Dimitri Estamos terminando nosso café, quando alguém b**e à porta, Kelson vai atender e Nathally entra correndo, seu rosto bem vermelho e a expressão assustada. — Nathally o que houve? — Rose Pergunta. — Você… precisa… correr… tia… Sabine… muito… mal… — Ela fala pausado, pelo visto veio correndo até aqui. Algo muito grave aconteceu com dona Sabine, e precisamos ir logo ver o que é, Rose ainda está parada no lugar, então pego sua mão e vamos para a carruagem. — Nathally, agora explique melhor o que aconteceu. — Peço após nos sentarmos, preciso entender o que houve, para saber o que nos espera e como agir. — Minha mãe me acordou essa manhã, disse que tínhamos que ir com urgência a casa da tia Sabine, eu não entendi o porquê, mas levantei e fui com ela. Quando chegamos lá, Daisy abriu a porta chorando e disse que o tio Karl estava louco, subimos as escadas e vimos a tia Sabine caída no chão, com as costas cheia de sangue, e tio Karl com um chicote batendo nela. — Ela explica. Desde
Rose Para poder ouvir a história, me sento no chão ao lado da cama. — Tudo começou há 22 anos, eu era jovem e não conhecia nada da vida, meu pai não esperava casar as filhas com nobres, ficou muito feliz quando sua tia Sophie se casou com um oficial da Guarda. Eu esperava a minha vez sem preocupações, em vez de aprender a cuidar de casa e cozinhar, gostava de andar pelos campos e foi em um desses passeios que conheci um homem. Começamos a conversar, ele me contou que era estrangeiro e estava de passagem pela cidade, quase todo dia eu ia a seu encontro e logo fui me apaixonando por ele, eu escondia isso de todos e um dia meu pai chegou em casa e disse que havia firmado meu compromisso com o Karl, eu fiquei desesperada, queria casar com o homem que eu amava e quando fui ao encontro naquele dia, ele me esperava debaixo da nossa árvore, com um prato de Baklava na mão, falou que era seu doce preferido e queria dividir comigo, e enquanto comia o doce lhe contei o que havia acontecido, ele
Rose Antes que eu chegue ao último degrau da escada, Dimitri me vê descendo e ao ver que estou chorando, vem rápido ao meu encontro. — Dimitri, me abraça. Sem pedir explicações, ele abre os braços e me aconchego ali, ele não diz nada, apenas me abraça forte e sei que seu amor por mim é grande, mas neste momento nem seus carinhos consegue me acalmar. Dimitri me leva até a sala e me senta no seu colo, deito a cabeça em seu ombro, chorando enquanto fico pensando no que mamãe me contou. Dimitri Kelson acompanha o médico até a porta e Rose sobe para falar com a mãe, estranho que Sabine tenha pedido para apenas Rose subir, a menos que Thiago não tenha falado que Daisy está aqui. Estou com o pressentimento que essa conversa não será boa, e gostaria de poder estar ao lado de minha Roza, para lhe dar apoio. — Eu devia subir também, quero ver como mamãe está. — Daisy fala após Rose subir. — Você ficará onde está, essa é uma conversa apenas das duas. — Fala Dona Sophie. Me dou conta que e
Dimitri Mais rápido do que pensei, dona Sophie desce e chama as meninas para ir embora. — Rose nós vamos embora, mas se precisar de qualquer coisa é só chamar que venho correndo. — Nathally dá um beijo nos cabelos de Rose. Assim que elas saem pego Rose no colo e levo para o quarto, coloco ela na cama e me deito a seu lado, lhe puxando para meus braços, acariciando seus cabelos. — Meu amor, não gosto de lhe ver chorando, eu estou aqui para você e irei lhe ouvir quando estiver pronta para me contar o que está lhe deixando triste assim. — Falo com carinho e dou um beijo em sua testa. Aos poucos ela vai me contando a conversa que teve com a mãe e fico chocado com as revelações, afinal eu estava certo ao pensar que Sabine e Mehmet tiveram algum relacionamento, mas nunca poderia imaginar que eles foram tão longe. O que mais me intriga, é porque Mehmet tomou uma atitude dessa, sabendo o que significava, Sabine provavelmente nem sabia o que está acontecendo, mas ele sim e mesmo assim foi
Janeiro de 1833 Mehmet Hoje meu humor não está dos melhores, desde a hora que aquela m*****a carta chegou da Inglaterra, trazendo com ela lembranças que venho a anos tentando esquecer. Como o momento em que fui à casa de Sabine e descobri que ela já estava casada foi horrível. Sei que no fundo tive um pouco de culpa nisso, fiquei tão perdido em minha vingança pela morte de Yusuf que esqueci de minha promessa com ela, de que logo voltaria para pedir sua mão e com isso ela foi obrigada a se casar, mas ainda tinha uma pequena esperança de ficar com ela, esperança que foi destruída quando Sabine disse que gostava do marido e não ia abandoná-lo, foi quando meu mundo caiu. Naquele dia eu jurei nunca mais pôr os pés naquele lugar, mas agora veio essa convocação para a coroação do Príncipe, e minha mãe não me dará paz até eu dizer que vou, sei que ela ainda é muito apegada a sua terra natal, assim como ela sabe a dor que será para mim voltar lá. — Com licença, Mehmet. — Azad fala ao entrar
Mehmet — Mehmet, se não quer assim, tenho uma outra ideia, que irá de acordo com o que você quer. — Estou ouvindo. — Você disse que vai amanhã para Londres e ficará até a coroação, isso são mais de três meses que ficará lá. Não acredito que ela está pensando em sugerir que eu leve Reyhan comigo. — Nem pensar. — A corto aborrecido. — Não vou levar Reyhan para lá. — Mehmet me escute, você cuida do nosso povo de forma maravilhosa, é justo e pune os que merecem ser punidos, nunca agiu de forma leviana, todos lhe respeitam e até mesmo os Agha de outras terras lhe procuram para conselhos. Mas o fato é que a Reyhan tem que carregar o peso de ser sua filha e isso não é fácil, sem contar que aqui todos conhecem a história dela. Na Inglaterra, ela será apenas a filha de um Marquês e será muito bem recebida, ela poderá ter um pouco mais de liberdade do que tem em Izmir, ela poderá fazer amizade com outras nobres e frequentar os salões, e talvez encontre um rapaz que a encante. Por mim eu n
Mehmet Os dias passaram sem muitas novidades, mantive minha promessa e não procurei Sabine e nem tentei vê-la. Agora estou aqui esperando Reyhan descer para irmos ao tal baile, estou um pouco preocupado que os rapazes irão tirá-la para dançar e ela pode se interessar por algum deles, não sei se aguentaria viver longe dela assim. Quando chegamos no salão, vejo Rose sozinha e vou até ela lhe cumprimentar, acho estranho ela estar sozinha e pergunto por Dimitri, ela explica que ele está falando com um amigo e logo ele vem com o tal amigo, que nos apresenta como Conde Cardiff e que em seguida pede para tirar Reyhan para uma dança, como sempre deixo a decisão em suas mãos e vejo ela aceitar rapidamente, o que me dá um mal pressentimento. Para ficar de olho neles convido Rose para uma dança, no entanto acabo lhe dando mais atenção, quando ela diz que não tem muitas amigas e com isso vem a revelação que ela tem problemas com o pai, já vi muitos pais que não aceitam bem o fato de ter filha mu
Mehmet O que será que contaram de mim para Sabine, que a fez pensar que eu fui um canalha com ela. — Ontem no baile, o Dimitri me contou que você estava com sua filha e que ela é mais velha que a Rose. Mas é claro, por Alá como não pensei nisso, na Turquia todos sabem sobre isso, mas aqui não, Sabine está certa em supor isso, porque não pensaria, se eu mesmo a julguei sem saber o que se passou com ela. Me aproximo da cama e me abaixo para ficar na altura de seus olhos. — Sabine, a Reyhan não é minha filha. — Como assim? — Reyhan é filha de meu primo Yusuf. — Se é assim, porque você diz que ela é sua filha. — Vou lhe explicar desde o começo para que possa entender. Como você deve se lembrar, eu voltei à Turquia para falar com minha família e os trazer para oficializar nossa união. Quando cheguei meu pai tinha viajado para Antalya para fechar um acordo de casamento para meu primo Azad, contei nossa história para minha mãe e ela me deu todo apoio para me casar com você. Naquela t