Karl e Mia foram jogados de um lado para outro no Cadillac Fleetwood Brougham cinza escuro, por alguns segundos pareciam estar dentro de um liquidificador, tudo rodou freneticamente, o Cadillac caiu entre as paredes de pedra e bateu em cada uma algumas vezes, não sobrou muita coisa, qualquer um diria que aquilo já foi tudo, menos um Cadillac, parece agora um monte de ferro retorcido e sem forma, também pudera, capotar a mais de cem quilômetros por hora por três ou quatro vezes e depois cair em uma ribanceira de pedras, bater em uma parede e depois na outra e assim sucessivamente por algumas vezes e por último arrastar até o fundo, nem o mais crédulo vigário arriscaria dizer que alguém pode estar vivo lá dentro.
As rodas ainda giram e o motor desliga vagarosamente, os ponteiros do painel vão até o zero e as rodas param de girar, o Cadillac ainda arrasta para o fundo mais um pouco, o Cadill
Nathan e Darius vão novamente tentar levar aquelas almas lá para cima, mesmo que elas não mereçam, os dois saem da neblina e se colocam a frente se Sarah e os outros, que esperam até que eles tentem alguma coisa. Nathan ergue as sobrancelhas e assopra com força, fazendo com que a neblina desapareça.- Nunca gostei muito de escuridão – diz sorrindo – não faz o meu tipo.Sarah e os outros caminham para perto de Karl e Mia para bloquearem a passagem de Nathan. O clima fica tenso e todos se encaram, Furius estala a corrente e sua foice fica em chamas, Sarah aperta o cabo da clava com mais força e Sipio acende um cigarro sem tirar os olhos de Darius, Joe levanta a pá em riste.- Ansgarius! – ordena Sarah, fazendo com os dois fiquem com as mãos juntas atrás das costas, como se estivessem ajoelhados.Os segundos passam e os iluminados tentam
O relógio marca duas da madrugada, o copo de whisky em cima da mesa, ainda cheio, mostra que a noite ainda não chegou ao fim apesar das pessoas estarem indo embora, no piano a última canção como trilha sonora do fim, o garçom já sem vontade atende os pedidos com lentidão e certa animosidade, um olhar mais atento e fica claro que ele já está bebendo a sua dose de martini seco escondido atrás do bar, pois, quando as pessoas começam a ir embora é que começa a diversão dele. Mas o barman insiste em atrasar um pouco isso. - Phil, ainda tem uma mesa a servir! Porque ele se importaria? Já são uma da madrugada, já passou da hora dele tomar o seu drink, encostado no balcão do depósito abre uma garrafa depois de analisar seu rótulo, estica a boca como se dissesse “Até que esse aqui não é ruim”, e enche o copo quase até derramar e com as mãos trêmulas abocanha a borda do copo e deixa o Bourbon descer e queimar sua garganta, bate o copo no balcão e levanta a cabeça. - Ma
Toni foi enterrado, sem velório, sem homenagens, sem um último adeus da família, foi enterrado como um desconhecido. Na calada da noite dois capangas apenas o colocaram embaixo da terra, sim, acima de tudo foi um suicídio, e seus filhos e esposa não sabem que isso aconteceu, não sabem onde ele está, foi dado como desaparecido. A polícia nem se deu o trabalho de investigar, depois de alguns dias apenas o declarou como desaparecido e deu o caso como encerrado. A família apenas fez um sepultamento simbólico em sua memória. O homem que ganhou tudo que ele tinha também está morto, foi morto por Toni, e dono do clube, o senhor Ellis devolveu tudo para a família, compadecido e acima de tudo para evitar problemas com a polícia não fez questão do dinheiro e dos bens de Toni.Mas, para a tropa de resgate ele ainda precisa ser condenado.É um dia chuvoso e
Timothy Ose caminha por uma estrada de chão deserta carregando uma espada, ela não é uma espada como as outras, é um pouco menor, se aproxima mais de um gládio, com cerca de setenta centímetros. Seu olhar é de raiva e de insatisfação, na estrada que caminha não há nada em volta, apenas uma vegetação rasteira e o céu nublado, é o caminho que o leva ao seu exército particular, e depois de caminhar por centenas de quilômetros no meio do nada, pois, ali por mais que se olhe para os lados apenas pode-se ver areia e arbustos. Ose olha para os lados e ao longe algo quebra a monotonia da paisagem bucólica daquilo que mais parece um sertão deserto, ao longe e isolado de tudo surgem lápides. Ele deixa a estrada de chão, para na primeira das mais de duas mil sepulturas e crava sua espada no solo árido, em instantes esqueletos armados com vários tipos de armas rasgam o solo e se levantam. Em suas mãos esses soldados possuem desde espadas e escudos até lanças e machados de guerra. Timothy encost
Enfileirado com sua tropa Ose olha fixamente para porta que leva ao antiquário, essa é a única entrada que pode ser usada por alguém que não pertence aquele lugar. É uma escada larga, cabem duas pessoas lado a lado, com cerca de trinta degraus abriga a porta em seu topo. E o Grande Exército Abissal permanece ali, em posição de sentido, apenas aguardando o primeiro inimigo aparecer para poder atacar, as ordens são claras, destruir todo e qualquer inimigo. Ose chama um dos emissários que ao se posicionar ao seu lado fica em silêncio aguardando ordens. Esse mesmo emissário foi o soldado que recebeu o mensageiro de Nathan comunicando a o ataque, e lhe entregar dos termos de rendição. Foi negado, é claro, jamais Ose iria se render sem antes lutar, pois, ninguém invade seus domínios sem encontrar resistência. - O que foi que ele disse? – pergunta Ose. - Que seria sábio de nossa parte nos rendermos, pois possuem a espada do abismo. Todo o exército gargalha quando ou
Em seu escritório Ellis se recosta na cadeira e remexe uma caneta em suas mãos, se põe a pensar, seus pensamentos estão longe. A cada dia que passa sente cada vez mais a sensação amarga de ver tudo que ama ir embora, tudo se acabar, desde que morreu e deixou o lugar onde estava para trás, vê a vida passar e ele continuar. Sua morte não foi acidental e muito menos inesperada, o tempo passou e ele se foi, como todas as pessoas, causas naturais, esse foi seu fim. E quando tomou consciência novamente não estava no hospital, estava em um lugar estranho, a última coisa que se lembra foi aquela caveira vestida de túnica e capuz preto lhe estendendo a mão. É uma lembrança que lhe causa desconforto, pois quando a segurou sentiu o algo gelado lhe subir pela espinha, além aqueles olhos amarelos e sombrios.-Quem é você? – perguntou Ellis.E nada
Irina caminha pelo solo árido, bate o açoite levemente contra a perna, observa os dorsos nus se contorcendo a sua frente, os punhos amarrados em algemas no topo dos troncos e os gritos de lamento. Outras pessoas correm o mais rápido que podem, trovões são vistos com frequência e novos corpos são arrastados para todos os lados. Seus olhos comtemplam a imensidão, mas os gemidos de dor quebram o silêncio constantemente. O sol arde sem dar trégua, nesse lugar, onde estão as almas não tão boas para subir e nem tão más para descer, como ela mesmo diz, tudo é um constante castigo para aqueles que a morte condena. Ela não acha que é um lugar pior que o andar de baixo, lá pode-se um dia se tornar um demônio sedento pelo cheiro do sacrilégio, é como uma droga, e cada vez que eles provam, sempre querem mais. Ali não há regras, n&at
Sarah leva Adam para casa, ao abrir a porta ele atravessa a sala e senta-se no sofá preto de couro, senta-se no mesmo lugar de sempre, perto da janela, seus olhos se mexem rapidamente procurando, é claro, o controle remoto. Nem parece que ficou semanas fora de casa, olha para Sarah e abre um sorriso ao mesmo tempo que aperta os botões rapidamente. Seus dedos parecem ser treinados para fazer aquilo, e com poucos toques seu canal favorito aparece na tela, o canal de desenhos animados, pouco importa qual seja o desenho, Tom e Jerry, Looney Tunes, não faz diferença. Mal se passam dois segundos e seus olhos fixam na tela, parece hipnotizado pelos desenhos, como sempre foi. - Quer um pouco de cereal? – pergunta Sarah parada no meio do corredor com a caixa levantada, e ela já sabe a resposta para essa pergunta, é um sim, basta ela esperar um pouco, até o som da sua voz chegar aos ouvidos dele. - Sim! – responde quase imediatamente sem tirar os olhos da televisão, m