Ergo os olhos e meu coração dá um salto ao reconhecer Benjamin. De pé, com seu cabelo castanho-escuro levemente desgrenhado e seus olhos cor de mel que transmitem aquela familiar intensidade que sempre me desarmava, meu ex-namorado abre um sorriso surpreso.— Zoe? — ele diz, como se confirmar minha identidade fosse algo necessário. Abro um sorriso sem jeito.— Benjamin… O que faz aqui?— Almoço aqui, Zoe. Esqueceu que a minha empresa fica aqui perto? — Benjamin responde, olhando para a cadeira como se esperasse um convite. Respiro fundo, tentando manter a normalidade.— Quer se sentar? — pergunto. Ele assente, sentando-se rapidamente. — Claro, você havia mencionado.— Jamais imaginei que te encontraria aqui, especialmente sozinha. Como você está? Você parece… diferente desde aquele jantar.— Estou bem, obrigada. — respondo, observando-o pegar o cardápio. — Aproveitando um pouco da tranquilidade longe dos compromissos.— Pela sua animação, sua viagem está sendo bem intensa. — Ele afirm
Sinto meu coração bater descompassadamente assim que vejo Sean vindo em nossa direção. Seu olhar sério permanece fixo em meu rosto, recordando-me que eu estava chorando há poucos minutos.— Droga. — resmungo, atraindo o olhar confuso de Benjamin. — Por favor, não mencione nada sobre o nosso assunto.— Por que você diz… — antes que pudesse completar sua frase, Benjamin é interrompido pela presença imponente de Sean. Visivelmente surpreso, ele se levanta para cumprimentá-lo. — Sr. Gallagher, que surpresa vê-lo aqui.— Srta. Adkins, Sr. Sinclair. — o CEO responde, como se tentasse controlar seu tom de voz. Ele retribui o aperto de mãos sem desviar seu olhar de mim. — Não esperava encontrá-los aqui juntos.— Pois é, parece que hoje o dia está repleto de surpresas. — Benjamin diz ao me encarar. Passo a mão nos cabelos, receosa, e decido intervir no clima tenso que se formou.— Sr. Gallagher, estava terminando meu almoço para…— Srta. Adkins, foi bom encontrá-la aqui. — Sean me interrompe a
“Por Sean Gallagher”Em frações de segundos, enquanto o abraço inesperado me surpreende, noto o olhar curioso de Zoe alternando entre mim e a pessoa que permanece com os braços em meu pescoço. Logo, ela retoma sua compostura habitual.Beatrice solta uma risada divertida ao perceber minha hesitação e se afasta do meu pescoço, permitindo-me finalmente levantar para cumprimentá-la.— Beatrice, que surpresa! — exclamo, surpreso pelo encontro inesperado com uma antiga amiga. Ao me soltar de seu abraço apertado, pergunto: — O que faz aqui?— Você não é o único que possui parentes americanos, se esqueceu? — ela responde, abaixando o olhar. — Mas e você, o que faz aqui? Você não deveria estar em Nova York?— Sim, mas o trabalho me exige algumas viagens. — afirmo, voltando meu olhar para Zoe, que permanece sentada esboçando um olhar desconfortável. — Beatrice, essa é a Zoe, minha assistente pessoal. Zoe, essa é a Beatrice, uma… amiga.— Ah, Sean! Acho que depois do que aconteceu entre nós em M
Após a saída de Beatrice, permaneço em silêncio, evitando que meus pensamentos voltassem ao passado, quando Elena mostrou que estava comigo por dinheiro e me fez passar pelo inferno. Zoe tenta disfarçar, mas seu olhar curioso se fixa em mim diversas vezes, o que só aumenta minha irritação.— Há algo errado? — ela pergunta, visivelmente incomodada com o silêncio que se estendeu desde a sua volta.— Mesmo se houver algo errado, isso não te diz respeito, Srta. Adkins. — afirmo, num tom seco. Zoe desvia o olhar para a taça na mesa, parecendo se encolher em seu assento.O silêncio volta a pesar entre nós, tornando o ambiente quase insuportável. Sei que prometi manter as coisas mais leves, mas a imagem de Elena surge a cada momento, trazendo dores e sensações que eu gostaria de nunca mais sentir.Um tamborilar de dedos, o barulho do garfo raspando o prato enquanto ela mexe na comida sem realmente comer… tudo parece intensificar meu mau-humor.— Pare com isso, porra! — vocifero, recebendo se
“Por Zoe Adkins”Confusão. Uma palavra simples, mas que resume exatamente o que Sean me causa. Algumas vezes, Richard comentou sobre seu filho: as conquistas, a idade, as formações acadêmicas… Mas ele nunca mencionou que seu herdeiro sofria de bipolaridade. Afinal, não é possível que alguém em perfeito estado de juízo demonstre tantas oscilações de humor.Enquanto tentava atravessar a rua, com o coração acelerado e as emoções à flor da pele, quase fui atropelada por um carro que surgiu do nada. Senti um calafrio percorrer minha espinha ao ouvir os pneus frearem bruscamente.Após uma discussão inútil com o motorista e um surpreendente pedido de desculpas de Sean, sem palavras, sinto a necessidade de fugir de sua presença. Mas antes que eu pudesse sair, sinto seus braços me segurando pelas coxas e, abruptamente, sou jogada sobre seu ombro.Surpresa, me debato nos braços de Sean enquanto ele me carrega como um saco de batatas. Minhas mãos batem em suas costas em um esforço inútil de me l
Pela manhã, após passar a noite virando de um lado para o outro na cama, relembrando aquele beijo a cada minuto, sinto o cansaço tomando conta do meu corpo. O resultado da noite mal dormida se faz evidente. Com um suspiro frustrado, levanto-me para fazer minha higiene pessoal.Depois de alguns minutos, pego o celular para conferir as horas e encontro várias mensagens de Ellie, lembrando-me de que desde o almoço com Benjamin não respondo suas mensagens. Vejo também uma notificação de Sean, avisando sobre o adiamento da próxima reunião. Decido ligar para minha amiga.— Zoe Adkins, — ela começa assim que atende —, você faz ideia do sufoco que me fez passar? Juro que estava quase indo atrás de você.— Me desculpe, amiga. As coisas saíram do controle e acabei me esquecendo.— O que aconteceu? — Ellie indaga, claramente preocupada.— Nem sei por onde começar. — respondo, soltando um suspiro pesado enquanto tento organizar os acontecimentos em minha mente.Durante alguns minutos, atualizo mi
Um silêncio tenso se forma instantaneamente, quase posso ouvir os pensamentos de Sean. Seu olhar se torna curioso ao perceber a toalha enrolada em meus cabelos, mas ao focar em meu rosto, que deve estar vermelho pelo choro recente, seu olhar se torna sombrio.O desconforto se espalha por mim enquanto ele parece decifrar os sinais, conectando os pontos e tirando suas próprias conclusões.— Sean, eu… — tento formular uma frase, mas as palavras fogem dos meus lábios ao ver seu maxilar travado. Ele me olha por um momento e então fixa o olhar em Benjamin.— Sr. Sinclair, parece que estou encontrando o senhor mais ao lado da minha assistente do que em assuntos realmente profissionais — Sean diz, irônico. Benjamin olha para mim e volta sua atenção para ele.— Há de concordar que encontros casuais, especialmente com a Zoe, são sempre mais agradáveis do que discutir números e projetos — Benjamin rebate, igualmente irônico.Percebo Sean cerrar os punhos, encarando-me brevemente antes de voltar
Sinto meu coração acelerar diante de sua pergunta, enquanto o nervosismo percorre meu corpo. Ainda de costas, tento pensar em uma desculpa convincente. Respirando profundamente, me viro para ele, tentando responder de forma convincente:— Ah, isso? Benjamin trouxe um presente para uma amiga em comum que acabou de ter um bebê e me pediu para entregar — respondo, mantendo o tom de voz firme. Mesmo que eu queira fugir do assunto, minha curiosidade sobre a opinião de Sean sobre bebês me impulsiona a continuar: — Fofo, não é? Certamente comprarei um desses quando tiver um bebê.— Quando tiver um bebê? — ele repete, levantando a sobrancelha. — Você pensa em ter filhos?— Por que a surpresa? Acredito que seja o sonho da maioria das mulheres que conheço — falo, tentando parecer casual. — E você? Já pensou em ter filhos?— Já tive um dia, hoje é algo que não está nos meus planos — ele responde, dando de ombros, indiferente. Sinto um nó se formar em minha garganta.— Egoísta. Exatamente como im