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Desde que apareci no quarto de Korian, dois dias antes, para lhe exigir uma visita até minhas terras, ele tem me ignorado e propositalmente não dando o menor apoio às minhas decisões. Se sua capacidade lhe permite, ainda zombou de minha preocupação em alguns momentos. A fúria rodou por mim tão rápido que precisei conter o fogo antes de "sem querer" chamuscar sua cara.
Não falo com ele durante a viagem, por mais que esteja no mesmo cavalo que eu. Korian tem bufado e reclamado o caminho inteiro, mas acredito que meu total desinteresse em sequer ouvir sua voz o calou. Finalmente.
Em minha cabeça, não há nada mais importante do que encontrar Lena. E todos os outros. Por mais que a antiga exigência para ver meu irmão nas masmorras não tenha dado e
✥ · ✥ · ✥ O resto do percurso até minha vila foi feito em completo silêncio desde que saímos da prova do ataque há alguns metros atrás. Korian sabe que o que eu estou sentindo vai muito mais além da simples tristeza; se não encontrar ao menos um sobrevivente, ficarei bem perto de enlouquecer por completo. Os pensamentos não ajudam, eu sei. Mas é difícil me concentrar em ter esperança quando sei que essas criaturas que vivem na floresta não possuem o mínimo de consideração pelos humanos. Ainda irei descobrir o porquê disso tudo, e por que diabos atacam sem nem um maldito motivo. Quando chegamos, desço do cavalo sem a ajuda de Korian, que parece estar fazendo o possível para preencher a tensão entre todos nós. Eu, fico presa em meus pensamentos. Ele, fica preso em minha cabeça tentando achar algum sentido naquilo tudo. A névoa
✥ · ✥ · ✥ A Maldição do Solstício - Diário de Linter e Hyuma Cláusula 1 - O Primeiro Amor da Rainha Anos depois das divisões dos reinos, quando todos ainda estavam se acostumando com a nova cultura, governo e preocupações, a história de um grande amor começou a surgir. Era o Ano da Colheita, quando todas as pessoas do determinado reino escolhido se juntavam para lançarem sua magia na terra para abençoá-la. Assim conseguiriam as colheitas cada vez mais fartas e jamais pereceriam. Durante a comemoração do Reino Lunar, depois que as crianças foram permitidas saírem pelo reino para brincar, os reis foram informados de que um certo menino órfão e que vivia sozinho simplesmente desapareceu de seu barraco. As crianças, apesar de nunca o chamarem para uma brincadeira, gostavam de persegui-lo
✥ · ✥ · ✥ Paraliso. Cada músculo de meu corpo endurece com a baforada de magia que envolve meu corpo em questão de segundos. A risada de Hethan ecoa logo em seguida, e Lena se agarra em meu braço, o rosto uma máscara de pedra. Sinto a mesma fúria emanando em minhas costas, o ódio mortal saindo pelos dedos de Korian. Posso ver as faíscas verdes em seus dedos, o que fazem com que Hethan abra um sorriso animalesco e cruze os braços, obviamente apreciando o show. Os soldados de Korian estão em posição de ataque, os rostos marcados pela raiva de não terem percebido a armadilha até que já estivessem dentro dela, contidos e desarmados. Todas as pessoas da vila estão com um misto de medo e preocupação. Por mim, percebo. Os olhares estão todos dirigidos à mim e Lena, colada em meu corpo. Só agora percebo que todos aqueles pedidos desesperados dela era apenas uma
✥ · ✥ · ✥ A realidade parece mudar em questões de milésimos. Há apenas um mísero segundo, estava chamando minha magia para fortalecer a barreira que Korian segurava ao nosso redor. O fogo consumia minhas veias, mas de alguma forma não conseguia conjurá-lo por completo. Algo estava me barrando, como um enorme escudo rebatendo meu ataque. E agora... Korian foi atingido. Um grito silencioso escapa da minha boca quando vejo-o cair no chão, o braço atingido inerte ao seu lado. A barreira sumiu, e agora estamos todos cercados de inimigos. Encaro Lena, que parece em choque. Os guardas tentam a todo vapor reerguer as barreiras, principalmente depois que ouviram Korian soltar um gemido doloroso e sofrido. Uma flecha atinge de raspão minha coxa, me fazendo estremecer e rolar par
✥ · ✥ · ✥ㅡ Parece que chegou sua hora, Asterin. ㅡ o imortal sussurra em meu ouvido enquanto me contorço inutilmente no chão. ㅡ Não adianta lutar. Ninguém vai ouvir você.Uma risadinha de escárnio segue suas palavras. A chuva torrencial cai sobre nós como uma facada a cada vez que toca meu corpo. Não sei porque, mas o imortal fica apenas me observando deitada e chorando enquanto suas garras perfuram minha perna esquerda. Trinco os dentes, tentando encontrar qualquer coisa ao redor que possa me ajudar a lutar contra ele.Outro risinho.ㅡ Não há como lutar, querida. Não contra mim. Porque eu... ㅡ estremeço quando ele se inclina e encosta aqueles dentes manchados de vermelho em meu ouvido. ㅡ... vou te provar primeiro.Lágrimas fortes e furiosas se derramam de meus olhos quando ele prende meus braços à terra com sua magia.
✥ · ✥ · ✥ Na mansão dos governadores das terras humanas, a pessoa que eu mais tinha medo era Kennai. Sua imposição sobre mim, o poder de saber onde eu sempre estava, e sua total capacidade de me intimidar com apenas um olhar sempre me assombraram. Certa vez, eu finalmente decidi enfrentar meus pesadelos. Quando acordei na manhã seguinte ao castigo que o pai dele me colocou, não hesitei em empurrar uma cadeira contra o armário mais alto da cozinha que abrigava as carnes mais suculentas que seriam servidas na festa da noite. Nesta hora, Lena tinha saído com Grant para cortarem lenha enquanto eu fiquei encarregada de rasgar as peles dos animais e separá-las das carnes para assar mais tarde. Para o banquete onde apenas os ricos apreciariam. Eu estava com tanta fome que meu estômago rugia a cada três minutos, resultado de passar a madrugada e boa parte do dia
✥ · ✥ · ✥ Guerra. A palavra ecoava em minha mente durante os próximos dias sem descanso. Ficava ocupada demais com meus próprios pensamentos para me importar com o fato de que todas as manhãs a mulher que dividia a cela comigo era levada para só ela sabe onde e retornava com novas feridas. Não tão profundas ou violentas como as primeiras, mas com outros conjuntos de cicatrizes. Eu não precisava ouvir um "obrigado" para saber que ela estava agradecida pelo meu esforço em diminuir seu desconforto quando voltava. Os olhares furtivos daqueles olhos vermelhos em minha direção carregavam tanto o agradecimento como curiosidade. Eu sabia o quanto doía ter a pele brutalmente rasgada, a carne profundamente aberta. Sabia como era o desespero de tentar abrandar a dor, mas nada podia ser feito. Deveria apenas deitar e esperar que cicatrizasse. Quando isso não acontec
✥ · ✥ · ✥ ㅡ Eu ainda não consigo acreditar que você ameaçou Dakar. Ergo os olhos de onde estava observando um antigo livro da biblioteca pessoal de Dakar. Eu e Korian viemos até aqui e meio que exigimos nossa entrada ao dono do lugar. Não sabia como Dakar acreditava que poderíamos encontrar o que queria com nenhum recurso naquela prisão. Eu tentei acordar Yura durante a noite para que ela pudesse me dizer qualquer coisa, afinal, fora ela quem me dera as informações mais relevantes que eu pude adquirir. Mas a deixei quieta depois que um dos guardas entregou um balde de água não tão limpa para que eu mesma a banhassse. E quando vi os malditos hematomas em seus quadris e coxas, quase não me segurei o suficiente para me impedir de pular no pesc