— Alexis Gallagher —Eu finalmente estava de volta. Depois de meses viajando a trabalho, não via a hora de retomar de onde tinha parado com Claire. Minhas viagens sempre nos afastavam um pouco, mas eu sabia que, no fundo, o que tínhamos era forte o suficiente para sobreviver a qualquer distância. Pelo menos, era o que eu esperava. Nos últimos dias, algo nela parecia diferente. Nas mensagens, nas ligações, havia uma hesitação que eu não entendia. Achei que fosse a pressão do trabalho, ou o tempo que passamos separados, mas agora que eu estava de volta, planejava esclarecer tudo.Nos encontramos para uma caminhada no parque, uma rotina nossa. O dia estava lindo, o sol filtrado pelas árvores, e eu não conseguia deixar de sorrir ao vê-la. Claire, com sua postura elegante e seus movimentos graciosos, sempre parecia pertencer a algum outro mundo, um mundo mais sofisticado, e eu estava feliz de poder fazer parte disso, mesmo que por algum tempo.— Claire — chamei seu nome com suavidade, tent
— Claire LeBlanc —Os últimos dias foram um verdadeiro inferno. Meu celular não parava de vibrar com as mensagens insistentes de George, como se ele estivesse tentando me puxar de volta para uma vida que eu havia deixado para trás. Ele sempre teve esse jeito manipulador, mas agora estava beirando o ridículo. "Vamos recomeçar, Clare, pelo bebê", ele dizia em cada mensagem. Como se um filho fosse motivo suficiente para apagar todas as traições, as mentiras, e o controle que ele tentou exercer sobre mim.Suspirei, jogando o celular para o outro lado do sofá e me afundando nas almofadas. Cada vez que eu via o nome de George na tela, algo dentro de mim queimava de raiva. Ele estava tão desesperado para se colocar de volta na minha vida, mas não entendia – ou fingia não entender – que não havia mais volta. Não importa de quem fosse o bebê, George não fazia parte do meu futuro.E, do outro lado, Alexis. Sempre tão calmo, tão compreensivo. Ele estava lidando com tudo isso muito melhor do que
— George Collins —Eu sempre soube que Claire não conseguiria resistir por muito tempo. Tudo bem, ela era teimosa, sempre foi, mas o fato de ter bloqueado minhas mensagens? Isso era apenas uma resposta desesperada dela para tentar fugir do inevitável. Eu conhecia Claire melhor do que ela mesma. Ela podia fingir que estava com Alexis, que queria um futuro com ele, mas lá no fundo, ela sabia que eu era o homem certo para ela. E aquele bebê? Ah, ele só tornava tudo mais claro. Nós dois estávamos destinados a ficar juntos, e nada – nem Alexis, nem o orgulho ridículo dela – iria impedir isso.Nos últimos dias, fiquei mais atento. Claire estava cada vez mais distante de mim, mas eu sabia onde ela estava, com quem estava. Descobri sua rotina, os lugares que ela frequentava. Ela não podia me bloquear da vida dela, não quando tínhamos algo tão importante entre nós.Naquela noite, esperei por ela do lado de fora da empresa em que ela trabalhava. Sabia que Claire sairia por volta das oito da noi
— Claire LeBlanc —Eu não estava esperando por mais uma noite assim. Não com George.Tentei manter a calma enquanto ele insistia em conversar novamente, dessa vez, aparecendo do lado de fora da minha casa. Eu sabia que não podia continuar fugindo. As mensagens incessantes, os encontros forçados... Ele estava ultrapassando todos os limites, e agora eu precisava ser clara e definitiva. Mais uma vez.George não entendia que aquilo tinha acabado.Ou talvez, ele entendesse, mas se recusava a aceitar.Quando ouvi a campainha tocar, um frio percorreu minha espinha. Olhei para o relógio. Já passava das nove, e Alexis não viria hoje. Era só George. Respirei fundo e fui até a porta, meu corpo tenso com a inevitabilidade daquela conversa.Assim que abri, lá estava ele. O sorriso de quem acha que está no controle, mas eu sabia que ele estava cada vez mais fora de si. Seus olhos, normalmente frios, estavam agitados. Ele entrou sem pedir permissão, andando pela minha sala como se ainda pertencesse
— Alexis Gallagher —Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar George. Não era uma questão de "se", mas "quando". Desde o momento em que Claire me contou sobre as ameaças, algo dentro de mim mudou. George não era só um ex-namorado ressentido; ele estava se tornando um perigo real para o nosso futuro, e eu não podia mais ignorar isso.Por dias, pensei em como lidar com a situação. Claire estava fragilizada, vulnerável, e eu não podia deixar que George a destruísse emocionalmente. E também havia o bebê... que, independentemente de quem fosse o pai, seria criado com amor e segurança. Isso, eu estava determinado a garantir.Naquela noite, depois de conversar com Claire e vê-la adormecer no sofá, decidi que já era hora. Não podíamos mais esperar que George recuasse. Ele nunca recuaria. Peguei o celular e digitei uma mensagem curta e direta:"Nos encontramos hoje à noite. Só nós dois. No bar do Léo. 23h."Eu sabia que ele não recusaria. George adorava confrontos, e adorava
— Claire LeBlanc —Eu estava sentada à mesa da cozinha, as mãos trêmulas segurando uma xícara de chá que já esfriara há muito tempo. Meu olhar estava fixo na janela, mas minha mente estava em outro lugar. Em breve, eu teria a resposta que tanto temia. A dúvida sobre a paternidade do bebê estava se tornando um peso insuportável, corroendo cada parte de mim, me privando de noites de sono e de qualquer traço de paz.Alexis estava na sala, conversando ao telefone com um cliente, sempre gentil, sempre calmo, mas eu sabia que, por dentro, ele também estava sofrendo. Ele não dizia isso, mas eu via em seus olhos. A incerteza do bebê estava pendurando uma sombra sobre nós, sobre o futuro que queríamos construir juntos. Precisávamos da verdade, e eu sabia que só o teste de DNA poderia trazer isso.Depois do último confronto com George, percebi que não havia como fugir mais. A realidade estava batendo à porta com força, e eu precisava encará-la. Precisava saber a verdade, não apenas por mim, mas
CLAIRE LEBLANCO telefone tocou, e por um segundo, eu hesitei em atender. O toque parecia ressoar por toda a casa, o som pulsando no silêncio tenso que preenchia o ar. Alexis me observava do outro lado da sala, seu olhar calmo e paciente, mas eu sabia que ele estava tão nervoso quanto eu. O momento que ambos esperávamos havia chegado, e meu coração parecia parar enquanto eu pegava o telefone, o número do laboratório brilhando na tela."Alô?" Minha voz saiu mais fraca do que eu esperava, quase um sussurro. Eu podia ouvir o som suave da respiração de Alexis, tão concentrado quanto eu naquele segundo."Senhora LeBlanc?" A voz do outro lado era profissional, sem emoção. "Estamos ligando para informar que os resultados do teste de DNA estão prontos."Fechei os olhos, meu coração batendo descompassado no peito. Era isso. O momento de verdade."Pode me dizer?" perguntei, minha mão apertando o telefone com força. Alexis estava ao meu lado agora, seu olhar fixo em mim, esperando, assim como eu
GEORGE COLLINSAlgo dentro de mim quebrou quando Claire me deu aquela notícia. O teste de DNA confirmou que o bebê era de Alexis. Aquele maldito cachorro tinha roubado tudo de mim: Claire, o bebê, a vida que era minha por direito. Por um breve momento, o choque dominou meus pensamentos, uma lacuna silenciosa onde o vazio se instalou. Mas o vazio não durou. Ele foi rapidamente preenchido por algo muito mais sombrio, algo que eu sabia que crescia dentro de mim há muito tempo: uma obsessão fervente e destrutiva.A raiva que senti ao ouvir as palavras dela foi tão avassaladora que eu mal conseguia enxergar direito. Claire falava com uma confiança que me irritava profundamente, como se eu fosse apenas uma sombra do passado, algo que ela podia simplesmente apagar com um aceno de cabeça. Ela tinha perdido o controle de quem eu era. Tinha me subestimado.Eu a observei sair do café, mantendo aquela postura altiva, como se tivesse vencido. Como se tivesse me colocado no meu devido lugar. Eu per