Rose Dimitri sai e o escuto trancando a porta, corro até a janela e vejo que é alta demais para pular e fugir por ela. Noto então que o lençol está sujo de sangue e me pergunto se ele viu isso também, que vergonha. Quando vi o sangue na cama, por um momento pensei que poderia ter acontecido algo, mas então notei que eram apenas minhas regras, que adiantaram um pouco, e pude respirar aliviada, mas em seguida quis morrer de vergonha por ele estar presenciando algo assim. Lembro como ele parecia não estar feliz com o casamento, mas também não querendo fazer nada para mudar nossa situação, como se eu fosse passar o resto da vida com ele. Eu estava disposta a conversar, até ele me dizer que ia me levar de volta para papai, tenho certeza que ele me mandaria na mesma hora embora com aquele homem e isso eu não posso aceitar. Cobrindo a parte com sangue, amarro melhor o lençol formando um tipo de túnica, não é decente, mas é melhor que ficar sem nada. Algum tempo depois, uma senhora negra en
Rose Assim que Dimitri sai do quarto, experimento os três vestidos, um é azul, um rosa claro e um roxo, escolho usar o roxo. Pouco depois desço e vou para cozinha, não tem ninguém ali, então começo a olhar as coisas, procurando o que preciso para preparar o almoço e quando coloco os legumes na panela, Reese entra na cozinha. — O que a senhora faz aqui? — Estou fazendo o almoço. — Senhora, isso não é normal, faz parte do meu trabalho aqui preparar a comida. Tanto tempo cuidando de tudo, nem pensei que teria alguém que fizesse as coisas por mim aqui. Mas mesmo assim, cozinhar sempre foi algo que gostei de fazer, e não quero deixar isso de lado. — Eu sei, mas não vou passar o dia todo sentada olhando para as paredes, então a partir de hoje, a comida é minha responsabilidade. — Como desejar senhora. — Reese, ainda não sei onde as coisas ficam e nem como funciona, poderia me ajudar a colocar a mesa e enquanto isso me falar sobre como as coisas funcionam por aqui? — Sim senhora. —
Rose Fecho a mala e solto um suspiro, eu estou realmente livre dessa casa e das maldades de papai. — Rose, minha menina, me perdoe por não conseguir impedir Karl de fazer isso. Vejo que mamãe está realmente triste, e não posso lhe culpar pelo que ele me fez, afinal ela é mulher e não tem como ir contra ele, sem contar que vi como ele a machucou naquele dia. — Mamãe, não precisa se desculpar, não esqueça que sei do que papai é capaz, foi por isso que ele lhe bateu naquela noite, não foi? — Foi sim, ele precisava da minha ajuda para falar com a costureira. Rapidamente termino de arrumar minha mala, apenas colocando algumas coisas a mais, coisas que não iria levar para América, mas ainda assim não é muito. — Mamãe, falou com a Nathally ontem? — Falei sim, ela queria levar você junto com ela de qualquer jeito, mas eu sabia que seu pai poderia machucá-la e consegui convencê-la a ir sozinha. — Pelo menos uma de nós será livre. — Rose, um dia eu abri mão da minha vida e da chance de
Rose Vejo tio Justin ir para o escritório com Dimitri, e me pergunto o que eles vão conversar, espero que não seja sobre mim. — Rose, o que meu irmão lhe fez afinal, e não minta para mim, pois Alice já me contou as coisas. — Não acredito que ela me dedurou. — Querida não fique brava, ela estava desesperada pensando no que Karl fez com você e só entendi o porquê quando ela me contou tudo, inclusive sobre você limpar o chão, é verdade isso? — Como não adianta negar, apenas confirmo com a cabeça. — Por que não nos contou antes? — Acho que só me resta contar a verdade. — Porque tive medo, limpar a casa era difícil, mas era melhor do que apanhar, e não queria que o tio Justin intercedesse por mim, papai poderia fazer algo pior. — Eu entendo querida, agora me conte como você acabou casada com o noivo de sua irmã, o que Karl lhe fez dessa vez. — Tia, por favor, não quero falar sobre isso. — Tudo bem então. — Fico aliviada por ela não insistir, mas sei que é porque tio Justin também vai
Rose Enquanto Kelson leva minha pequena mala para cima, vou direto para cozinha preparar o jantar. — Posso ficar aqui lhe fazendo companhia. — Olho e vejo Dimitri na porta. — A casa é sua, pode fazer o que quiser. — Não entendo porque ele iria querer ficar aqui. — Essa casa também é sua agora, precisa se acostumar com isso. — Me acostumar, ele fala como se fosse simples assim. — Além disso, não quero lhe atrapalhar enquanto cozinha. — Não atrapalha, só não estou acostumada a ter alguém comigo, você quer algo em específico? — Apenas lhe conhecer melhor. — Por que ele se dá tanto ao trabalho, se nunca me quis. — Justin me contou um pouco sobre sua infância. — Contou o quê sobre mim? — Já desconfio, mas quero ter certeza. — Sobre como seu pai lhe tratava. — Ele não tinha esse direito. É a minha vida, ele não pode sair falando sobre isso. Mesmo que já imaginasse isso, ainda sim me dói pensar nos dias que passava sem comer, sinto meus olhos lacrimejar e me viro para que ele não ve
Rose Levanto pela manhã, e arrumo minhas coisas no closet que tem em meu quarto, esse closet é grande demais para tão pouca coisa que tenho, enquanto vou arrumando, olho minhas roupas, os vestidos que Dimitri me deu e o vestido do noivado de Daisy são os mais belos que tenho, pois, os que trouxe, nenhum é bom para se usar na presença de nobres. Melhor guardá-los para quando tiver que sair e o vestido vermelho para o caso de ter que ir a alguma festa ou evento importante, e sendo assim, em casa vou usar os que já tinha. Não quero que Dimitri pense que sou interesseira, mas terei que lhe pedir alguns vestidos para usar quando sair com ele, afinal, não quero lhe fazer passar vergonha. Quando desço, Reese já preparou o desjejum, não posso negar que é bom comer algo que eu não tenha preparado, Dimitri já está à mesa e dá uma boa olhada para o meu vestido, acho que chegando à conclusão que esse vestido não é apropriado. Essa é uma boa oportunidade para falar com ele, mas não sei como falar
Dimitri Espero até Rose sair da sala para falar com meu pai. — Pai, o senhor sabe o que a babushka quer com a Rose? — Você fala como se alguém pudesse saber o que se passa na cabeça de Masha. — Realmente ela sempre faz o que quer. — Antes o senhor se referiu a algo que disse a Rose, mas não esperava que fosse acontecer, o que foi? — Quando fomos jantar na casa dela, com as lembranças de sua mãe, eu cometi uma indiscrição dizendo que gostaria que ela fosse sua noiva, vi que tinha falado demais e pedi que ela não comentasse com ninguém. Então ele compartilhava do pensamento de babushka sobre meu casamento, não entendo porque ele não falou isso antes, mas agora não adianta ficar remoendo o assunto. — Ontem eu fiz algumas descobertas, Karl rejeitou Rose a vida toda e até batia nela quando criança e ainda a fazia de criada, se não bastasse isso, ele ameaçou vendê-la se não aceitasse ir para igreja se casar comigo. — Como alguém pode fazer algo assim com a própria filha? — Não sei,
Dimitri Quando estou chegando, vejo Rose no quintal e ela não está sozinha, percebo que algo está errado quando ela começa a se afastar do homem e assim que chego mais perto escuto o que ele fala. — Era para eu tê-la em meus braços antes, mas aquele serviçal atrapalhou os planos, mas hoje não terá escapatória. Agora eu sei de quem se trata; Barton Russell, proprietário de um bordel do outro lado da cidade, um lugar bem diferente do clube que eu frequentava. Quem ele pensa que é para vir na minha casa sem ser convidado, e ainda por cima com a intenção de violentar a minha esposa. Desço do cavalo e nem me dou ao trabalho de prendê-lo antes de me aproximar. — O que faz aqui, Russell? — Falo ao me aproximar para que ele me veja. — Vim apenas ter o que paguei. Como assim ele pagou por ela? Rose disse que o pai apenas ameaçou vendê-la, mas pelo visto tem mais coisa nessa história do que ela falou ontem. — Não fale como se ela fosse um objeto. — Ela é mulher, existe para satisfazer no