Dimitri Quando estou chegando, vejo Rose no quintal e ela não está sozinha, percebo que algo está errado quando ela começa a se afastar do homem e assim que chego mais perto escuto o que ele fala. — Era para eu tê-la em meus braços antes, mas aquele serviçal atrapalhou os planos, mas hoje não terá escapatória. Agora eu sei de quem se trata; Barton Russell, proprietário de um bordel do outro lado da cidade, um lugar bem diferente do clube que eu frequentava. Quem ele pensa que é para vir na minha casa sem ser convidado, e ainda por cima com a intenção de violentar a minha esposa. Desço do cavalo e nem me dou ao trabalho de prendê-lo antes de me aproximar. — O que faz aqui, Russell? — Falo ao me aproximar para que ele me veja. — Vim apenas ter o que paguei. Como assim ele pagou por ela? Rose disse que o pai apenas ameaçou vendê-la, mas pelo visto tem mais coisa nessa história do que ela falou ontem. — Não fale como se ela fosse um objeto. — Ela é mulher, existe para satisfazer no
Rose Após nossa conversa, vou para a cozinha e começo a preparar o jantar, me sinto bem sabendo que Dimitri não vai deixar Barton me fazer mal, agora sei que fiz o certo ao confiar nele. Com o jantar encaminhado, peço para Reese cuidar das panelas e subo para arrumar as malas, no closet de Dimitri tem tanta roupa que fico até em dúvida sobre o que colocar, o inverno está começando e não sei se para onde vamos faz mais frio que aqui, vejo um sobretudo marrom pendurado e o pego para colocar na mala. Quando termino de arrumar tudo deixo a mala sobre a cama, para o caso de ele querer mudar algo que coloquei e volto para terminar o jantar. Depois do jantar, vamos para a sala, quero saber um pouco mais sobre para onde iremos, essa é a primeira vez que irei viajar, e apesar da situação, estou animada. — Dimitri, onde fica esse lugar para onde iremos? — São Basílio é um vilarejo bem ao norte, a maioria das pessoas lá são descendentes de russos, foi onde meu pai conheceu minha mãe, ela esta
Rose Só no meio da tarde finalmente chegamos a São Basílio, mas em vez de entrar na Vila, pegando uma estradinha lateral até chegarmos à frente de uma casa, ela é de tijolinho com várias janelas de moldura branca, tem também duas chaminés e posso ouvir o barulho de água, talvez tenha algum riacho por perto. — Sei que é uma casa pequena, mas espero que goste daqui. — Se essa casa é pequena para ele, imagina uma grande. — Não a achei pequena e ela é linda. — Que bom que gostou. — Ele sorri e retribuo o sorriso, está se tornando fácil me sentir à vontade com ele. — Venha, quero lhe mostrar a casa. Uma mulher vem nos receber, Dimitri explica que ela é a governanta, Yolanda e possui mais duas criadas que cuidam de tudo. Entramos e vejo que a casa é bem aconchegante, no andar de baixo tem uma sala com lareira, além da cozinha, a sala de jantar, um quarto e um escritório, no andar de cima tem três quartos. — Rose, pode ficar com esse quarto, o meu fica no fim do corredor. — Esse quarto
Rose Pouco depois estamos todos na carruagem a caminho da vila, Dimitri se senta ao meu lado e fica segurando minha mão. É um lugar lindo, as casas uma ao lado da outra e todas de pedra, parece que esse lugar existe a séculos, chegamos na casa da tia de Dimitri e começo a ficar nervosa, e se eles não gostarem de mim? — Você já conquistou minha babushka, conquistá-los será muito mais fácil. — Dimitri fala baixo ao me ajudar a descer, de modo que só eu o escuto. Quando entramos, Andrey nos leva até a cozinha, onde está uma senhora que imagino ser a mãe dele. — Mãe, temos visita. Ela se vira e sorri. — Dimitri, que bom lhe ver. — Vem lhe abraçar. — Tia, essa é minha esposa Rose, Rose essa é minha tia Helenka. — Bem-vinda querida. — Ela também me abraça. — Mãe eles vieram para o jantar. — Ótimo, a família toda junta hoje. — Onde o pai está? — No jardim com Yegor e Yuri, Dimitri, como está minha mãe? — Está ótima como sempre, mas meu pai, eu acho que está se arrependendo de tê-
Dimitri Enquanto saímos para o jardim, penso em como Rose ficou quando todos disseram que ela é linda, me pareceu que ela não acreditou neles, se for isso, terei que mudar seu jeito de pensar sobre isso também, ela precisa ver que é linda. — Então Dimitri, me conte como aconteceu esse milagre. — Pede Yegor. — Do que está falando? — Estou falando de você estar apaixonado. — Você está louco. De onde tirou isso? — Fora o fato de você estar casado com aquela bela morena, que neste momento está na cozinha de minha sogra, atendendo o desejo de minha mulher. O jeito como você olha para ela e até como fala com ela, enfim, está na sua cara. — Ele só pode estar querendo me provocar, isso não é verdade. — Só porque a quero bem, não quer dizer que eu esteja apaixonado. — Por mais que eu saiba que Yegor gosta de provocar, dessa vez tenho que concordar com ele, eu fiquei observando vocês lá em casa, você está sim apaixonado por ela ou pelo menos está começando. — Andrey fala. Será que eles
Dimitri Durante o jantar todos nos divertimos, percebo que Rose está mais à vontade e isso me deixa feliz. Como estamos cansados pela longa viagem que fizemos, chamo Rose para ir embora logo em seguida. Tia Helenka nos fala para voltar no dia seguinte, para poder tirar as medidas de Rose, ela vai lhe fazer um vestido novo e também ajustar alguns que ela já tem pronto, aproveito e peço que faça um especial, para Rose usar na coroação do Príncipe. Vejo Rose se encolher um pouco ao sair e tiro meu casaco para que ela o coloque, já na carruagem lhe abraço e ela deita a cabeça no meu ombro. Antes de descer, Grace nos convida para tomar café da manhã com eles. Já dentro de casa, acompanho Rose até o seu quarto para acender a lareira. — O que achou do pessoal. — Pergunto para adiar o momento de lhe deixar. — Sua família é maravilhosa, mesmo quando contei a elas a verdade sobre nosso casamento, sua tia foi carinhosa comigo. — Eles foram gentis, porque viram que você é uma pessoa boa e ta
Dias depois Rose Pouco mais de três semanas se passaram desde o dia que Dimitri me deu as joias, não foi o valor delas que me emocionou e sim ele ter feito aquilo por mim. Por esse motivo, quando ele me disse que eu era linda e me acariciou, pela primeira vez eu acreditei que sou linda e por um momento eu cheguei a pensar como seria se ele tivesse se aproximado mais, se tivesse me beijado. Recordo-me da conversa que tivemos na manhã seguinte. Flashback Coloquei o vestido que Helenka arrumou para mim, ele é quase branco, com alças finas e um discreto decote. Estava tentando escolher uma das joias, quando Dimitri bateu à porta, e lhe falei para entrar. — Nossa. — Ele falou parado na entrada. — Você acha que está exagerado esse vestido? — Perguntei preocupada. — Rose, você está linda. — Sorri ao ver que me preocupei atoa. — Qual dessas acha que devo usar? — Apontei as joias. Ele foi até a cômoda e pegou o colar de gotas, estendeu a mão para que eu me aproximasse, então colocou o
Dimitri Ao entrar na carruagem, enfim podemos ficar mais à vontade, não resisto e lhe puxo para meus braços, para poder lhe beijar sentindo seu corpo bem junto ao meu, estava com vontade de fazer isso desde que a beijei no barco. Minha vontade é passar todo o caminho todo lhe beijando, mas percebo que algo a preocupa e imagino que seja a consumação. — Rose, posso ver a preocupação em seu olhar e creio saber o porquê, mas saiba que não precisa pensar nisso agora, não vamos ter pressa com nada, tudo será no seu tempo. — Falo na esperança de lhe tranquilizar. — Você é um homem maravilhoso. — Ela fala se ajeitando melhor em meus braços. — Dimitri, podemos passar um pouco na casa de sua tia? Quero ver a Yeva. — Como se eu fosse negar algo a ela. — Podemos fazer tudo que você quiser, minha Roza. — Pela primeira vez a chamo de Roza em um momento assim. Ficamos abraçados, gosto de ver como ela está mais à vontade comigo, e agora que posso lhe sentir mais junto de mim, me sinto ainda mais