— Sr. Francisco, eu só perguntei, pare de imaginar coisas. — Mônica respondeu, revirando os olhos. — Ah, Srta. Mônica, se você gosta do Gustavo, é só admitir! — Francisco arqueou as sobrancelhas com um tom provocativo. — Gustavo pode ser um pouco mais velho, mas ele não tem nenhum vício, é educado, e ainda por cima é ex-militar. Um homem com um histórico exemplar. — Militar? — Mônica ficou surpresa e, como se tivesse ligado algumas peças soltas, olhou para Francisco em busca de confirmação. — Você está dizendo que o Sr. Gustavo foi militar antes de entrar para o mundo dos negócios? Francisco, vendo a reação dela, ficou intrigado e exibiu um sorriso malicioso. — Nossa, ser militar é algo tão impressionante assim? Não me diga que você tem um tipo... É fascinada por militares? A mente de Mônica ficou confusa. Se Gustavo realmente havia sido militar, isso coincidia com as informações de Gabriel. Será que Gustavo era o pai de Gabriel? Mas, se isso fosse verdade, quem seria a mãe
— Você está bem? — Emma perguntou ao ver Francisco balançar a cabeça, indicando que sim. Sem dizer mais nada, ela pegou os vasos e entrou no apartamento. Mônica se aproximou de Francisco e deu dois tapinhas solidários no ombro dele. — Sr. Francisco, você ainda vai encontrar uma garota melhor. Agradeço, em nome do meu irmão, pela sua ajuda. Francisco fez uma careta, com a expressão cheia de frustração. — Eu sou tão bonito, e essa foi a primeira vez que uma garota me rejeitou. — Ah, meus pêsames. — Mônica disse, mas o sorriso malicioso no rosto dela era impossível de esconder. — Tente ser rejeitado mais vezes, assim você vai se acostumar e não ficar tão triste. Francisco ficou sem palavras, olhando para ela com indignação. Quando voltaram ao apartamento, Emma já estava ocupada no terraço, plantando as rosas nos vasos. Depois de terminar, ela pegou o celular para tirar algumas fotos e pesquisar sobre o tipo de fertilizante ideal para as flores. Assim que viu as informações sob
Ao terminar de falar, Mônica sentiu que algo estava errado. Instintivamente, olhou para trás e viu Rubem segurando uma xícara de café quente. Ele a observava com as sobrancelhas levemente arqueadas, sentado na cadeira de rodas, claramente se divertindo com a cena. — Essa... Essa porta... — Mônica começou a se justificar, mas, ao perceber o cartão na própria mão, ficou sem saída. — Tá bom, eu entrei com o cartão. Rubem deu um leve sorriso, sem pressa, e perguntou: — Você não disse que tinha contratado empregados para mim? — Os empregados da agência de limpeza não foram muito bem treinados. Achei que eles não cuidariam de você como deveriam. — Mônica respondeu, enquanto colocava as sacolas de compras e as duas rosas que trouxera na bancada. Ela ergueu um dos vasos com as rosas e, com uma expressão meio embaraçada, acrescentou: — Ah, Sr. Rubem, seu milhão e seiscentos mil... Digo, suas rosas. — Ela corrigiu rapidamente. — O lugar onde moramos é muito pequeno. A Emma pediu para
Rubem virou a cabeça e percebeu que Mônica não tinha nenhuma cerimônia enquanto comia, claramente aproveitando cada mordida com satisfação. Ao vê-la tão à vontade, ele também deixou de lado a sua postura rígida. O caldo, que por si só era simples, ganhou um sabor especial ao ser cozido com os miúdos de porco. Cada colherada quente aquecia o estômago e surpreendia o paladar com um gosto reconfortante e delicioso. — Está bom. — Rubem arqueou as sobrancelhas, surpreso. Era a primeira vez que comia um prato assim, e estava muito melhor do que ele imaginava. Além disso, ele reconheceu que Mônica tinha talento na cozinha. Mônica, ao receber o elogio, abriu um sorriso satisfeito. — É claro que está! Eu treinei... Mas, no meio da frase, ela parou. Pensando bem, para que explicar isso? E se Rubem achasse que ela estava tentando ganhar a compaixão dele? Imediatamente, ela encerrou o assunto e voltou a comer, como se nada tivesse acontecido. Rubem franziu a testa, intrigado. — O quê?
Rubem viu Kelly caminhando em direção à sala de reuniões e empurrou a cadeira de rodas para segui-la, mas não entrou. Através da porta entreaberta, ele conseguiu enxergar Mônica, que estava em pé ao lado da mesa, apontando para a projeção do retroprojetor enquanto explicava algo com firmeza. Ele a observou em silêncio. A silhueta dela parecia ainda mais delicada naquela posição. Mônica usava um vestido de tricô ajustado, de tom bege claro, que destacava sua postura elegante. O cabelo estava preso de forma prática, deixando seu rosto bem definido e realçando seus traços refinados. Ela emanava uma aura fria e imponente, com uma confiança cortante em cada movimento. Era o retrato de uma profissional de sucesso. Rubem não pôde deixar de comparar com a Mônica de meses atrás, tão serena e até um pouco submissa. Agora, ela exalava autoconfiança e orgulho, características que ele mesmo ajudara a cultivar nela. Ao vê-la comandar a reunião com tanta determinação, Rubem sentiu algo raro: um
No dia seguinte, Mônica acordou se sentindo revigorada. Quando percebeu que estava deitada na cama com as roupas do dia anterior, ficou intrigada. Ela não conseguia lembrar o que tinha acontecido na noite passada. Ao descer as escadas e encontrar Rubem, resolveu perguntar.— Você desmaiou na cozinha. Eu te carreguei para o quarto. — Explicou Rubem.— Eu realmente desmaiei na cozinha? — Mônica ficou atônita, olhando para ele sem saber o que dizer. — Sr. Rubem, era só ter me coberto com uma manta, não precisava... O simples pensamento de Rubem, com sua mobilidade reduzida, carregando ela escada acima já a deixava desconfortável.— Você não é tão pesada assim, tem mais ou menos o peso da Íris. — Disse Rubem, enquanto abria o jornal e o folheava calmamente. — Mas, enquanto eu te arrastava, sua cabeça bateu algumas vezes no corrimão.— Será que eu fiquei lesada? — Mônica perguntou, alarmada, levando a mão à cabeça instintivamente.Rubem levantou os olhos e a olhou por alguns segundos. Depo
Mônica ficou com o rosto completamente vermelho de vergonha. Ela soltou um riso sem graça, virou-se rapidamente e, por dentro, se xingou de tudo quanto era nome. Justo na casa dos outros, precisava agir daquele jeito tão espalhafatoso?Rubem percebeu que o celular de Mônica, que estava em cima da mesa, começou a tocar. Ele aproveitou e desligou a música.— Mônica, seu celular.— Deve ser o entregador. — Disse Mônica, que, naquele momento, não queria encarar Rubem de jeito nenhum. Ainda se sentia constrangida. Então, falou. — Sr. Rubem, atenda por mim.Rubem olhou para a tela e viu que o nome exibido era "Mamãe". Ele ergueu uma sobrancelha. Definitivamente, não era o entregador.Como Mônica estava ocupada até os cotovelos com a massa e parecia bem concentrada, Rubem decidiu atender. Ele colocou no viva-voz.— Alô.— Ah, meu querido genro, como você está? — Malena reconheceu a voz de Rubem imediatamente. — E minha filha querida, onde ela está?Assim que ouviu a voz animada da mãe, Mônica
— Seu celular tá me atrapalhando a dormir. — Resmungou Íris, sem nem abrir os olhos, enquanto encostava a cabeça no peito de Lucas. Lucas pensou nos milhões que devia para ela e decidiu engolir o incômodo. Antes que a cabeça dela encostasse de fato nele, Lucas a empurrou de volta para a cama e foi direto para o banheiro. Íris caiu no colchão, sem muito impacto, mas perdeu o sono. Coçou os olhos, bocejou e, ainda meio sonolenta, foi atrás dele no banheiro. Ela abriu a boca, esperando que Lucas colocasse a escova de dentes em sua mão. Enquanto ela escovava os dentes, perguntou: — O que a gente vai comer hoje? — Vamos pedir comida. — Lucas foi rápido e, em poucos minutos, já tinha terminado de se arrumar. — Eu preciso sair agora. Íris virou-se para ele com um olhar incrédulo, parando de escovar os dentes. — Eu não quero! É o Rubem que tá te chamando? Se for, manda o Bruno ir no seu lugar. Eu não vou comer comida de delivery! Lucas sentiu a veia na testa pulsar. — É só u