Chegando ao hall de entrada, Amélia viu Lurdes chamando seu antigo nome com lágrimas nos olhos, mas não ficou para abraçar e dizer o quanto sentiu sua falta. Precisava sair dali o mais rápido possível, Ícaro devia estar preocupado.O jardim estava quieto e silencioso e o percurso até o portão principal foi o mais longo de sua vida. Mas ao chegar lá, se deparou com quatro seguranças, que mantinha a propriedade fechada.- Abram os portões, eu vou sair. – ela disse, olhando para seus rostos, de cabeça erguida.- A senhora não pode sair. Recebemos ordens. – um deles disse seriamente.- Você tem que abrir esse portão! Me manter aqui é sequestro e eu posso denunciar todos vocês agora mesmo!Nenhum deles se intimidou ou se comoveu com seu pedido. O mesmo que respondeu para ela, atendeu ao celular e respondeu algumas afirmações, em seguida o guardou de volta no bolso do terno preto.- Nos acompanhe de volta até a residência, senhora. - Não! Você tem que me deixar sair! O meu noivo, ele está.
A imagem no espelho refletia uma mulher decidida e convicta. Os olhos castanhos esverdeados eram firmes e determinados no reflexo do espelho. O mesmo ímpeto flamejava em seu interior.O vestido verde esmeralda se moldou ao seu corpo como uma luva, as sandálias de tiras de couro eram trançadas nos tornozelos, finalizando o conjunto elegante. Amélia só usava um par de brincos de ouro branco com diamantes, que foi um presente de Ícaro. Ela passou a mão em suas orelhas, se lembrando do gesto sedutor, quando ele mesmo colocou as joias ali.Ele deve estar muito preocupado com ela, e como o bebê. Levou as mãos ao seu ventre, o alisando suavemente.- Não importa o que está nos esperando lá embaixo, eu serei uma boa mãe para você e vou te proteger de qualquer coisa, meu amor.A imagem no espelho refletia uma mulher decidida, convicta. Os olhos castanhos esverdeados eram firmes e determinados no reflexo do espelho. O mesmo ímpeto flamejava em seu interior. Uma onda de revolta percorreu
Ele fitou seus olhos surpresos, mais lágrimas se desprenderam de seus olhos castanhos. Aurélio levou suas mãos aos lábios, as beijando com carinho.- Você estava lá? – ela assentiu com a cabeça. – Por que não veio falar comigo.. eu estava desesperado.. Não, eu sei porque não o fez, filha. Não dei motivos para que confiasse em mim, deliberadamente me afastei de você.- Você me abandonou, pai... – Amélia sentiu suas emoções transbordarem. Lágrimas quentes escorreram livremente por seu rosto, e ela não se importou de mostrar o quanto esse abandono a destruiu. – Eu só tinha você... só você... e você...- Não chore, por favor não chore mais querida. – Aurélio se ajoelhou frente a ela. – Eu não tive escolha, filha. Sua mãe queria te educar da maneira dela, e não aceitava o jeito que eu lidava com você. Sua mãe me deu ultimato, se eu não ficasse do lado dela e abrisse mão do controle da sua educação, ela iria embora para o exterior com você.- Ela... ela te chantageou? – Amélia pergunto
AurélioOs olhos de Melissa eram tão tristes e angustiados. Enquanto narrava tudo o que aconteceu desde que se casou com Fernando Vidal, ela chorava incessantemente. Aurélio sentia sua alma se partir em duas partes. Tudo isso era culpa dele. Ele sempre suspeitou do caráter de Fernando, sempre achou suspeita a aproximação dele com sua filha. Se seguisse seus instintos, ela nunca teria se casado e passado por essas coisas hediondas que relatava.Surras, humilhação física e verbal, terror psicológico, terror físico, agressão violenta e tortura. Melissa sofreu tudo isso nas mãos daquele canalha, por culpa dele que não foi um bom pai.- Eu não sabia, filha... eu nunca pensei que ..- Ninguém poderia imaginar, pai. Ele era muito bom em fingir. É um perfeito psicopata.- Você me disse que sua mãe te sequestrou da casa que você tem dividido com o seu noivo. Quem é esse homem?- Ele é um CEO. Um homem respeitável, de caráter e muito cuidadoso.- Não entendo por que sua mãe faria a
AméliaAbraçada ao homem que era o único sentido de família para ela, Amélia permaneceu assim por muito vários minutos. Desfrutando do calor do abraço de um pai, um companheiro, melhor amigo de infância, e agora um heroi.Uma batida na leve na porta, seguida do anúncio de uma das empregadas. O jantar seria servido em cinco minutos, o tempo havia acabado.- Vamos descer em um minuto. – anunciou seu pai, ainda a segurando em seus braços. - Preciso refazer a maquiagem, pode descer papai. – ela disse, se afastando alguns centímetros.- Não vou deixar você descer sozinha. Espero por você, filha. – Aurélio se sentou na poltrona e cruzou suas longas pernas. – Fique tranquila.- Tudo bem então.Amélia voltou para o closet e refez a maquiagem rapidamente. Ela não se arrumou porque queria agradar Leonora, fez isso porque hoje ela não seria diminuída e humilhada na frente de ninguém.Pintar o rosto não era uma das coisas que ela gostava de fazer, mas aprendeu com Samanta que a maquiagem tinha m
FernandoEla estava excepcionalmente bonita, seu sobrepeso e a forma de seu corpo distorcida pelo excesso de gordura não eram o bastante para ofuscar sua sensualidade.Fernando podia sentir sua tensão, mas quando ela se virou, não havia a expressão de amedrontamento que ele esperava. Isso o incomodou. Seus olhos esverdeados enfrentaram os dele com frieza, e nada naquela máscara de indiferença denunciava o que ela estava pensando.“O que aquele desgraçado fez com o meu brinquedo?! Está quebrado!” Ele pensou, sentindo a raiva aflorar em sua essência.Leonora facilitou muito a situação. Não contava que ela mesma faria a filha voltar para ele somente para que Melissa não revelasse ao mundo que vivia uma relação promíscua com seu chefe libertino.Mas pensando por outro aspecto, enviar a ela as informações do paradeiro de sua filha de forma sutil e anônima foi a melhor jogada. Ela agiu rápido quando soube do papel vergonhoso de Melissa. Leonora Rockfeller, a Rainha de Ferro nunca permitiri
Este capítulo é narrado sob o ponto de vista de Amélia. AméliaÓdio.Fúria.Revolta.Eu queria gritar, meu corpo implorava para que corresse para o mais longe possível, e minha mente gritava em revolta pensando em formas de acabar com a vida desse demônio desgraçado.O contato asqueroso com o meu corpo e sua boca na minha era tão repulsivo que senti o vômito subir até a minha garganta. Eu o empurrei com toda a minha força.Corri para o banheiro social, e deixei que aquela náusea se esvaísse na privada de louça. Vários minutos passaram com o meu corpo protestando por aquela invasão. Ainda não podia acreditar que minha própria mãe estava me entregando de bandeja para o homem que me torturava, e que quase me matou. Quando eu ouvi a voz dele, entendi o que ela pretendia.E mesmo que o desespero me afogasse em meu interior, precisei sufocar toda a dor e o medo para pensar em uma forma de não enlouquecer e me livrar dos planos daqueles dois.Escovei os dentes e limpei meu rosto, ajeitei o
Um arrepio percorreu seu corpo, ao ouvir aquilo. Ela nem mesmo ouviu os passos de seu pai e Leonora, que adentravam a sala. - Vejo que já estão conversando apropriadamente. – Leonora pontuou, caminhando de braço dado com seu pai. – É importante que vocês resolvam essa distância causada por essa intercorrência.- Não houve uma intercorrência. Eu fugi. – Amélia ressaltou enfrentando sua mãe. – Ou melhor, fui resgatada.- Querida, você constrange seus pais dessa forma. – Fernando rebateu, caminhando na direção dela. Seu olhar predatório era um claro aviso. - Eu não estava falando com você. No que me diz respeito, você deveria estar preso em alguma cela esquecida no quinto dos infernos.- Melissa! Não vou tolerar tal comportamento desagradável! - O que vai fazer? Me bater? – Amélia riu amargamente. – Você pode pedir a ele que faça isso, ele conhece muito bem os pontos que ainda podem ser quebrados.- Melissa, não diga esses absurdos. Seus pais podem ficar confusos. - Não tent