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Sigo para o banheiro e tomo banho rapidamente, vendo as duas se moverem pelo quarto com uma rapidez imortal que me impressiona, tirando todos os grãos de poeira com sua magia. A mais velha ㅡ a do avental ㅡ me olha de relance afundada na banheira e desvia o olhar, mas vejo seus olhos verdes serem tomados pela desconfiança quando se vira. Minhas sobrancelhas franz
✥ · ✥ · ✥ Nossos passos ficaram gravados na pouca neve conforme eu e Korian nos movíamos em silêncio em direção ao gazebo de seu jardim. Ele havia me enviado uma nota pela manhã após eu ter invadido seu quarto na última noite para tentar arrastá-lo fora de sua cama para me contar o que diabos não conseguiu falar no jantar. Ele fora grosseiro e me empurrara para fora do quarto com um empurrão de sua magia, e até agora uma marca avermelhada com alguns pontos escuros marca a área do meu dorso. Ele havia encarado esse lugar com as sobrancelhas franzidas quando me encontrou hoje. No bilhete havia sido curto e grosso. Apenas disse que não poderia me encontrar pois teria tarefas a fazer com seu pelotão. No entanto, sabendo que suas evasivas apenas estavam me fazendo cada minuto mais preocupada, invadi seu quarto mais uma vez para encontrá-lo na mesma posição em que eu fico várias vezes: se
✥ · ✥ · ✥ A Criação dos Reinos de Taryan - Diário de Linter e Hyuma Na fundação de Taryan, quando as árvores ainda cresciam, os peixes ainda se reproduziam e todas as criaturas ainda eram consideradas totalmente inofensivas, surgiu uma rainha. Sua aura brilhante comovia as pessoas ao redor, seu poder e magia jamais podiam ser vencidos ou comparados a qualquer um outro. A natureza a obedecia, os elementos ela controlava, o clima estava em suas mãos, o sol e a lua brilhavam a seu comando. Todos os seres vivos a adoravam. Sua alegria e poder se davam somente quando Taryan estava em ordem. E seu nome era Althaea. Há mais de 10 milênios, Taryan vencia suas batalhas ao lado da rainha. Sangue era derramado, vidas eram perdidas, mas a terra era perdoada. Seus inimigos não eram mantidos em cativeiro; ficaram livres para seguirem suas vid
✥ · ✥ · ✥ As cavalgadas pela floresta é mais cansativa do que eu imaginei que seria. Desde que apareci no quarto de Korian, dois dias antes, para lhe exigir uma visita até minhas terras, ele tem me ignorado e propositalmente não dando o menor apoio às minhas decisões. Se sua capacidade lhe permite, ainda zombou de minha preocupação em alguns momentos. A fúria rodou por mim tão rápido que precisei conter o fogo antes de "sem querer" chamuscar sua cara. Não falo com ele durante a viagem, por mais que esteja no mesmo cavalo que eu. Korian tem bufado e reclamado o caminho inteiro, mas acredito que meu total desinteresse em sequer ouvir sua voz o calou. Finalmente. Em minha cabeça, não há nada mais importante do que encontrar Lena. E todos os outros. Por mais que a antiga exigência para ver meu irmão nas masmorras não tenha dado e
✥ · ✥ · ✥ O resto do percurso até minha vila foi feito em completo silêncio desde que saímos da prova do ataque há alguns metros atrás. Korian sabe que o que eu estou sentindo vai muito mais além da simples tristeza; se não encontrar ao menos um sobrevivente, ficarei bem perto de enlouquecer por completo. Os pensamentos não ajudam, eu sei. Mas é difícil me concentrar em ter esperança quando sei que essas criaturas que vivem na floresta não possuem o mínimo de consideração pelos humanos. Ainda irei descobrir o porquê disso tudo, e por que diabos atacam sem nem um maldito motivo. Quando chegamos, desço do cavalo sem a ajuda de Korian, que parece estar fazendo o possível para preencher a tensão entre todos nós. Eu, fico presa em meus pensamentos. Ele, fica preso em minha cabeça tentando achar algum sentido naquilo tudo. A névoa
✥ · ✥ · ✥ A Maldição do Solstício - Diário de Linter e Hyuma Cláusula 1 - O Primeiro Amor da Rainha Anos depois das divisões dos reinos, quando todos ainda estavam se acostumando com a nova cultura, governo e preocupações, a história de um grande amor começou a surgir. Era o Ano da Colheita, quando todas as pessoas do determinado reino escolhido se juntavam para lançarem sua magia na terra para abençoá-la. Assim conseguiriam as colheitas cada vez mais fartas e jamais pereceriam. Durante a comemoração do Reino Lunar, depois que as crianças foram permitidas saírem pelo reino para brincar, os reis foram informados de que um certo menino órfão e que vivia sozinho simplesmente desapareceu de seu barraco. As crianças, apesar de nunca o chamarem para uma brincadeira, gostavam de persegui-lo
✥ · ✥ · ✥ Paraliso. Cada músculo de meu corpo endurece com a baforada de magia que envolve meu corpo em questão de segundos. A risada de Hethan ecoa logo em seguida, e Lena se agarra em meu braço, o rosto uma máscara de pedra. Sinto a mesma fúria emanando em minhas costas, o ódio mortal saindo pelos dedos de Korian. Posso ver as faíscas verdes em seus dedos, o que fazem com que Hethan abra um sorriso animalesco e cruze os braços, obviamente apreciando o show. Os soldados de Korian estão em posição de ataque, os rostos marcados pela raiva de não terem percebido a armadilha até que já estivessem dentro dela, contidos e desarmados. Todas as pessoas da vila estão com um misto de medo e preocupação. Por mim, percebo. Os olhares estão todos dirigidos à mim e Lena, colada em meu corpo. Só agora percebo que todos aqueles pedidos desesperados dela era apenas uma
✥ · ✥ · ✥ A realidade parece mudar em questões de milésimos. Há apenas um mísero segundo, estava chamando minha magia para fortalecer a barreira que Korian segurava ao nosso redor. O fogo consumia minhas veias, mas de alguma forma não conseguia conjurá-lo por completo. Algo estava me barrando, como um enorme escudo rebatendo meu ataque. E agora... Korian foi atingido. Um grito silencioso escapa da minha boca quando vejo-o cair no chão, o braço atingido inerte ao seu lado. A barreira sumiu, e agora estamos todos cercados de inimigos. Encaro Lena, que parece em choque. Os guardas tentam a todo vapor reerguer as barreiras, principalmente depois que ouviram Korian soltar um gemido doloroso e sofrido. Uma flecha atinge de raspão minha coxa, me fazendo estremecer e rolar par
✥ · ✥ · ✥ㅡ Parece que chegou sua hora, Asterin. ㅡ o imortal sussurra em meu ouvido enquanto me contorço inutilmente no chão. ㅡ Não adianta lutar. Ninguém vai ouvir você.Uma risadinha de escárnio segue suas palavras. A chuva torrencial cai sobre nós como uma facada a cada vez que toca meu corpo. Não sei porque, mas o imortal fica apenas me observando deitada e chorando enquanto suas garras perfuram minha perna esquerda. Trinco os dentes, tentando encontrar qualquer coisa ao redor que possa me ajudar a lutar contra ele.Outro risinho.ㅡ Não há como lutar, querida. Não contra mim. Porque eu... ㅡ estremeço quando ele se inclina e encosta aqueles dentes manchados de vermelho em meu ouvido. ㅡ... vou te provar primeiro.Lágrimas fortes e furiosas se derramam de meus olhos quando ele prende meus braços à terra com sua magia.