Amélia Leal
O taxista estaciona no portão de casa assim como peço e desço de forma discreta, observando sem acreditar a cena que desenrola bem à frente, do lado de dentro do portão. Minha mãe está beijando o rosto de Guilhermino como se eles fossem amigos íntimos, ele à envolve em um abraço e lhe entrega uma pasta com documentos.HENRICO ZATTANIFoi na madrugada de ontem que a verdade veio em forma de sonho, eu lembrei exatamente de tudo que aconteceu naquela noite desde o momento que sai de casa até a hora de ser preso, devo ter apagado as informações da mente devido à adrenalina do memento, o choque e a decepção devem ter sua parte também. Puta qu
Amélia Leal—O que está acontecendo aqui, porra?A voz de papai faz Pedro se afastar de forma abrupta e respiro mais aliviada, dando graças ao santíssimo por isso. Olho agradecida na direção do meu progenitor, mas, tudo que vejo é o rosto ranzinza ainda mais fechado, sério, completamente irado.— Pedr
HENRICO ZATTANITodo esse tempo e achei que o desgraçado era só um cretino safado.— Que porra! — Bato meu punho contra o volante, irritado o suficiente para quebrar a cara do merdinha com um só golpe.— Você precisa se acalmar, cara. — Guilhermino resmunga do meu lado, segurando firme em seu assento.
Amélia LealMeu sobrinho dorme tranquilo em sua cadeirinha no banco de trás, alheio as atitudes do pai e isso me deixa mais protetora. Coberta de coragem e decidida a não facilitar as coisas, tento distrair Pedro para descobrir nosso destino. Ele não facilita e me dá respostas evasivas. — Aurora não desmaiou, não foi? — Faço a pergunta para Pedro, mas observo o rosto pálido e adormecido da minha irm&at
HENRICO ZATTANI— Eu só posso ter enlouquecido por acreditar em você! — Rosno, me segurando ao máximo para não pular em cima do homem e assumir a direção.— Você está roubando minha concentração, rapaz. Mantenha sua boca fechada.—Augusto esbraveja ao meu lado, dirigindo como a porra de uma tartaruga. Amélia LealDivido minha atenção entre minha irmã, meu sobrinho e a porta do quarto onde Pedro acabou de nos trancar. Graças a Deus ele não se trancou conosco. Arthur resmunga fazendo barulhos típicos de be HENRICO ZATTANIQuando cheguei naquele quarto e a vi nos braços dele, aterrorizada por ter uma arma em seu rosto fiquei sem saber o que fazer por algum tempo. Minha mente estava perdida, cheia de medo. Então, quando finalmente disse alguma coisa e o desgraçado nos viu, a reação dele foi mais rápida que a minha e seu dedo deslizou pelo gatilho antes que o meu.—Droga.CAPÍTULO 52
CAPÍTULO 53
Amélia LealTento abrir meus lábios e dizer que sim, ela pode entrar, mas não consigo. Parece que desaprendi a falar e tudo que consigo fazer são barulhos. Barulhos constrangedores. Os médicos me explicaram que isso é devido a minha situação, faz quase dois dias que acordei do coma e ainda preciso exercitar minha falar, reaprender a me comunicar. Então, tudo que faço é balançar a cabeça de fo