22 anos atrásSabine— Sabine não vá, por favor. — Sophie me pede mais uma vez.Mesmo já estando casada, ela vem sempre aqui em casa.— Sophie, ele irá embora essa tarde, preciso me despedir. — Você está brincando com fogo e será a primeira a se queimar. — Você não entende que eu amo ele? Meu coração dispara só em vê-lo e quando ele me ama sinto que vou ao céu. — Você é louca, papai já firmou seu compromisso com o Pritchard, você devia estar se arrumando para ele. — Tremo só de pensar em casar com aquele homem.— Eu não vou me casar com ele. — Me levanto e saio do quarto.Corro pelo campo até o nosso lugar, assim que o vejo embaixo da árvore corro ainda mais rápido, me jogando em seus braços.— Mehmet. — Sabine querida, pensei que não iria vir mais. — Ele fala com sotaque, algo que adoro.— Minha irmã tentou me convencer a não vir, mas não podia ficar sem lhe ver hoje. Sabendo que nosso tempo é curto, ele começa a me beijar e logo nos deitamos no chão para nos amar. Eu sei que faz
Ainda 22 anos atrás Sabine Os dias continuam a passar, essa semana Karl me levou para ver uma mulher ser decapitada em praça pública, ele ainda teve prazer em me dizer que aquilo era por ela ter traído o marido e tentado fugir, e disse que eu terei destino pior, se tentar fugir ou me separar dele e sei que ele não está brincando. Estou em casa bordando o enxoval para o bebê, e me assusto quando a criada me entrega um bilhete sem o nome de quem mandou. “Te espero no mesmo lugar de sempre.” Será que é o Mehmet, que voltou? Será que ele já sabe que agora estou casada? Me sinto ansiosa só de pensar que irei vê-lo novamente e logo me arrumo para ir ao seu encontro. Porém no caminho penso o que irei fazer e só vejo 3 opções: A primeira é a separação, sei que como Mehmet é um Marques ele pode me ajudar a conseguir mais facilmente o divórcio, mas se eu fizer isso Karl irá falar que estou grávida e que é seu direito ficar com o filho, e o Rei irá me obrigar a ficar na corte até o meu beb
Sabine Saio de minhas memórias e olho pela janela, o dia já está amanhecendo e chegou a hora de encarar Karl, antes de ir, me lembro de cada vez que ele bateu em Rose, de quando quase a matou de fome e de todos os anos que a fez de criada, e isso me dá força e coragem para enfrentá-lo, então me levanto e vou até o quarto. Ele já está acordado e sei o que irá querer. — Que bom que veio, deite-se que preciso me aliviar antes de levantar. — Não. — Falo com toda determinação. — Como ousa me contrariar? Deite-se já aqui. — Não Karl, se quer se aliviar procure outro meio, pois a mim, você não usará mais. — Alguém anda bem corajosa, acho que preciso te lembrar de quem é que manda aqui. — Ele se levanta, vindo até mim. — Suas ameaças não me causam medo, meu único medo era que fizesse mais mal à minha filha, mas agora ela está fora de seu alcance. — Então é isso, bastou ver a fedelha com um pouco de pose para se sentir corajosa. — Ele fala com desdém. — Não Karl, não é porque vi minha
Dimitri Estamos terminando nosso café, quando alguém b**e à porta, Kelson vai atender e Nathally entra correndo, seu rosto bem vermelho e a expressão assustada. — Nathally o que houve? — Rose Pergunta. — Você… precisa… correr… tia… Sabine… muito… mal… — Ela fala pausado, pelo visto veio correndo até aqui. Algo muito grave aconteceu com dona Sabine, e precisamos ir logo ver o que é, Rose ainda está parada no lugar, então pego sua mão e vamos para a carruagem. — Nathally, agora explique melhor o que aconteceu. — Peço após nos sentarmos, preciso entender o que houve, para saber o que nos espera e como agir. — Minha mãe me acordou essa manhã, disse que tínhamos que ir com urgência a casa da tia Sabine, eu não entendi o porquê, mas levantei e fui com ela. Quando chegamos lá, Daisy abriu a porta chorando e disse que o tio Karl estava louco, subimos as escadas e vimos a tia Sabine caída no chão, com as costas cheia de sangue, e tio Karl com um chicote batendo nela. — Ela explica. Desde
Rose Para poder ouvir a história, me sento no chão ao lado da cama. — Tudo começou há 22 anos, eu era jovem e não conhecia nada da vida, meu pai não esperava casar as filhas com nobres, ficou muito feliz quando sua tia Sophie se casou com um oficial da Guarda. Eu esperava a minha vez sem preocupações, em vez de aprender a cuidar de casa e cozinhar, gostava de andar pelos campos e foi em um desses passeios que conheci um homem. Começamos a conversar, ele me contou que era estrangeiro e estava de passagem pela cidade, quase todo dia eu ia a seu encontro e logo fui me apaixonando por ele, eu escondia isso de todos e um dia meu pai chegou em casa e disse que havia firmado meu compromisso com o Karl, eu fiquei desesperada, queria casar com o homem que eu amava e quando fui ao encontro naquele dia, ele me esperava debaixo da nossa árvore, com um prato de Baklava na mão, falou que era seu doce preferido e queria dividir comigo, e enquanto comia o doce lhe contei o que havia acontecido, ele
Rose Antes que eu chegue ao último degrau da escada, Dimitri me vê descendo e ao ver que estou chorando, vem rápido ao meu encontro. — Dimitri, me abraça. Sem pedir explicações, ele abre os braços e me aconchego ali, ele não diz nada, apenas me abraça forte e sei que seu amor por mim é grande, mas neste momento nem seus carinhos consegue me acalmar. Dimitri me leva até a sala e me senta no seu colo, deito a cabeça em seu ombro, chorando enquanto fico pensando no que mamãe me contou. Dimitri Kelson acompanha o médico até a porta e Rose sobe para falar com a mãe, estranho que Sabine tenha pedido para apenas Rose subir, a menos que Thiago não tenha falado que Daisy está aqui. Estou com o pressentimento que essa conversa não será boa, e gostaria de poder estar ao lado de minha Roza, para lhe dar apoio. — Eu devia subir também, quero ver como mamãe está. — Daisy fala após Rose subir. — Você ficará onde está, essa é uma conversa apenas das duas. — Fala Dona Sophie. Me dou conta que e
Dimitri Mais rápido do que pensei, dona Sophie desce e chama as meninas para ir embora. — Rose nós vamos embora, mas se precisar de qualquer coisa é só chamar que venho correndo. — Nathally dá um beijo nos cabelos de Rose. Assim que elas saem pego Rose no colo e levo para o quarto, coloco ela na cama e me deito a seu lado, lhe puxando para meus braços, acariciando seus cabelos. — Meu amor, não gosto de lhe ver chorando, eu estou aqui para você e irei lhe ouvir quando estiver pronta para me contar o que está lhe deixando triste assim. — Falo com carinho e dou um beijo em sua testa. Aos poucos ela vai me contando a conversa que teve com a mãe e fico chocado com as revelações, afinal eu estava certo ao pensar que Sabine e Mehmet tiveram algum relacionamento, mas nunca poderia imaginar que eles foram tão longe. O que mais me intriga, é porque Mehmet tomou uma atitude dessa, sabendo o que significava, Sabine provavelmente nem sabia o que está acontecendo, mas ele sim e mesmo assim foi
Janeiro de 1833 Mehmet Hoje meu humor não está dos melhores, desde a hora que aquela m*****a carta chegou da Inglaterra, trazendo com ela lembranças que venho a anos tentando esquecer. Como o momento em que fui à casa de Sabine e descobri que ela já estava casada foi horrível. Sei que no fundo tive um pouco de culpa nisso, fiquei tão perdido em minha vingança pela morte de Yusuf que esqueci de minha promessa com ela, de que logo voltaria para pedir sua mão e com isso ela foi obrigada a se casar, mas ainda tinha uma pequena esperança de ficar com ela, esperança que foi destruída quando Sabine disse que gostava do marido e não ia abandoná-lo, foi quando meu mundo caiu. Naquele dia eu jurei nunca mais pôr os pés naquele lugar, mas agora veio essa convocação para a coroação do Príncipe, e minha mãe não me dará paz até eu dizer que vou, sei que ela ainda é muito apegada a sua terra natal, assim como ela sabe a dor que será para mim voltar lá. — Com licença, Mehmet. — Azad fala ao entrar