— Você fez um bom trabalho desta vez. — Rubem não economizou nos elogios a Lucas. — Vocês devem estar exaustos. Vão descansar, deixem o resto com os outros.— Sr. Rubem, prefiro ficar e cuidar da moça. — Lucas insistiu. — Ela se feriu por minha causa. E pode haver mais gente envolvida, escondida aqui no hotel.Os olhos de Rubem brilharam por um segundo, mas logo ele disse, de forma tranquila:— Já eliminou o agressor. Não precisa se culpar tanto. Vá descansar. Vou precisar muito de você nos próximos dias.Diante da firmeza de Rubem, Lucas não insistiu mais e saiu com Bruno.Logo o ambiente na suíte ficou em silêncio. Rubem ficou parado por um tempo, pensativo. Depois, pegou o celular sobre a mesa, foi até a janela e fez uma ligação. Logo a chamada foi atendida.— Rubem? Aconteceu algo? — A voz feminina do outro lado era calma e suave, quase reconfortante.— Desculpe ligar tão tarde, titia. — Rubem olhava a vista da cidade com uma expressão fria. — Meu pai comentou que está com saudades
Rubem tamborilou os dedos na calça social e disse:— Envie algumas pessoas para Singapura. Negocie discretamente para que Virgínia retire seu investimento. Se recusarem... Faça o que for necessário. Davi não interfere em assuntos militares, mas tem muitos contatos. Vou falar com ele para impedir a promoção de Rodrigo. Se conseguirmos, seria ótimo mandá-lo para o oeste. — Um bilhão. Ela não vai conseguir engolir isso. — Rubem lançou um olhar para o quarto, seus olhos carregados de frieza. — E quem toca nos meus é obrigado a pagar o preço.— Sim, senhor! — Tomás respondeu, cheio de entusiasmo. Sabia que Rubem estava prestes a agir com força, e isso o empolgava.Virgínia sempre jogou sujo, e até agora Rubem vinha fechando os olhos por conta da relação familiar. Mas desta vez, ela havia passado dos limites.…Mônica acordou com a garganta doendo muito e uma forte dor no pescoço.Ela olhou ao redor e percebeu que já era de dia. O quarto era muito parecido com a suíte em que estava hospedad
Rubem lançou um olhar para ela e continuou:— Eu confio que você não é o tipo de pessoa que trai os outros. Mas, se decidir ir embora, não vou te impedir.— Para mostrar que estou arrependido, fique com esse dinheiro. — O homem colocou um maço grosso de notas no criado-mudo, o tom de voz baixo. — Não é muito, dez mil, o suficiente para comprar uma passagem de volta.Mônica olhou para o dinheiro, atônita por alguns segundos. Quando finalmente entendeu a situação, seu rosto ficou vermelho de raiva, a ponto de quase soltar o copo de água que segurava.Que absurdo! Depois daquela noite desastrosa que passaram juntos, quando ela deixou mil reais para ele, agora ele devolvia o favor, com o valor dobrado, apenas para lembrá-la daquela noite. Que provocação mais cruel!— Mônica, seu copo está vazio. — Vendo-a encostar o copo vazio nos lábios, com uma expressão confusa, Rubem esboçou um sorriso discreto, pegou o copo dela e serviu mais água.Mônica mordeu o lábio, sentindo uma grande frustração
Quando Eulália procurou por Mônica naquele dia, ela já sabia que Virgínia estava por trás disso. Agora, depois de quase ser assassinada, tudo fazia sentido.Com o semblante fechado, Mônica rapidamente digitou mais uma mensagem: [Virgínia sabia que eu falo Uquebar. Queria que eu a ajudasse a negociar esse acordo. Eu recusei, e agora ela quer me matar.]Não era à toa que Eulália havia insinuado que, se Mônica não ajudasse Virgínia, também não deveria colaborar com Rubem, avisando que ela poderia acabar morta sem nem entender o motivo. Virgínia tinha uma mente parecida com a de Douglas: se não conseguia o que queria, destruía tudo, para que ninguém mais conseguisse.— Virgínia não faz parte do Grupo Pimentel, mas conseguiu infiltrar alguns informantes na empresa. De alguma forma, ela descobriu que você fala Uquebar. — Tomás explicou.Mônica apertava os lábios, frustrada. Desde o início, ela sabia que esse acordo era um grande problema. Entrar nessa negociação foi um erro. No fundo, a cul
Naquela noite, ao perceber que alguém havia invadido, Mônica, em um ato de desespero, escondeu o endereço traduzido no bolso do roupão. Pouco depois, pediu para que Tomás fosse ao quarto verificar.Não demorou muito para ele retornar, segurando a folha de papel com o endereço que ela havia traduzido.Mônica ainda não conseguia apoiar os pés no chão, mas suas mãos estavam perfeitamente funcionais. Deitada sobre a mesinha, concluiu a tradução de algumas palavras restantes em Uquebar e as organizou na folha.Quando terminou, as combinações revelaram, de fato, um endereço. Curiosa, pegou o celular para verificar e descobriu que o local podia ser rastreado pelo satélite. Era um lugar muito afastado.— Presidente Rubem, está traduzido. — Quando Rubem se aproximou, ela lhe entregou o papel. — Mas é um local a mais de cem quilômetros do centro da cidade, bem isolado.O que mais a intrigava era: o que poderia haver num lugar tão remoto que valesse dez bilhões? Algo capaz de fazer Rubem e Dougla
Tomás parou imediatamente ao ver a situação no banheiro. Sua voz ficou presa na garganta, e ele congelou no lugar. Seus olhos iam de Mônica para Rubem, claramente se perguntando se deveria ou não entrar. — Desculpem, foi mal. — Depois de alguns segundos, ele fechou a porta com toda a educação possível. Assim que Mônica se deu conta, soltou rapidamente as mãos e fez gestos frenéticos para que Rubem levantasse a calça. O rosto dela estava tão vermelho que parecia prestes a pegar fogo. Para evitar olhar para ele, focou nos desenhos do tapete. "Queria tanto que o chão me engolisse agora!" pensou ela, completamente mortificada. — Srta. Mônica, nunca conheci alguém tão desastrada quanto você. — Rubem suspirou, segurando o telefone entre o ombro e a orelha enquanto puxava a calça com uma expressão impassível. A lembrança da última vez em que algo semelhante aconteceu ainda estava fresca em sua memória. Primeiro na casa dele, e agora isso. Ele realmente precisava parar de superestimar o bo
Mônica tomava seus remédios pontualmente a cada dia, e seu corpo ia se recuperando aos poucos. Já conseguia se levantar e andar normalmente. No entanto, a lesão nas cordas vocais, causada pela pressão no pescoço, não se curava tão rápido. Mônica não se apressava. O importante era que ela já podia ir ao banheiro sozinha, o que a fazia se sentir bem.Nos últimos dias, ela não havia saído da suíte, e Rubem também não. As refeições eram trazidas pelos empregados do hotel. Durante o dia, enquanto Rubem trabalhava, ele pedia para Mônica ajudá-lo com alguns detalhes. À noite, os dois dividiam o quarto. Mônica dormia na cama e Rubem na cadeira, vigiando-a de perto.O momento mais desconfortável para Mônica era, sem dúvida, quando estava com Rubem. Sempre que ela o via, não podia deixar de lembrar daquele dia em que, sem querer, o tocou de forma tão constrangedora. Isso a deixava muito envergonhada. Ela até sugeriu voltar para o seu próprio quarto, mas Rubem insistiu que não era seguro.Quando
Comparada à Íris, Mônica não tinha uma beleza deslumbrante, mas sua elegância era inegável. Talvez por passarem tanto tempo juntos, Rubem finalmente começara a achar Mônica bastante atraente.Fazia dias que Mônica não saía, mas quando Rubem mencionou que poderiam ir ao restaurante naquela noite, ela não discutiu, correu para o quarto para trocar de roupa e seguiu ele.Parece que naquele dia era feriado na Turquia. O hotel estava oferecendo 30% de desconto nas diárias, e a enorme piscina nos fundos do hotel estava aberta. Havia um corredor direto do restaurante até a piscina, e muitos hóspedes optavam por comer primeiro e depois se divertir na água. O que normalmente seria um restaurante tranquilo estava bastante agitado.O lugar onde Mônica estava sentada oferecia uma vista perfeita da imensa piscina. Ela nunca tinha visto uma piscina tão grande e luxuosa em nenhum outro hotel.Mônica observava os turistas se divertindo, quase colando o rosto no vidro. A vontade de descer e brincar era