Toni foi enterrado, sem velório, sem homenagens, sem um último adeus da família, foi enterrado como um desconhecido. Na calada da noite dois capangas apenas o colocaram embaixo da terra, sim, acima de tudo foi um suicídio, e seus filhos e esposa não sabem que isso aconteceu, não sabem onde ele está, foi dado como desaparecido. A polícia nem se deu o trabalho de investigar, depois de alguns dias apenas o declarou como desaparecido e deu o caso como encerrado. A família apenas fez um sepultamento simbólico em sua memória. O homem que ganhou tudo que ele tinha também está morto, foi morto por Toni, e dono do clube, o senhor Ellis devolveu tudo para a família, compadecido e acima de tudo para evitar problemas com a polícia não fez questão do dinheiro e dos bens de Toni.
Mas, para a tropa de resgate ele ainda precisa ser condenado.
É um dia chuvoso e
Timothy Ose caminha por uma estrada de chão deserta carregando uma espada, ela não é uma espada como as outras, é um pouco menor, se aproxima mais de um gládio, com cerca de setenta centímetros. Seu olhar é de raiva e de insatisfação, na estrada que caminha não há nada em volta, apenas uma vegetação rasteira e o céu nublado, é o caminho que o leva ao seu exército particular, e depois de caminhar por centenas de quilômetros no meio do nada, pois, ali por mais que se olhe para os lados apenas pode-se ver areia e arbustos. Ose olha para os lados e ao longe algo quebra a monotonia da paisagem bucólica daquilo que mais parece um sertão deserto, ao longe e isolado de tudo surgem lápides. Ele deixa a estrada de chão, para na primeira das mais de duas mil sepulturas e crava sua espada no solo árido, em instantes esqueletos armados com vários tipos de armas rasgam o solo e se levantam. Em suas mãos esses soldados possuem desde espadas e escudos até lanças e machados de guerra. Timothy encost
Enfileirado com sua tropa Ose olha fixamente para porta que leva ao antiquário, essa é a única entrada que pode ser usada por alguém que não pertence aquele lugar. É uma escada larga, cabem duas pessoas lado a lado, com cerca de trinta degraus abriga a porta em seu topo. E o Grande Exército Abissal permanece ali, em posição de sentido, apenas aguardando o primeiro inimigo aparecer para poder atacar, as ordens são claras, destruir todo e qualquer inimigo. Ose chama um dos emissários que ao se posicionar ao seu lado fica em silêncio aguardando ordens. Esse mesmo emissário foi o soldado que recebeu o mensageiro de Nathan comunicando a o ataque, e lhe entregar dos termos de rendição. Foi negado, é claro, jamais Ose iria se render sem antes lutar, pois, ninguém invade seus domínios sem encontrar resistência. - O que foi que ele disse? – pergunta Ose. - Que seria sábio de nossa parte nos rendermos, pois possuem a espada do abismo. Todo o exército gargalha quando ou
Em seu escritório Ellis se recosta na cadeira e remexe uma caneta em suas mãos, se põe a pensar, seus pensamentos estão longe. A cada dia que passa sente cada vez mais a sensação amarga de ver tudo que ama ir embora, tudo se acabar, desde que morreu e deixou o lugar onde estava para trás, vê a vida passar e ele continuar. Sua morte não foi acidental e muito menos inesperada, o tempo passou e ele se foi, como todas as pessoas, causas naturais, esse foi seu fim. E quando tomou consciência novamente não estava no hospital, estava em um lugar estranho, a última coisa que se lembra foi aquela caveira vestida de túnica e capuz preto lhe estendendo a mão. É uma lembrança que lhe causa desconforto, pois quando a segurou sentiu o algo gelado lhe subir pela espinha, além aqueles olhos amarelos e sombrios.-Quem é você? – perguntou Ellis.E nada
Irina caminha pelo solo árido, bate o açoite levemente contra a perna, observa os dorsos nus se contorcendo a sua frente, os punhos amarrados em algemas no topo dos troncos e os gritos de lamento. Outras pessoas correm o mais rápido que podem, trovões são vistos com frequência e novos corpos são arrastados para todos os lados. Seus olhos comtemplam a imensidão, mas os gemidos de dor quebram o silêncio constantemente. O sol arde sem dar trégua, nesse lugar, onde estão as almas não tão boas para subir e nem tão más para descer, como ela mesmo diz, tudo é um constante castigo para aqueles que a morte condena. Ela não acha que é um lugar pior que o andar de baixo, lá pode-se um dia se tornar um demônio sedento pelo cheiro do sacrilégio, é como uma droga, e cada vez que eles provam, sempre querem mais. Ali não há regras, n&at
Sarah leva Adam para casa, ao abrir a porta ele atravessa a sala e senta-se no sofá preto de couro, senta-se no mesmo lugar de sempre, perto da janela, seus olhos se mexem rapidamente procurando, é claro, o controle remoto. Nem parece que ficou semanas fora de casa, olha para Sarah e abre um sorriso ao mesmo tempo que aperta os botões rapidamente. Seus dedos parecem ser treinados para fazer aquilo, e com poucos toques seu canal favorito aparece na tela, o canal de desenhos animados, pouco importa qual seja o desenho, Tom e Jerry, Looney Tunes, não faz diferença. Mal se passam dois segundos e seus olhos fixam na tela, parece hipnotizado pelos desenhos, como sempre foi. - Quer um pouco de cereal? – pergunta Sarah parada no meio do corredor com a caixa levantada, e ela já sabe a resposta para essa pergunta, é um sim, basta ela esperar um pouco, até o som da sua voz chegar aos ouvidos dele. - Sim! – responde quase imediatamente sem tirar os olhos da televisão, m
Na rua Paddie, 832 na esquina com a Annfield fica a igreja de Elbor, tem apenas uma na cidade, mas ela é grande o bastante para todos os que quiserem visita-la. Sua torre central tem altura considerável, as crianças precisam levantar a cabeça se quiserem olhar o sino quando estiverem no jardim frontal. Pintada de branco e com mais de cinco janelas frontais que chamam bastante atenção, porém não mais que a porta de entrada, parece ser bem antiga, de madeira maciça e grossa. Ela sempre precisa ser aberta por mais de uma pessoa, todos as terças e sábados, que são os dias que tem missa o jovem John Walcott e seus amigos apostam que ela não abrir, até hoje os garotos não chegaram a uma conclusão de quantos quilos ela tem. Fazem sempre a mesma aposta, se sentam do outro lado da rua e esperam ela ser aberta, John sempre acha que ela não vai abrir, porque tem mais de
Ellis nuca teve uma vida boa. Na verdade, sempre teve uma vida ruim. Seu principal passatempo era brincar com um baralho velho que tinha. Não era um baralho luxuoso e nem esses de mágicas. Sempre quis ter um Rambler, mas as moedas dos seus bolsos diziam que não. Sempre se contentou com aquele que tinha em casa, não sabe ao certo como ele foi parar ali, mas sabia que era seu. Ninguém mais queria aquele baralho. Apesar de bonito e luxuoso, não tinha mais a caixa, e faltavam algumas cartas. Mas para o menino Ellis, era o melhor baralho que poderia ter. Sempre levava o baralho para onde ia, para a escola, para a igreja, para qualquer lugar. Manuseava as cartas de vários jeitos, de cima para baixo ou vice e versa, as vezes tirando um pouco de baixo e colocando em cima. Cortava o baralho e tentava adivinhar que carta estava no topo. Quase nunca descobria, mas não parava de tentar. Na escola sempre foi bom aluno e tirava notas altas, sua mãe nunca reclamou muito disso, o que mais e
Quando Ellis levou o Santo Graal para o outro lado algo lhe dizia que tinha tirado a sorte grande. Ter achado o cálice mais procurado do mundo e ainda por cima saber que seu verdadeiro poder se manifestava no outro lado da vida lhe causava grande alegria. A única coisa que tinha em mente era que não poderia perder essa chance. A cada minuto que estava em poder do Santo Graal ele se sentia mais forte, seus músculos iam endurecendo e se tornava mais jovial. E a coisa mais importante que percebeu era que ele podia controlar qualquer coisa que tivesse vida. E foi em posse do Santo Graal que Ellis se tornou a pessoa mais poderosa daquela terra sem lei. E a coisa que ele mais queria era sair dali. Sempre falavam que quem tivesse um baú cheio de moedas poderia comprar sua volta a vida com a própria morte. Ellis ganhou muitas moedas, desafiou todos que pode. E em posse do cálice, controlava mentalmente os escorpiões e ganhava centenas de moedas todos os dias. Sempre dispensou os ded