Ele pegou o tablet e se retirou e eu fiquei ali olhando para o papel. Ouvi um barulho de carro vindo em minha direção e vi que eram Kristina e Pamela no carro da primeira. Guardei o papel e fingi que estava apenas admirando o estacionamento.
- Bom dia minha bitch preferida. – disse Kristina sorrindo.
- Bom dia fofoqueira que eu detesto. – respondi com um sorriso sínico no rosto.
- Ai, essa foi direto para o meu coração, você ainda não esqueceu isso? Você já parou de divar na minha página se isso te deixa mais feliz.
- Sei...
- Então meninas, qual é a boa de hoje? – perguntou Pamela.
- A boa não, a ótima – respondi – você verá.
- Uuuuh, a Kat ta misteriosa hoje. – disse Krist
p.o.v AlineCheguei em casa e fui logo tomar um banho rápido. Vi que Dora (a diarista) tinha preparado uns sandubas legais para eu comer no jantar. Parece que eram feitos com queijo, pasta de amendoim, geleia de chocolate e salada. Tinham seis sandubas iguaizinhos esperando para serem devorados, mas comi somente três e guardei os outros.Depois peguei minha mochila e o material que iria precisar para fazer o trabalho e peguei um ônibus para ir até a casa da Aline, pois ficava um pouco longe para eu ir de bicicleta.Desci do ônibus numa rua cheia de casas grandes e bonitas, algumas não chegavam a ser mansões, mas eram muito refinadas. Olhei o número da casa no papel e fui procura-la, não precisei andar muito antes de achar.A casa da Kat era uma das maiores da rua. Do portão dava para ver a piscina e uma pequena academia, toquei a campainha e ouvi alguém perguntar:
p.o.v KatFiquei revirando na cama até meia-noite, o que tinha acontecido ali horas atrás não saía da minha cabeça.Acordei de madrugada com sede, então desci para beber água. Eu precisava mesmo beber alguma coisa, ainda estava meio confusa, não sei com que cara eu ia aparecer no colégio, não sei nem se eu ia conseguir olhar para a Aline depois disso, não sei nem como eu ia olhar para o Jasper... o Jasper. Como eu pude me esquecer do Jasper? Eu nem fui visitalo, nem liguei para saber como ele estava e eu praticamente o traí na minha própria cama.E agora? Eu teria que pelo menos passar na casa dele antes da aula, mas eu nem sabia se teria coragem de olhar para ele depois do que aconteceu. Eu não tinha saída, o único jeito era encarar.Voltei p
p.o.v AlineAquele teste de química foi realmente difícil. Depois disso não aconteceu mais nada de interessante, só a mesma rotina e Kat sempre me evitando. Decidi ficar na biblioteca depois da aula e quando finalmente resolvi sair de lá já eram 19h.p.o.v KatFomos para o estacionamento depois da aula. Eu não estava gostando daquilo que estavam chamando de curtição. A melhor coisa que aconteceu até agora foi o fora que Cameron tomou da Lola e Dylan já estava insuportavelmente bêbado e dando em cima de todas as garotas ali presentes.- Vamos sair daqui galera – eu disse – isso não está nem um pouco divertido.- Parece que a diversão vai começar agora. – disse Hannah, uma das “valentonas que se vestem bem”, olhando para o lado.Aline estava na direçã
p.o.v AlineAquilo foi definitivamente a pior coisa que já aconteceu comigo. Por que a Kat fez isso? Mas se foi ela que mandou, por que ela ficou quieta e chamou socorro? Tudo bem que se ela não tivesse chamado socorro eu morreria, fico até feliz em saber que ela não teve a intenção de me matar.Eu estava tentando me manter acordada enquanto a enfermeira examinava meus ferimentos.- Vamos fazer um raio-X – disse ela – e estancar o sangue do seu nariz, depois vamos lhe encaminhar para uma delegacia.- Não – falei com dificuldade – delegacia não.- Mas você precisa prestar queixa da agressão que sofreu.- Eu não quero, por favor, só quero sair logo daqui e ir pra casa.- Olha o seu est
Ele me beijou a força e logo parou, depois me soltou e foi para outro canto do quarto. Estava novamente com falta de ar.- Ta vendo? – falei – Você não está bem.- Estou sim – respondeu Jasper, ainda um pouco exaltado – é melhor você ir embora, a gente se vê amanhã no colégio.Ele se sentou na cama e colocou as mãos no rosto, seus braços estavam apoiados nos joelhos. Eu me vesti e fui em direção a ele, eu meio que fiquei com medo, mas o abracei mesmo assim e ele levantou a cabeça.- Desculpa Kat – disse ele – mas é melhor você ir mesmo.- Ok, a gente se vê amanhã.Dei um selinho nele e saí. Peguei meu carro e fui direto para casa. Já passava da meia noite, então p
p.o.v KatFui para a aula depois do almoço. Todos me olhavam enquanto eu andava, isso não era estranho, eu já estava acostumada, mas dessa vez eles me olhavam de um jeito diferente, algumas pessoas até riam quando eu passava, no começo eu achei que não era comigo, afinal, que riria de mim? Mas depois eu percebi que tinha algo de errado.A tarde inteira foi assim. Até na aula as pessoas ficavam me encarando e Kristina que estava sentada atrás de mim ficava rindo baixinho sem parar. Nas duas últimas aulas eu pude ouvir alguns comentários de mau gosto e tive a estranha sensação de que estavam falando de mim.“Que desperdício, tão gostosa e pegando aquela magrela lá.”“Não conhecia esse lado, hum, diferente dela, que decepção.”“Que horror! Será que ninguém mais nesse mun
p.o.v KatParece que eu cheguei ao fundo do poço. Eu estava toda molhada, meu cabelo tava horrível e não sobrou nenhuma roupa seca na minha bolsa.Aline não me falou nada até chegarmos ao apartamento dela. Ela me deu roupas secas e foi preparar um chocolate quente enquanto eu fui tomar um banho quente. Olhei-me no espelho e percebi que eu estava pior do que pensava, meus olhos estavam vermelhos de tanto chorar. Tomei um banho e parei pra ver as roupas que Aline tinha me dado. Era uma camisa preta folgada e uma calça moletom cinza, eu nunca usaria essas roupas em outra ocasião.Saí do banheiro e fui direto para a cozinha. Sentei-me em frente a pequena mesa e Aline imediatamente colocou uma xícara de chocolate quente na minha frente. Agradeci e tomei um gole, estava delicioso. Ela se sentou a minha frente e ficou m
- Você está sem dinheiro nenhum?- Não, o que eu tenho aqui deve dar pro táxi.- Táxi? Acho melhor você ir de ônibus, você vai precisar desse dinheiro pra se sustentar de agora em diante.- Ônibus? Mas eu nunca peguei um ônibus na vida.- Não é tão difícil assim. Pergunte ao porteiro que ônibus passa na rua da Kristina e pronto.- Na rua da Kristina não passa ônibus e nós marcamos de nos encontrar numa lanchonete que fica perto da casa do meu pai.- Melhor ainda, assim você pode ir andando.- Ai Aline – suspirei – eu vou pegar um ônibus mesmo, valeu.Saí do apartamento e só agora pude reparar no interior no prédio em que Aline morava. Não era nada muito refinado, mas também não parecia ser um prédio em que pessoas muito pobres morariam, par