Após ouvir tudo atentamente, Zuleika já não tinha dúvidas. Havia um motivo para a sua cisma. Mas faltava uma peça no puzzle. Algo que Kiara enrolava e tardava para dizer: quem é a sua mãe. Com medo de que Zuleika fosse uma espécie de espiã, a jovem tinha medo de falar mais sobre Beatriz Moquelo. Porém, meio que sem querer, acabou por deixar escapar que sua mãe era uma mulher muito influente. E bingo… a peça que faltava. Zu já tinha a plena certeza que Kiara era sua família mas ainda não imaginava que era a sua irmã mais nova.— Eu vou ser sincera contigo, Kiara. Eu também sou de Angola. Eu nasci no mesmo ambiente que tu e não me lembro bem de como eram as coisas. Por isso eu te questionei durante esse tempo que estamos aqui. Eu sou uma Moquelo, tal como tu! – explica a jovem, com um tom de voz sério.Sem saber o que dizer, Kiara permaneceu calada durante segundos que pareciam não acabar. Ela reparava cada detalhe do corpo de Zu. Ligava todos os traços à sua mãe e de facto, tudo fazia
Apesar de terem uma ligação no passado, Beatriz Moquelo e Hera Campbell não tinham uma boa relação. Isso iria dificultar a cooperação entre as duas. Portanto, ela teria de ceder. Sem medo do que lhe poderiam dizer, ela disca o número antigo de Moquelo que estava na agenda.— Boa tarde, Beatriz! – começa por saudar.— Boa tarde… quem está ao telefone? – pergunta a senhora, que acabava de tomar o seu vinho, depois do seu lanche.— Então a senhora não tem o meu número? – questiona Hera.— É a Hera!— Hera? Porquê que estás a ligar para mim?! – pergunta Beatriz, irritada.— Ora, se estou a lhe ligar é porque algo muito importante…— Preciso de falar consigo, com urgência.— Não temos nada para falar! Se me dá licença… - diz a milionária, decidida a despachar a senhora.— Ouça, Beatriz! Pelo menos uma vez na sua vida! Tem a ver com os Willard. – explica Hera, rapidamente.— Eu já tenho os meus planos, não preciso de nada que vem de si. – diz Beatriz, na sua teimosia.— Tens os teus trunfos
O amor é uma coisa complexa e inexplicável. Existem várias formas de explicá-lo, mas muitas formas de não saber defini-lo. Muitas eram as palavras que poderiam descrevê-lo, mas somente as atitudes o provariam. Entre factos e mitos, o que prevalecia era este sentimento fervoroso. William sentia-se muito quente e a transpirar. Mas não, não era nenhuma doença. Era o fogo que não ardia, mas que queimava o seu coração. Talvez só se desabafasse, se sentiria de uma outra forma.— Lennon… preciso de ir agora. Por favor, deixa o meu contacto para a menina. Gostei muito dela! – explica o senhor, entregando o seu cartão de visita e limpando o suor.— Mas William, tu tens a certeza? – questiona o seu amigo.— Tenho sim! Porquê não teria?— É que ouvi dizer que o pai da menina tem alguns caminhos obscuros e… - vai explicando Lennon.— E o quê? Estás a esquecer quem eu sou? – questiona William, sorrindo.— Vá, deixa o meu número e diz para ela ligar. Depois eu dou-te mais informações sobre o que es
Finalmente com o seu trunfo prestes a ser revelado, Pamella meio que congela. Por longos segundos, ela apenas consegue admirar os olhos do rapaz e parecia que algo impedia que avançasse com as suas carícias e beijos. Era tão fácil fantasiar Peter sugando aqueles seios volumosos. Isso a deixava à beira de um ataque esquizofrénico. Porém, na hora H que ela tanto ansiava, nenhuma palavra saía de sua boca. Talvez ela queria que Peter comesse até sua língua.— Então… estamos a sós! O que querias tanto dizer? – questiona o rapaz.— Peter… durante esses meses todos que estiveste distante da Universidade, eu senti muito a tua falta. Sei que tu nunca tiveste um contacto directo comigo mas a verdade é que eu tenha um queda enorme por ti! Ansiava tanto por esse momento, ao teu lado… Mas agora, não sei o que te dizer e o que fazer! – desabafa a jovem, sem conseguir olhar para a cara do rapaz.— Oh, Pamella! É muito bom saber que sentes algo forte por mim… Mas a verdade é que eu tenho alguém e… -
Aquela atmosfera sombria e obscura tomou conta de Salford. Nuvens negras e uma chuva forte logo pela manhã. Algo pouco habitual naquela época do ano. Talvez o destino estivesse a pressentir que algo estava prestes a acontecer. Peter vai rapidamente buscar seu irmão e sua amada. O plano deveria roçar a perfeição.— Um senhor ligou para mim há pouco tempo e eu ouvi os gritos do meu pai. – explica Peter.— Ele disse que se eu não for a encontro dele com quinhentos milhões, sozinho, ele mata o nosso pai Edward!— Conseguiste identificar quem é o senhor? – pergunta Zuleika.— Claro que não! Mas a voz dele não me parecia ser estranha… - explica o rapaz.— Parecia ser alguém que já esteve lá em casa algumas vezes… só não sei o nome.— Quem esteve lá em casa recentemente? Era um homem? – questiona Edward.— Sim, era um homem! Ultimamente, não tem frequentado ninguém… só foi uma jovem que é colega da Zuleika.— E achas que ela tem algo a ver com isso? – pergunta o filho mais velho de William.
Mas afinal, quem era o parceiro de Michelino? Suspeitava-se que fosse Lennon, devido ao seu sotaque britânico e tom de voz grosso, mas ele estava desaparecido. Porém, não deixava de ser alguém conhecido. Com os meses que se passaram, o mafioso conseguiu recuperar um dos seus parceiros de crime mais fiéis. Era Brad, o ex-namorado de Zuleika. Mas como? Se ele foi condenado a prisão perpétua?A verdade é que Brad, após o término de seu namoro com Zuleika, procurava uma vingança insaciável. Transtornado com a vida que levava, apesar de ser um homem bastante atraente, ele meteu-se em caminhos que muito criticava. Metido em problemas com um dos rivais de Capetta, seus dois amigos sofreram as consequências. Como o chefe do outro grupo tinha uma amizade com o chefe da polícia, arranjou formas de culpar Brad pelo sucedido. Porém, Michelino subornou o juiz para que revertesse aquela situação e libertasse o homem. E assim, Capetta tinha mais uma carta na manga contra os Willard. A revolta e dese
As horas iam passando e Peter tardava em dar uma resposta sobre o ponto de situação. Muito impaciente e com vontade de estar cara a cara com o homem que supostamente roubou a sua namorada, Brad envia a seguinte mensagem:“Preciso de uma resposta até às três da tarde ou o teu querido paizinho morre.”Ao ler a mensagem, Peter apressa Edward, para que contasse logo o que estava em sua mente.— Preciso que vocês tenham muita calma para começar a agir. Pode ser que não concordem com o meu plano mas eu preciso que vocês estejam preparados para o pior. – começa por dizer.— Pamella, eu preciso que tu ligues para o teu pai e peças desculpas.— O quê?! Estás maluco? – pergunta Pamella.— Nunca na vida eu farei isso!— Escuta bem, Pamella! – diz Edward, aumentando seu tom de voz.— Os vossos problemas familiares agora já não importam. Tu queres ajudar ou não?— Sim, eu quero ajudar! Mas eu não vou pedir desc… - tenta explicar a jovem.— Ou tu pedes desculpas ou o meu pai morre. Escolhe! – deter
Com os corações palpitando e emoções lá no alto, a polícia finalmente chega perto do local que William estava preso. Claro que não poderiam entrar só de repente e matar todos os capangas. Seria muito mais difícil do que isso. O plano era rondar aquele local e chamar pela isca, claro. Pamella, estava no quarto deitada, à espera de receber alguma informação que tardava em chegar. Então, ele recebe uma mensagem de um número privado.“Não podes demorar muito tempo. Arranja uma forma de arrastar o teu pai para o princípio da floresta. Nós estamos aqui escondidos, à tua espera.”Lendo aquilo, a jovem pensou no que poderia convencer seu pai a sair de perto de William, sem que esse desconfiasse de nada. Michelino, um homem que estudou pouco, era muito inteligente quando o assunto era dinheiro. Então, era esse o golpe perfeito. Como sabia que seu pai queria tanto o dinheiro, ela decidiu fazer uma sugestão a seu pai.— Pai, podemos conversar em particular? – diz a jovem, depois de ligar para o