Três meses depois… Judy As coisas estavam todas dando certo e isso me preocupava. Faltavam apenas dois dias para a nossa viagem, planejamos isso com entusiasmo e embora o momento não fosse dos melhores, eu não queria deixar passar essa oportunidade. Ultimamente Ramon andava cabisbaixo e tudo aquilo tinha alguma razão. Seus filhos estavam com problemas, Andrew estava envolvido com drogas e Vivian estava se tornando cada vez mais rebelde desde que soube que estávamos juntos.— Acho que o problema sou eu, Ramon, quem sabe essa viagem sirva para não deixar de mente leve. — Atrás de sua mesa, ele mantinha a postura e os olhos atentos na tela do computador. — Desculpe, não achei que estaria interrompendo a vossa senhoria. — Bati a porta e saí desgostosa da vida. Havia muitas coisas para se fazer, mas eu não estava com cabeça para pensar ou fazer nada, peguei minha bolsa e fui embora. Avisei ao Ulisses para onde estava indo e em menos de uma hora ele chegou, esbanjando felicidade ao lado
Lúcio— Grávida? Quer dizer que eu vou ter um netinho? — Judy rua da forma que eu falava, não havia felicidade que coubesse somente dentro do meu peito.— Um não, o senhor ganhará três netinhos, ou netinhas, ou os dois, ainda não sabemos mais nada sobre isso. — Bom, tenho que confessar que Ramon agora fez algo útil. — Ramon que estava sentado assistindo ao jogo sorriu e me mostrou o dedo do meio. — Ôh, Judy, se gostas de bordados posso fazer alguns mimos para os bebês, se você não se importar é claro. — Vanuza se ofereceu e Judy a abraçou e agradeceu. Deixei as duas a sós, já que estavam fazendo besteiras para comer e fui até Ramon. — Você é um canalha mesmo, primeiro conquista minha filha e depois ainda engravida ela, e logo três filhos de uma vez. O que você é? Uma máquina ou alguma coisa do tipo isso? — Você sempre dizia que queria ter muitos netos, Lúcio, agora agradeça a mim que poupei o tempo da minha mulher quando a filhos. — Pois bem, vamos ao que não interessa. — Era hor
Alguns dias depois…Judy Limpava a mesa enquanto observava Ulisses lavando a louça, quieto demais e ele não era assim, ou seja, alguma coisa estava errada.— Vamos lá… já faz alguns dias que você parece desanimado, quer me contar o que está havendo? — Me aproximei dele e ao abracei por trás, vendo que ele chorava no momento seguinte. — Ei, o que está acontecendo? — Não quero te deixar preocupada, você há está com muitas coisas para resolver. — E quem disse que eu ligo para essas coisas? Eu me jmporto com você e deixaria qualquer coisa para estar ao seu lado, assim como você deixou para ficar ao meu. — Enxugando as lágrimas e com o rosto inchado, ele observava os detalhes ao seu redor, buscando uma forma de evitar me olhar nos olhos. — Eu acho que vou embora, quero recomeçar a vida do zero. — Então, percebi que ele estava passando por tudo novamente, sofrendo por alguém que ele certamente confiava sua vida. — Ulisses, eu sei o quanto está triste, mas não pode deixar esses sentiment
Judy Estava tudo perfeito, me senti inútil por tantas atitudes infantis que tive com Ramon. Ele não merecia tantas coisas e, só então, estou enxergando isso… Com os olhos vendados, ele me conduzia para fora do carro, segurando minha mão e me mantendo cada vez mais firme. — Está pronta? — Respondi com um sorriso, eu estava muito nervosa e se eu falasse, não iria parar. Quando Ramon retirou a venda dos meus olhos, estávamos diante de uma casa, ou melhor, uma mansão. Com a vista de frente para o mar, o único barulho que poderia ouvir era o das ondas quebrando na beira da praia, tornando aquilo tudo um sonho. — Surpresa! — Pasmem, permaneci olhando aquela perfeição que estava diante meu olhos. — Eu sei o quanto gosta de sua paz e agora que vamos ter três bebês, pensei que você iria gostar da sua nova casa. — Ramon… — Segurei sua mão e queria lhe pedir perdão por todas as vezes que o machuquei, mas a voz falha não me permitiu tal coisa. — Nossa casa, Judy. Espero que goste! — Beijand
JudyA fadiga estava me dominando, estava enjoando o cheiro de Ramon, o cheiro da comida de Suzana. Não queria deixá-los tristes com isso, pois Suzana cozinhava maravilhosamente bem e estava sempre fazendo minhas vontades. Mas, o que estava me preocupando eram as horas, estava quase na hora de eu ir me aprontar, mas a mistura de ansiedade e medo me dominam… Mensagem de texto ativa “Como estão meus bebês? Está nervosa?”“Como está se sentindo?” — Ulisses era sempre muito atencioso, parecia até meu segundo pai.“Estou nervosa, o resto é besteira!” — Confessei, apreensiva e realmente com medo. Mesmo sabendo que não preciso porque ter medo, não consigo evitar, acaba acabando comigo. “Estou aqui, abre logo a porta. Eu ia te fazer uma surpresa, mas não quero correr risco.”Joguei o celular na cama e corri, na verdade andei rápido e quando abri a porta, me deparei com Ulisses, Mary e sua filha.Logo atrás estava Vivian, com um sorriso largo no rosto e uma maleta de maquiagem, ela era real
Vivian Ver meu pai feliz era a melhor sensação que já havia sentido na vida. Não imaginei que ele fosse casar-se com Judy, minha amiga de infância, mas sou feliz por ela fazer dele um homem melhor a cada dia que se passa. Organizei o buffet com Ulisses, Mary e Suzana que era como uma mãe pra mim também. Mas havia alguém que não estava tão feliz assim, e esse alguns era meu irmão. — Daqui há alguns dias nossos irmãos irão nascer, daí a família vai aumentar e nós dois seremos esquecidos. — Ele agia como uma criança, porém já era bem crescido para isso. — Nunca fomos esquecidos, não por ele. Ramon sempre nos amou, tenho certeza que isso não vai mudar do dia pra noite. Ele está feliz, Judy está feliz e vamos ter três novos irmãos, não acha que tem motivos o suficiente para estar feliz também? Nossa família está crescendo e eu tô feliz. — Eu não estou triste, mas… — Judy nunca te amou, Andrew. Ela sempre foi nossa amiga e eu acho injusto suas atitudes com o nosso pai e com ela. Somos
Algumas semanas depois… Judy Andar doía, respirar doía, ficar em pé e tudo mais. O quarto do hospital está sendo meu lar temporário, após o casamento eu passei mal e desde então estou aqui. Os bebês se mexiam o tempo inteiro, faltavam apenas algumas horas para me internarem, pois a gravidez era de risco e já não poderia mais esperar. Minha barriga já não tinha mais espaço, eu estava com falta de ar a todo momento e nem fazia ideia de como as coisas iriam ocorrer. — Oi… eu vim te dizer que já está tudo preparado para os meus irmãos. Olha só, fiz tudo como você pediu. — Ulisses e Vivian me mostravam as fotos do quarto dos bebês, já que eu não tive tempo de fazer isso. — Eu adorei, obrigada… — Chorei ao passar as fotos e ver que estava tudo do jeito que havíamos conversado. Estava com medo de como isso iria ocorrer; medo de não resistir ou algo do tipo. — Quando você sair, a gente vai estar aqui, esperando você e os nossos bebês, Judy. Vai dar tudo certo, pode ter certeza. Você é f
Judy Acordei sonolenta, sentindo um vazio repetindo e completamente sem muita noção das coisas, mas se havia algo que eu estava sentindo falta, era da minha barriga. Tentei levantar e sentir meu corpo pesado e dormente, o acesso em minha mão que segurava o soro e ao lado da cama estava meu pai, com um olhar meio e um grande sorriso nos lábios. A enfermeira entrou feliz e logo atrás dela veio mais três, cada uma empurrando um carrinho com uma incubadora, onde estavam meus filhos tão preciosos. — Olha só quem veio ver a mamãe. — A voz doce da enfermeira não era desconhecida, mas no momento isso era o que menos importava. Meu pai estava ao meu lado, olhando para seus netos com os olhos cheios de lágrimas, enquanto me olhava compadecido e com orgulho em seu olhar. — Ele me lembra você quando era um bebê, e hoje eu sou avô dessas bênçãos. — A lágrima escorreu em seu rosto, me deixando sensível e chorando logo em seguida também. — Eu posso segurar em meus braços? — No momento eu só que