*Depois de uma hora Bianca parou o carro e olhou feio para ele. Adriano já dera vários gritos com ela enquanto tentava dirigir em uma das pistas mais isoladas do parque. Ela quase bateu em uma pedra maior quando ele gritou e segurou o volante com força.
Ele começou a ensinar com calma como passar as marchas e controlar o carro, mas logo depois começou a falar sem parar e reclamar. Parecia nervoso.
_ Chega, Adriano – ela bateu no volante _ Você é um péssimo professor.
_ Não sou, não. Você que é ruim.
_ Essa é
Bianca... Quando eu acordei vi que Adriano estava de pé em frente á janela. O dia já estava clareando. _ Sabe que você está nu, não sabe? – me virei pra ele. _ Qual o problema? – respondeu sem olhar pra mim. _ Alguém pode te ver aí. _ Estamos na cobertura, é muito alto. _ Adriano... – ele se virou e me olhou _ O que foi? Está preocupado com algo? _ Por que me contou tudo aquilo ontem? -tinha o rosto fechado.
Adriano... Não vi Bianca hoje quando acordei. Talvez ela tenha ido visitar Emília na clínica. Nem sei onde deixei meu celular. Quero ligar pra ela. Bem que ela poderia ter me deixado um recado para quando eu acordasse. Procurei pela sala o meu celular e não achei. Estou ficando ansioso. Não consigo parar de pensar no amor que fizemos ontem á noite. “Amor”? Acho que estou ficando mole realmente. _ Ah, aqui – achei o celular. Estava caído embaixo do sofá. Cinco mensagens do pessoal da empresa e uma de Ál
*O dia amanheceu chuvoso. Começou de madrugada e se estendeu durante o resto do dia. As nuvens foram se acumulando e fechando o céu, deixando o dia escuro. Bianca não foi á clínica visitar Emília, apenas ligou para saber como estava. Adriano notou que ela estava estranha, mais agitada. Quando ele pegou a chave do carro para sair ela ficou andando atrás dele apertando os dedos. _ O que você tem, Bianca? Ela estava tão sensível que se assustou, dando um pulinho. _ Nada. _ Nada? E por que pulou de susto? _ Estava
Adriano... Alexandre marcou um almoço comigo e Álvaro. Queria me dar notícias sobre o testamento de meu avô. Avisei á Bianca que não iria almoçar com ela, uma coisa que fazia muito e nem sei quando comecei. Ela simplesmente me pediu que voltasse para almoçarmos juntos um dia e eu disse sim. Não me pareceu chato ou errado, achei normal. E até gostei disso. Agora estamos casados há seis meses no total e eu gosto de ter minha vida preenchida por Bianca. Ela foi mudando as coisas e quando vi, meu apartamento agora parece mesmo o de um casal e não o de um solteiro. Ela mudou até a cor do hall de entrada que antes era cinza escuro e agora é azul
_ Meu Deus, é maravilhoso, Adriano. Você não exagerou dessa vez. Olhei para ela sorrindo. Após longas horas de voo finalmente chegamos á minha nova propriedade e bem na hora certa. O pôr-do-sol deixava tudo ainda mais bonito. Passamos rápido por Edimburgo, deixaria por último um tour na capital porque queria chegar logo ao castelo. Na verdade tem alguns lugares que quero levá-la para conhecer e lhe contar minhas histórias de quando era pequeno ali. _ Ele tem nome? O castelo? _ Dovvanttar - eu disse com orgulho. _ Diferente. Gostei. Adoro quando esse lugares têm um nome forte assim.
Adriano... Raiva era pouco para dizer o que eu estava sentindo. Minha vontade era xingar bem alto, ali mesmo no meio de toda aquela gente no restaurante lotado. Eu não ligo mesmo. Nunca liguei para a opinião dos outros. E eu nem estava me importando se alguém acharia feio, caso eu fizesse uma cena. Só não fazia isso por causa de Alexandre. _ Não aceito isso. Deve ter algum engano. Reveja isso com calma. _ Não há engano nenhum, Adriano. Nenhum mesmo – Alexandre acendeu um cigarro _ O seu avó foi bem claro quando fez o testamento dele. Cada detalhe.