Kesie Não consegui pregar o olho esta noite, afinal são tantos problemas que venho enfrentando. Mas refleti muito e sei que preciso ser forte, chorar e lamentar não vai resolver minha situação.Quando chego à mesa do café, Elizabeth me encara surpresa por me ver já pronta para ir trabalhar.— Kesie, você... Vai trabalhar?Bruno está uniformizado e me sento comendo uma fatia de bolo.— Claro, tenho muitas coisas pra resolver. Temos que conferir os contratos e resolver aquela questão da capa da Eleonor Morais. Preciso também de seguranças, não quero mais andar desprotegida, e nem vocês dois.Minha irmã me observa como se eu fosse de outro planeta. — Kesie, você está bem?— Sim, estou ótima.Bruno se levanta e vai até o cantinho onde Spoke está. Ele dá uma olhadinha pela janela e depois se vira para gente:— "Será que tem algum famoso por perto, está cheio de jornalistas lá embaixo?"Elizabeth se levanta e vai conferir, ela retorna preocupada.— Bruno tem razão, está cheio de repórtere
Kesie Depois que assumimos nosso relacionamento, voltei a receber aquelas ligações estranhas, números desconhecidos e quando atendo, a ligação fica muda, as vezes tenho a impressão de que ouço o som de uma respiração, como agora.Ligação On— É você Maicon? Seu canalha, me deixa em paz! — grito e desligo.Ligação OffEstou terminando de colocar os brincos, quando Elizabeth entra.— Uaaau, você está lindíssima! — ela me analisa e nota que estou tensa.— O que houve, por que está assim? Deveria estar muito feliz, afinal irá conhecer a família de Hugo nesse tal aniversário do tio dele.— Você quer dizer que eu vou reencontrar a mãe dele! — falo arqueando a sobrancelha mais tensa ainda com esse detalhe.Elizabeth faz uma careta.— Com o tempo ela se acostuma com vocês.— Ela é racista Elizabeth, e os racistas não mudam.Minha irmã me olha com sinceridade e diz tentando me deixar confiante:— Realmente isso é algo tenso. Então que ela f0da-se.Fico chocada com o palavreado de Elizabeth, m
HugoDepois que Kesie foi ao banheiro, volto para a mesa. Minha mãe que estava em uma conversa com Evelyn retorna e se senta falante como sempre:— Pobre Evelyn, meu filho, você soube que os Bacellarperderam todo negócio com os japoneses? Parece que estavam roubando e Maicon não desconfiou. Evelyn disse que Maicon está consternado, e Arthur muito irritado. A empresa está indo à falência.Por um instante me pergunto se não é o próprio Maicon quem roubou todo o negócio da família e conseguiu jogar a culpa da falência nos japoneses. Entretanto pouco me importa o que o imbecil faz da sua vida. — Então é por isso que ele a deixou vir sozinha, deve estar bastante irritado com o prejuízo.— Quem disse que ele não veio? Evelyn me falou que Maicon já estava a caminho, não vieram juntos pois ele não estava na cidade.Toda minha alegria da noite se vai a medida que minha mãe diz que o maldito ainda virá. E como se materializasse nossa conversa, o vejo surgir todo pomposo indo na direção do meu
KesieAcordar nos braços de Hugo é maravilhoso, por mim ele poderia dormir aqui todas as noites, mas ele insiste em não atrapalhar Beth, e teme a deixá-la sem privacidade. Já conversamos bastante sobre isso, não acho nescessário que ele fique em um hotel, já que junto de mim é tão perfeito, principalmente em dias negros como os de ontem, ter ele aqui é meu porto seguro. Me recordo da ameaça de Maicon, sinto cada parte de mim se arrepiar. Tenho tanto medo de que ele faça algo contra Hugo. O próprio canalha confessou que envenenou Spoke. Céus! Será que isso algum dia irá acabar? Ainda por cima tem toda a situação com a mãe de Hugo, aquela mulher não me suporta e eu sei que estavam brigando ontem por minha causa.Me levanto bem lentamente e saio na ponta dos pés para tomar um banho. Ligo o chuveiro e pego o sabão, quando estou passando em meu corpo, me lembro das mãos do canalha sobre mim me tocando, mesmo que eu me esforce as lágrimas já estão em meus olhos, a forma violenta como ele me
HugoQuando chego ao restaurante em que combinamos, Evelyn já está à minha espera. No momento em que ela me ligou, notei muita angústia em sua voz, mas ela não entrou em muitos detalhes, apenas disse que confiava em mim e que precisávamos conversar, já que estava na cidade desejava aproveitar para se encontrar comigo.Seus cabelos ruivos estão presos em um rabo de cavalo elegante, ela usa pouca maquiagem, e noto algumas olheiras.— Oi — Cumprimento ainda sério. Ela também não tem cara de muitos amigos.Responde ao cumprimento e logo um garçom se aproxima, Evelyn parece aflita, e pede ao garçom que traga seu mesmo pedido para mim. Não me manifesto, afinal é nítido que ela deseja conversar o quanto antes.Felizmente o garçom sai rapidamente.— Confesso que não esperava que viesse — ela fala ainda arredia.— Quando eu falhei com você, Evelyn?— Você anda tão estranho, Hugo, desde que começou a sair com a...— ela pigarreia como se recusasse a falar o nome de Kesie.— Ela se chama Kesie —
HugoDeixei Kesie descansando, Elizabeth preparou um chá e tomou um comprimido.Passo no hotel e pego algumas roupas, sapatos, produtos de higiene e alguns documentos de trabalho, consegui alguns processos na última semana, meu escritório ainda não está pronto, mas consigo ver que meu negócio será um grande empreendimento.Passo na recepção e deixo tudo pago, então me lembro que preciso pressionar meu corretor para que consiga um bom apartamento para mim, não posso continuar nesse hotel. Mas ele já havia me dito sobre a dificuldade em encontrar algum apartamento dentro dos requisitos que fiz e ainda propôs a compra de uma casa, fiquei de analisar a proposta.Coloco tudo dentro do carro e sigo para o hotel onde minha mãe está hospedada. Passo na recepção e me apresento como filho de Berenice Castro, aguardo por um bom tempo a recepcionista entrar em contato.Ainda estou aguardando no balcão imaginando que minha mãe irá fazer aquele drama típico não querendo me receber. Então ouço a rec
Kesie Passa das onze e Hugo ainda não deu notícias, estou muito preocupada, ele saiu a tarde depois que adormeci para buscar suas coisas e ainda não voltou. Caminho de um lado para o outro angustiada, Elizabeth também está preocupada, mesmo assim tenta me tranquilizar.— Acalme-se, Kesie. Notícia ruim chega rápido.— Tem alguma coisa errada, eu sinto! — falo ainda andando pela sala na tentativa inútil de me acalmar.Pego meu telefone e disco seu número novamente, mas pela milésima vez ele não me atende.— Droga, eu estou com muito medo, Beth!Bruno surge na sala já vestido em seu pijama. Elizabeth vai ao encontro para colocá-lo na cama me deixando sozinha em minhas angústias.Acabo cochilando sentada no sofá, acordo ouvindo o som de alguém batendo na porta com força. Fico um tanto tensa, mas os seguranças estão lá embaixo então não acredito que seria algum desconhecido. Me levanto e olho em meu relógio e vejo que passa das duas, olho através do olho mágico e meu corpo se agita ao ve
KesieDesço para buscar a bebida que Elizabeth havia preparado para Hugo, a encontro sentada olhando para o nada com uma caneca em mãos. O taco ainda está sobre a mesa.À medida que desço, devagar, sinto o frio da madeira do corrimão sobre minha mão enquanto Elizabeth me analisa preocupada.— Kesie, como ele está, o que houve, por que Hugo chegou naquele estado?Dou a volta, pego duas canecas e me aproximo dela, pego a chaleira e sirvo uma das canecas, me sento ao lado de minha irmã e bebo um pequeno gole suspirando.— Beth, são tantas coisas...Céus! Hugo está sofrendo muito. Minha irmã coloca a mão sobre a minha em apoio.— E tudo tem a ver com Maicon?— O canalha fez uma revelação cruel demais, contou para Hugo que a mãe dele e Arthur Bacellar tem um caso.Elizabeth leva a mão na boca chocada.— A mãe dele? A mesma cheia de pose que fica te insultando? Então quer dizer que a vagabunda da história era ela?Balanço a cabeça em afirmação.— E tem mais, o caso deles é antigo, parece q