoe Adkins, — ela começa assim que atende —, você faz ideia do sufoco que me fez passar? Juro que estava quase indo atrás de você.— Me desculpe, amiga. As coisas saíram do controle e acabei me esquecendo.— O que aconteceu? — Ellie indaga, claramente preocupada.— Nem sei por onde começar. — respondo, soltando um suspiro pesado enquanto tento organizar os acontecimentos em minha mente.Durante alguns minutos, atualizo mi