Mehmet — Mehmet, se não quer assim, tenho uma outra ideia, que irá de acordo com o que você quer. — Estou ouvindo. — Você disse que vai amanhã para Londres e ficará até a coroação, isso são mais de três meses que ficará lá. Não acredito que ela está pensando em sugerir que eu leve Reyhan comigo. — Nem pensar. — A corto aborrecido. — Não vou levar Reyhan para lá. — Mehmet me escute, você cuida do nosso povo de forma maravilhosa, é justo e pune os que merecem ser punidos, nunca agiu de forma leviana, todos lhe respeitam e até mesmo os Agha de outras terras lhe procuram para conselhos. Mas o fato é que a Reyhan tem que carregar o peso de ser sua filha e isso não é fácil, sem contar que aqui todos conhecem a história dela. Na Inglaterra, ela será apenas a filha de um Marquês e será muito bem recebida, ela poderá ter um pouco mais de liberdade do que tem em Izmir, ela poderá fazer amizade com outras nobres e frequentar os salões, e talvez encontre um rapaz que a encante. Por mim eu n
Mehmet Os dias passaram sem muitas novidades, mantive minha promessa e não procurei Sabine e nem tentei vê-la. Agora estou aqui esperando Reyhan descer para irmos ao tal baile, estou um pouco preocupado que os rapazes irão tirá-la para dançar e ela pode se interessar por algum deles, não sei se aguentaria viver longe dela assim. Quando chegamos no salão, vejo Rose sozinha e vou até ela lhe cumprimentar, acho estranho ela estar sozinha e pergunto por Dimitri, ela explica que ele está falando com um amigo e logo ele vem com o tal amigo, que nos apresenta como Conde Cardiff e que em seguida pede para tirar Reyhan para uma dança, como sempre deixo a decisão em suas mãos e vejo ela aceitar rapidamente, o que me dá um mal pressentimento. Para ficar de olho neles convido Rose para uma dança, no entanto acabo lhe dando mais atenção, quando ela diz que não tem muitas amigas e com isso vem a revelação que ela tem problemas com o pai, já vi muitos pais que não aceitam bem o fato de ter filha mu
Mehmet O que será que contaram de mim para Sabine, que a fez pensar que eu fui um canalha com ela. — Ontem no baile, o Dimitri me contou que você estava com sua filha e que ela é mais velha que a Rose. Mas é claro, por Alá como não pensei nisso, na Turquia todos sabem sobre isso, mas aqui não, Sabine está certa em supor isso, porque não pensaria, se eu mesmo a julguei sem saber o que se passou com ela. Me aproximo da cama e me abaixo para ficar na altura de seus olhos. — Sabine, a Reyhan não é minha filha. — Como assim? — Reyhan é filha de meu primo Yusuf. — Se é assim, porque você diz que ela é sua filha. — Vou lhe explicar desde o começo para que possa entender. Como você deve se lembrar, eu voltei à Turquia para falar com minha família e os trazer para oficializar nossa união. Quando cheguei meu pai tinha viajado para Antalya para fechar um acordo de casamento para meu primo Azad, contei nossa história para minha mãe e ela me deu todo apoio para me casar com você. Naquela t
Mehmet Fico aguardando ansioso, enquanto espero pela resposta de Rose. — Sim. — Ela se levanta. Me levanto também e vou em sua direção, lhe dando um abraço carinhoso. — Posso não ter estado presente na sua vida até agora, mas saiba que a partir de hoje, poderá contar comigo sempre. Quase a chamo de filha, mas não quero pressioná-la demais, afinal ela deve amar o homem que a criou, mesmo que ele não tenha sido o pai mais amoroso do mundo, foi pai dela todo esse tempo. Lhe solto e ela volta a sentar ao lado de Dimitri, que permanece em silêncio apenas nos observando. — A Sabine me falou que após seu casamento, ela lhe entregou um colar e hoje lhe disse que foi eu quem deu a ela. — Foi isso mesmo. Pego o colar do bolso e seguro em minhas mãos. — Esse colar tem estado na família a muitas gerações, ele foi um presente de casamento e depois passado ao filho mais velho, quando eu voltei para buscar a Sabine, minha mãe me entregou para que eu entregasse a ela, e mesmo após saber que
Rose Após o almoço, vamos para a sala e Dimitri pede que eu deite em seu colo, ele começa a me fazer carinho, é tão bom ser cuidada assim. Quando estou bem relaxada e quase dormindo, escuto alguém bater na porta e ao ouvir a voz de Mehmet me sento rapidamente, o que será que ele quer aqui? Dimitri deixa que eu decida se recebemos ele ou não, e apesar do medo que tenho em vê-lo depois de saber a verdade, aceito recebê-lo, não se pode fugir para sempre. Mehmet entra e fico paralisada, olhando para o homem que agora sei ser meu verdadeiro pai, Dimitri o recebe normalmente, e quando ele pede o endereço de mamãe, olho para Dimitri que também está me olhando, vejo que ambos temos a mesma dúvida, será que ele desconfia de algo ou só quer falar com ela sobre o que viveram no passado, vejo também a pergunta se deve falar algo, e faço que sim. Dimitri conta que ela está em nossa casa e me ofereço para avisar ela, só para poder sair da sala um pouco. Subo até o quarto da mamãe e entro, ela est
Rose Volto para sala e vejo Dimitri já sentado me esperando. Decidir contar para o pai dele é fácil, difícil será decidir quem mais pode saber, sei que não irei esconder isso de Nathally, ela sempre esteve ao meu lado, cuidando de mim quando Karl me batia, sendo por muito tempo meu porto seguro, ela merece saber a verdade. — Amor, como vamos escolher para quem contar sobre mim? — Teremos que contar apenas para aqueles que sabemos que não irá usar isso para te prejudicar, sei que sua tia Sophie já sabe, se ela não contou nada ao Oscar antes, deve contar agora, imagino que você não irá esconder isso da Nathally. Sua mãe provavelmente irá contar a sua irmã, e junto com meu pai e avó devem ser os únicos a saberem sobre isso, pelo menos nesse momento. Uma lista pequena e bem seleta, como deve ser com algo assim, mas ele não mencionou a Alice, nem o tio Justin e tia Julie, nem sei se devo continuar chamando eles de tios. Ele disse mais cedo que eles não iriam me rejeitar se soubessem a v
Dimitri Com tudo que tem acontecido, preciso decidir como vou encontrar alguém para trabalhar aqui em casa, quero que seja alguém de confiança, talvez Reese ou Kelson possam indicar alguém para o serviço. Chamo os dois para lhes perguntar, eles entram e peço para sentarem. — Os chamei para conversar sobre dois assuntos, o primeiro deles é algo complicado. Essa manhã descobrimos que Rose não é uma filha legítima de Karl Pritchard, ela nasceu de um romance entre a mãe e o Marquês Stranger, como se sabe, um filho bastardo não é bem visto em nossa sociedade, e se descobrirem isso, será ruim para a Rose. Vocês sabem o quanto confio nos dois, por isso quis falar com vocês, para pedirem que não comentem sobre isso com ninguém e não deixem que os demais criados o façam. — Senhor, não precisa se preocupar que ninguém irá saber sobre esse assunto por mim e irei cuidar para que ninguém o comente. — Kelson fala em tom sério e Reese concorda. — Obrigado, agora o segundo assunto, após uma conver
Dimitri Ficamos conversando sobre outros detalhes do baile enquanto Rose cozinha, ela coloca um pouco de doce na mão e não resisto em lhe provocar. — Também quero provar esse doce. — Falo indo até ela. — Estende a mão que lhe dou. — Nada disso, quero na sua mão. Ela coloca o doce na palma da mão e me oferece, passo a língua de forma lenta, saboreando não apenas o doce, mas sua pele também e tenho a satisfação de vê-la se arrepiar. — Está delicioso. — Falo soltando sua mão. Ela tira a panela do fogo e lhe ajudo segurando a panela enquanto ela despeja o doce em uma travessa. — Pronto, uma coisa a menos para amanhã. — Você está muito ansiosa, não é mesmo? — Um pouco, nunca recebi tantas pessoas assim. — Vai dar tudo certo, e quem sabe as moças já não estejam aqui para lhe ajudar. — Seria bom mesmo. Ela finalmente está se acostumando com o fato de ter pessoas fazendo as coisas para ela e isso é muito bom. Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, Reese entra acompanhada de